[Brasil] À espera dos aviões
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[Brasil] À espera dos aviões
À espera dos aviões
Entenda como o governo quer multiplicar por sete o número de passageiros que utilizam os aeroportos regionais
Investimento: Programa de aviação regional viabilizará a operação de 270 aeroportos. Entre eles, o de Ubatuba (foto), no litoral de São Paulo
( foto: Divulgação)
Os 120 mil habitantes de Uruguaiana, no extremo oeste do Rio Grande do Sul, receberam, na terça-feira 27, a notícia mais aguardada dos últimos sete anos. O aeroporto do município, que faz fronteira com o Uruguai e a Argentina, voltou a receber voos comerciais. Para quem faz negócios na região, a 650 quilômetros da capital Porto Alegre, o transporte aéreo de uma hora e meia é uma excelente alternativa à cansativa viagem de oito horas de ônibus. Com um orçamento de R$ 110 mil, custeado parte pela prefeitura e parte pela Associação Comercial da cidade, o projeto levou um ano e meio para ser concluído e incluiu ajustes nas pistas e nos terminais.
Por enquanto, apenas a Azul Linhas Aéreas opera no local, com dois voos diários. Porém, segundo a Prefeitura, a meta é atrair outras companhias para a região, já que o aeroporto pode ser um hub para destinos internacionais, como Buenos Aires e Montevidéu. O terminal de Uruguaiana faz parte da lista de 270 aeroportos que a Secretaria de Aviação Civil (SAC) incluiu no programa de aviação regional, iniciado em 2012 e orçado em R$ 11 bilhões. Atualmente, apenas 80 estão aptos para operar, sendo que alguns ainda se encontram em situação precária. Se a SAC cumprir a meta de liberar todos os estudos até 2016, o movimento nos aeroportos poderá subir de 16,5 milhões para 113 milhões em 20 anos.
O programa, no entanto, divide opiniões. Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Ricardo Nogueira, o projeto é ousado e extremamente relevante para o setor aéreo brasileiro. “Não consigo enxergar desvantagens, é uma baita oportunidade”, diz Nogueira. Já segundo o coordenador do Grupo de Trabalho Transporte Aéreo e professor da UFRJ, Respício Antônio do Espírito Santo, o plano falha ao contemplar apenas melhorias na infraestrutura. “O programa deveria incentivar a criação de novas empresas regionais e estudar a real demanda dos locais”, afirma o especialista.
Única companhia a atuar em alguns pequenos aeroportos como o de Marília, interior de São Paulo, a Azul se mostra otimista com o programa. Além de Uruguaiana, a companhia passou a operar neste ano em cidades como Feira de Santana (BA), Divinópolis (MG) e Teixeira de Freitas (MG). O presidente da empresa, Antonoaldo Neves, destaca que o desenvolvimento da aviação regional é fundamental não apenas para o crescimento do setor, mas do próprio País, por facilitar o acesso a cidades interioranas e trazer mais oportunidades de negócios.
Porém, o executivo alerta que sua expansão depende, também, da regulamentação da lei de incentivo que reduz a alíquota de ICMS para o combustível utilizado na aviação. “O preço do querosene fora da capital fica três vezes maior”, diz Neves. “Isso encarece e tira atratividade de algumas regiões, já que 35% dos nossos custos vem desse insumo.” Atualmente, a Azul tem 55% de sua malha voltada para voos regionais. Conforme a SAC concede o aval para concessão, Estados e municípios se prepararam para publicar os editais, como no caso dos aeroportos dos Amarais, em Campinas, de Ubatuba e de Jundiaí, controlados pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp).
De acordo com o secretário de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, Duarte Nogueira, as concessões possibilitarão a ampliação do transporte aéreo paulista. “Será uma boa alternativa para nós, pois os recursos que virão das concessões serão destinados para investimento em outros aeroportos”, diz Nogueira. “Isso melhorará o ambiente de operação.” Dentre as melhorias previstas, estão a ampliação das pistas para comportar aeronaves de médio porte, a adoção de sistemas de combate a incêndios e a adequação dos terminais à legislação ambiental. Assim como a Daesp, o governo de Minas Gerais aderiu ao modelo de parceria com empresas privadas e, no ano passado, assinou o acordo de concessão do Aeroporto Zona da Mata.
Já em operação, o terminal passou a contar com voos não apenas da Azul, mas, também, da Gol Linhas Aéreas. Para o diretor de relações institucionais da companhia, Alberto Farjman, a intenção da Gol é estar cada vez mais presente nas ligações das cidades interioranas com as capitais. Atualmente, a empresa tem 30% dos seus destinos na chamada aviação regional. “Estamos prontos para começar a voar em 13 novos aeroportos”, afirma Farjman. “Isso, é claro, se pequenos ajustes de infraestrutura forem realizados.”
