[Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
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[Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
Acidente põe tecnologia em xeque
Fato de tripulação não conseguir reverter falha no sistema repõe o dilema quanto aos limites da automação na indústria aeronáutica
O relatório divulgado na sexta-feira pelo escritório de investigação da França (BEA) deve ampliar as discussões sobre o papel dos pilotos em grandes aviões. Eles não devem servir apenas como "backup" do computador. O diagnóstico da queda do voo 447 (Rio-Paris) no Atlântico, em 31 de maio de 2009, mostra como os pilotos ficaram reféns das medições no console de comando e não conseguiram reverter a situação, que resultou na morte de 228 pessoas.
A Airbus, construtora do A330, já enfrenta questionamentos quanto à engenharia de seus aviões, em especial sobre sua "aviônica". As dúvidas dizem respeito sobretudo ao sistema "fly by wire", que equipa os modelos Airbus A320, A330, A340 e A380. Diante desse sistema, os pilotos são incapazes de assumir o papel dos computadores em uma emergência.
Esse sistema, que faz parte das superfícies de controle de voo situadas na asa e na cauda do avião, não é acionado diretamente pelos controles dos pilotos, mas sim por um computador que calcula exatamente o que é necessário para aquele ponto de pilotagem, segundo a própria definição da Airbus. A justificativa para a adoção do sistema é a "redução considerável no tempo e nos custos de treinamentos de pilotos e tripulação".
Em 1998, Pierre Baud, então vice-presidente da Airbus, afirmou: "Treinamento específico não é necessário para aviões protegidos por Airbus fly by wire". Após o acidente, um relatório de cinco experts independentes contratados pelo Tribunal de Grande Instância de Paris destacou que os pilotos do voo 447 precisariam, sim, de treinamento específico e informação para enfrentar o defeito dos sensores de velocidade.
"Em janeiro, a Airbus indicou que em situação de perda de sustentação, este avião pode ser irrecuperável", diz Henri Marnet-Cornus, ex-comandante de Airbus e consultor em segurança. "Como uma aeronave em situação de voo pode em determinadas circunstâncias se encontrar em situação irrecuperável? Como esse avião pôde ter sido certificado? Como foram feitos os testes de perda de sustentação? É preciso esclarecer tudo isso."
Para Gérard Arnoux, comandante de Airbus, "não é a tecnologia fly by wire que está em questão, mas é a arquitetura dos calculadores". "Deixou-se o avião muito menos nas mãos dos pilotos, porque a aeronave se autoprotege, e as ordens do piloto são filtradas."
Tecnologia digital
A tragédia do voo Rio-Paris é o pior acidente da história da Air France e dos modelos A330 da Airbus. O modelo foi lançado em 1993 e praticamente não havia tido acidentes graves - o único havia ocorrido em 1994, em um teste realizado pela empresa.
Empregando tecnologia digital, o modelo pode operar virtualmente sem interferência dos pilotos - embora eles possam assumir o controle quando quiserem. A cabine de comando tem telas de cristal líquido que abrem até 28 páginas. O piloto controla o A330 por meio de um joystick semelhante ao de um videogame. Todos os aviões têm o weather radar, que permite acompanhar as condições meteorológicas a longa distância.
Fonte: Andrei Netto (O Estado de S.Paulo)
Fato de tripulação não conseguir reverter falha no sistema repõe o dilema quanto aos limites da automação na indústria aeronáutica
O relatório divulgado na sexta-feira pelo escritório de investigação da França (BEA) deve ampliar as discussões sobre o papel dos pilotos em grandes aviões. Eles não devem servir apenas como "backup" do computador. O diagnóstico da queda do voo 447 (Rio-Paris) no Atlântico, em 31 de maio de 2009, mostra como os pilotos ficaram reféns das medições no console de comando e não conseguiram reverter a situação, que resultou na morte de 228 pessoas.
A Airbus, construtora do A330, já enfrenta questionamentos quanto à engenharia de seus aviões, em especial sobre sua "aviônica". As dúvidas dizem respeito sobretudo ao sistema "fly by wire", que equipa os modelos Airbus A320, A330, A340 e A380. Diante desse sistema, os pilotos são incapazes de assumir o papel dos computadores em uma emergência.
