[Brasil] Só 3 aeroportos têm equipamento mais avançado contra mau tempo
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[Brasil] Só 3 aeroportos têm equipamento mais avançado contra mau tempo
Portal Terra
16 de julho de 2012 • 07h27 • atualizado às 07h59
Só 3 aeroportos têm equipamento mais avançado contra mau tempo
STÉFANO AROLDI
O fechamento de aeroportos por conta das condições climáticas é rotineiro em um País de dimensões continentais como o Brasil, onde frio e chuva atingem diferentes regiões dependendo da época do ano. Embora São Pedro não possa ser driblado, a paciência exigida dos passageiros a cada manhã de nevoeiro ou tarde de chuva poderia ser mais branda. Um equipamento chamado ILS-2 (sistema de pouso por instrumentos, na sigla em inglês) permitiria operações com visibilidade horizontal de 400 m e vertical de 30 m, a metade do necessário para manobras com a versão mais simples do instrumento e que reina absoluta nos aeroportos brasileiros.
Névoa, neblina e chuva; saiba o que fecha os aeroportos
O ILS gera uma imagem da pista para o piloto, permitindo manobras mesmo sem boas condições de visibilidade. Há três categorias desses radares de superfície, que determinam a altura e a visibilidade do sistema. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), dos 31 principais aeroportos brasileiros, 22 possuem o equipamento, sendo que 19 são da categoria mais simples, que permite pousos e decolagens com visibilidade horizontal de 800 m e vertical de 60 m. O ILS-2 está presente apenas em Guarulhos (SP), no Galeão (RJ) e em Curitiba.
Entretanto, a presença do equipamento, unicamente, não garante o fim dos transtornos. Os órgãos de controle do espaço aéreo brasileiro alertam que, para a sua utilização, aeronaves devem estar equipadas e as tripulações treinadas para executar pousos com o ILS-2. Segundo a Aeronáutica, nos três aeroportos que possuem o instrumento, somente as companhias aéreas estrangeiras pousam, já que apenas elas contam com aviões e equipes habilitados para realizar a operação.
A Aeronáutica prevê que, até o próximo ano, dez terminais devem receber a instalação do ILS: Brasília, Vitória, Florianópolis, Galeão, Manaus, Belém, Cachimbo (PA), Campina Grande (PB), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC). Segundo a Infraero, o aeroporto Afonso Pena, em Curitiba (PR) - apontado por especialistas como o mais crítico em relação a nevoeiros - deve contar com o ILS-3, que permite que os aviões se aproximem da pista de pouso até mesmo com visibilidade zero, dependendo da especificação da aeronave, até abril de 2014. O valor dos investimentos, contudo, não foi revelado.
Diretor de segurança de voos do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho vê na falta de organização a longo prazo um dos principais motivos para a defasagem dos terminais do Brasil. "Falta às autoridades a percepção de linha do tempo. O planejamento de um País não pode ser de cinco anos", afirmou. Para o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo, Jorge Botelho, as ações do governo não são suficientes para minimizar os contratempos causados pelo clima. "Os investimentos estão sendo feitos, mas ainda não é o ideal".
Apesar dos contratempos causados aos passageiros pelo fechamento dos terminais, os especialistas concordam que a segurança deve se sobrepor às preocupações com possíveis prejuízos e transtornos. "É preferível perder na economia do que perder vidas", pondera Botelho. Para Carlos Camacho, mesmo com os grandes custos, o zelo é justificável. "Aviões e pilotos têm limitações operacionais. E elas devem ser respeitadas em nome da segurança", conclui.
A neblina e as chuvas no Brasil
Os fenômenos que causam o fechamento dos aeroportos brasileiros são a chuva, o nevoeiro, a névoa seca e a névoa úmida. De acordo com a Climatempo, os nevoeiros são comuns nas regiões Sul e Sudeste (principalmente na faixa leste) entre meados do outono e o início da primavera. Nestas regiões, também são comuns os temporais durante o verão. A neblina é registrada, ainda, no Estado de Mato Grosso do Sul durante o inverno.
As chuvas fortes são comuns no Centro-Oeste brasileiro durante o verão. Já as regiões Norte e Nordeste do País são caracterizadas pelos temporais durante o final da primavera e o início do outono, além de parte do inverno.
Segundo o Climatempo, nevoeiro - ou neblina - é um fenômeno que reduz a visibilidade para menos de 1 mil m. Já a névoa caracteriza-se por apresentar visibilidade superior a 1 km. O instituto esclarece, ainda, que existem dois tipos de névoa: a seca, quando a umidade relativa do ar está abaixo de 50%, e a úmida, quando a umidade é superior a 50%.
Direitos dos passageiros
De acordo com a Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), mesmo em casos de fechamento de aeroportos, as companhias são responsáveis por seus passageiros. As empresas devem fornecer informações sobre o motivo do atraso ou cancelamento, além de assistir o consumidor com comunicação, alimentação, transporte e hospedagem.
A Andep adverte que os passageiros lesados têm prioridade em relação aos que ainda não compraram passagens. Desta forma, a venda de bilhetes só deve ocorrer depois que os consumidores prejudicados sejam reacomodados. A associação lembra, ainda, que em caso de atraso superior a quatro horas, o passageiro tem direito à devolução integral do valor pago pelo bilhete.