Fonte: Isto é
Entenda como o governo quer multiplicar por sete o número de passageiros que utilizam os aeroportos regionais
Investimento: Programa de aviação regional viabilizará a operação de 270 aeroportos. Entre eles, o de Ubatuba (foto), no litoral de São Paulo
( foto: Divulgação)
Os 120 mil habitantes de Uruguaiana, no extremo oeste do Rio Grande do Sul, receberam, na terça-feira 27, a notícia mais aguardada dos últimos sete anos. O aeroporto do município, que faz fronteira com o Uruguai e a Argentina, voltou a receber voos comerciais. Para quem faz negócios na região, a 650 quilômetros da capital Porto Alegre, o transporte aéreo de uma hora e meia é uma excelente alternativa à cansativa viagem de oito horas de ônibus. Com um orçamento de R$ 110 mil, custeado parte pela prefeitura e parte pela Associação Comercial da cidade, o projeto levou um ano e meio para ser concluído e incluiu ajustes nas pistas e nos terminais.
Por enquanto, apenas a Azul Linhas Aéreas opera no local, com dois voos diários. Porém, segundo a Prefeitura, a meta é atrair outras companhias para a região, já que o aeroporto pode ser um hub para destinos internacionais, como Buenos Aires e Montevidéu. O terminal de Uruguaiana faz parte da lista de 270 aeroportos que a Secretaria de Aviação Civil (SAC) incluiu no programa de aviação regional, iniciado em 2012 e orçado em R$ 11 bilhões. Atualmente, apenas 80 estão aptos para operar, sendo que alguns ainda se encontram em situação precária. Se a SAC cumprir a meta de liberar todos os estudos até 2016, o movimento nos aeroportos poderá subir de 16,5 milhões para 113 milhões em 20 anos.
O programa, no entanto, divide opiniões. Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Ricardo Nogueira, o projeto é ousado e extremamente relevante para o setor aéreo brasileiro. “Não consigo enxergar desvantagens, é uma baita oportunidade”, diz Nogueira. Já segundo o coordenador do Grupo de Trabalho Transporte Aéreo e professor da UFRJ, Respício Antônio do Espírito Santo, o plano falha ao contemplar apenas melhorias na infraestrutura. “O programa deveria incentivar a criação de novas empresas regionais e estudar a real demanda dos locais”, afirma o especialista.
Única companhia a atuar em alguns pequenos aeroportos como o de Marília, interior de São Paulo, a Azul se mostra otimista com o programa. Além de Uruguaiana, a companhia passou a operar neste ano em cidades como Feira de Santana (BA), Divinópolis (MG) e Teixeira de Freitas (MG). O presidente da empresa, Antonoaldo Neves, destaca que o desenvolvimento da aviação regional é fundamental não apenas para o crescimento do setor, mas do próprio País, por facilitar o acesso a cidades interioranas e trazer mais oportunidades de negócios.
Porém, o executivo alerta que sua expansão depende, também, da regulamentação da lei de incentivo que reduz a alíquota de ICMS para o combustível utilizado na aviação. “O preço do querosene fora da capital fica três vezes maior”, diz Neves. “Isso encarece e tira atratividade de algumas regiões, já que 35% dos nossos custos vem desse insumo.” Atualmente, a Azul tem 55% de sua malha voltada para voos regionais. Conforme a SAC concede o aval para concessão, Estados e municípios se prepararam para publicar os editais, como no caso dos aeroportos dos Amarais, em Campinas, de Ubatuba e de Jundiaí, controlados pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp).
De acordo com o secretário de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, Duarte Nogueira, as concessões possibilitarão a ampliação do transporte aéreo paulista. “Será uma boa alternativa para nós, pois os recursos que virão das concessões serão destinados para investimento em outros aeroportos”, diz Nogueira. “Isso melhorará o ambiente de operação.” Dentre as melhorias previstas, estão a ampliação das pistas para comportar aeronaves de médio porte, a adoção de sistemas de combate a incêndios e a adequação dos terminais à legislação ambiental. Assim como a Daesp, o governo de Minas Gerais aderiu ao modelo de parceria com empresas privadas e, no ano passado, assinou o acordo de concessão do Aeroporto Zona da Mata.
Já em operação, o terminal passou a contar com voos não apenas da Azul, mas, também, da Gol Linhas Aéreas. Para o diretor de relações institucionais da companhia, Alberto Farjman, a intenção da Gol é estar cada vez mais presente nas ligações das cidades interioranas com as capitais. Atualmente, a empresa tem 30% dos seus destinos na chamada aviação regional. “Estamos prontos para começar a voar em 13 novos aeroportos”, afirma Farjman. “Isso, é claro, se pequenos ajustes de infraestrutura forem realizados.”
Fonte: Isto é
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