Terra
16 de julho de 2012 • 07h27 • atualizado às 07h59
Só 3 aeroportos têm equipamento mais avançado contra mau tempo
STÉFANO AROLDI
O fechamento de aeroportos por conta das condições climáticas é rotineiro em um País de dimensões continentais como o Brasil, onde frio e chuva atingem diferentes regiões dependendo da época do ano. Embora São Pedro não possa ser driblado, a paciência exigida dos passageiros a cada manhã de nevoeiro ou tarde de chuva poderia ser mais branda. Um equipamento chamado ILS-2 (sistema de pouso por instrumentos, na sigla em inglês) permitiria operações com visibilidade horizontal de 400 m e vertical de 30 m, a metade do necessário para manobras com a versão mais simples do instrumento e que reina absoluta nos aeroportos brasileiros.
Névoa, neblina e chuva; saiba o que fecha os aeroportos
O ILS gera uma imagem da pista para o piloto, permitindo manobras mesmo sem boas condições de visibilidade. Há três categorias desses radares de superfície, que determinam a altura e a visibilidade do sistema. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), dos 31 principais aeroportos brasileiros, 22 possuem o equipamento, sendo que 19 são da categoria mais simples, que permite pousos e decolagens com visibilidade horizontal de 800 m e vertical de 60 m. O ILS-2 está presente apenas em Guarulhos (SP), no Galeão (RJ) e em Curitiba.
Entretanto, a presença do equipamento, unicamente, não garante o fim dos transtornos. Os órgãos de controle do espaço aéreo brasileiro alertam que, para a sua utilização, aeronaves devem estar equipadas e as tripulações treinadas para executar pousos com o ILS-2. Segundo a Aeronáutica, nos três aeroportos que possuem o instrumento, somente as companhias aéreas estrangeiras pousam, já que apenas elas contam com aviões e equipes habilitados para realizar a operação.
A Aeronáutica prevê que, até o próximo ano, dez terminais devem receber a instalação do ILS: Brasília, Vitória, Florianópolis, Galeão, Manaus, Belém, Cachimbo (PA), Campina Grande (PB), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC). Segundo a Infraero, o aeroporto Afonso Pena, em Curitiba (PR) - apontado por especialistas como o mais crítico em relação a nevoeiros - deve contar com o ILS-3, que permite que os aviões se aproximem da pista de pouso até mesmo com visibilidade zero, dependendo da especificação da aeronave, até abril de 2014. O valor dos investimentos, contudo, não foi revelado.
Diretor de segurança de voos do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho vê na falta de organização a longo prazo um dos principais motivos para a defasagem dos terminais do Brasil. "Falta às autoridades a percepção de linha do tempo. O planejamento de um País não pode ser de cinco anos", afirmou. Para o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo, Jorge Botelho, as ações do governo não são suficientes para minimizar os contratempos causados pelo clima. "Os investimentos estão sendo feitos, mas ainda não é o ideal".
Apesar dos contratempos causados aos passageiros pelo fechamento dos terminais, os especialistas concordam que a segurança deve se sobrepor às preocupações com possíveis prejuízos e transtornos. "É preferível perder na economia do que perder vidas", pondera Botelho. Para Carlos Camacho, mesmo com os grandes custos, o zelo é justificável. "Aviões e pilotos têm limitações operacionais. E elas devem ser respeitadas em nome da segurança", conclui.
A neblina e as chuvas no Brasil
Os fenômenos que causam o fechamento dos aeroportos brasileiros são a chuva, o nevoeiro, a névoa seca e a névoa úmida. De acordo com a Climatempo, os nevoeiros são comuns nas regiões Sul e Sudeste (principalmente na faixa leste) entre meados do outono e o início da primavera. Nestas regiões, também são comuns os temporais durante o verão. A neblina é registrada, ainda, no Estado de Mato Grosso do Sul durante o inverno.
As chuvas fortes são comuns no Centro-Oeste brasileiro durante o verão. Já as regiões Norte e Nordeste do País são caracterizadas pelos temporais durante o final da primavera e o início do outono, além de parte do inverno.
Segundo o Climatempo, nevoeiro - ou neblina - é um fenômeno que reduz a visibilidade para menos de 1 mil m. Já a névoa caracteriza-se por apresentar visibilidade superior a 1 km. O instituto esclarece, ainda, que existem dois tipos de névoa: a seca, quando a umidade relativa do ar está abaixo de 50%, e a úmida, quando a umidade é superior a 50%.
Direitos dos passageiros
De acordo com a Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), mesmo em casos de fechamento de aeroportos, as companhias são responsáveis por seus passageiros. As empresas devem fornecer informações sobre o motivo do atraso ou cancelamento, além de assistir o consumidor com comunicação, alimentação, transporte e hospedagem.
A Andep adverte que os passageiros lesados têm prioridade em relação aos que ainda não compraram passagens. Desta forma, a venda de bilhetes só deve ocorrer depois que os consumidores prejudicados sejam reacomodados. A associação lembra, ainda, que em caso de atraso superior a quatro horas, o passageiro tem direito à devolução integral do valor pago pelo bilhete.
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