Esse sistema, que faz parte das superfícies de controle de voo situadas na asa e na cauda do avião, não é acionado diretamente pelos controles dos pilotos, mas sim por um computador que calcula exatamente o que é necessário para aquele ponto de pilotagem, segundo a própria definição da Airbus. A justificativa para a adoção do sistema é a "redução considerável no tempo e nos custos de treinamentos de pilotos e tripulação".
Em 1998, Pierre Baud, então vice-presidente da Airbus, afirmou: "Treinamento específico não é necessário para aviões protegidos por Airbus fly by wire". Após o acidente, um relatório de cinco experts independentes contratados pelo Tribunal de Grande Instância de Paris destacou que os pilotos do voo 447 precisariam, sim, de treinamento específico e informação para enfrentar o defeito dos sensores de velocidade.
"Em janeiro, a Airbus indicou que em situação de perda de sustentação, este avião pode ser irrecuperável", diz Henri Marnet-Cornus, ex-comandante de Airbus e consultor em segurança. "Como uma aeronave em situação de voo pode em determinadas circunstâncias se encontrar em situação irrecuperável? Como esse avião pôde ter sido certificado? Como foram feitos os testes de perda de sustentação? É preciso esclarecer tudo isso."
Para Gérard Arnoux, comandante de Airbus, "não é a tecnologia fly by wire que está em questão, mas é a arquitetura dos calculadores". "Deixou-se o avião muito menos nas mãos dos pilotos, porque a aeronave se autoprotege, e as ordens do piloto são filtradas."
Tecnologia digital
A tragédia do voo Rio-Paris é o pior acidente da história da Air France e dos modelos A330 da Airbus. O modelo foi lançado em 1993 e praticamente não havia tido acidentes graves - o único havia ocorrido em 1994, em um teste realizado pela empresa.
Empregando tecnologia digital, o modelo pode operar virtualmente sem interferência dos pilotos - embora eles possam assumir o controle quando quiserem. A cabine de comando tem telas de cristal líquido que abrem até 28 páginas. O piloto controla o A330 por meio de um joystick semelhante ao de um videogame. Todos os aviões têm o weather radar, que permite acompanhar as condições meteorológicas a longa distância.
Fonte: Andrei Netto (O Estado de S.Paulo)
Amilckar- Colaborador - Notícias de aviação
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Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
Pois é, essa bola eu já tinha levantado...
Mas, é o Estado de São Paulo escrevendo, quero ver mesmo os dados finais das investigações !
Mas, é o Estado de São Paulo escrevendo, quero ver mesmo os dados finais das investigações !
Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
Pra mim está em Xeque a tempos.
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Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
Alexandre da Silva escreveu:Pra mim está em Xeque a tempos.
Pra mim está em Xeque desde que lançaram...
Não se pode confiar nos computadores. Deixar a vida dos passageiros em uma máquina, que com certeza um dia irá falhar...
Abraços!!!
Augusto Sposito- Banido
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Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
augusto.sposito escreveu:Alexandre da Silva escreveu:Pra mim está em Xeque a tempos.
Pra mim está em Xeque desde que lançaram...
Não se pode confiar nos computadores. Deixar a vida dos passageiros em uma máquina, que com certeza um dia irá falhar...
Abraços!!!
Como técnico em eletrônica, sempre fiquei irritado com a afirmação que que o computador não erra. Quem lida na assistencia técnica sabe que ele erra e de modo aleatorio.
São milhões de componentes, dificilmente iremos saber qual e porque, abraços
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Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
Inventor escreveu:Como técnico em eletrônica, sempre fiquei irritado com a afirmação que que o computador não erra. Quem lida na assistencia técnica sabe que ele erra e de modo aleatorio.
São milhões de componentes, dificilmente iremos saber qual e porque, abraços
Sou técnico em informática a 8 anos, e posso afirmar, que um computador pode, e vai apresentar erros, por mais moderno, caro, e desenvolvido que seja!!!
Augusto Sposito- Banido
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Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
augusto.sposito escreveu:Inventor escreveu:Como técnico em eletrônica, sempre fiquei irritado com a afirmação que que o computador não erra. Quem lida na assistencia técnica sabe que ele erra e de modo aleatorio.
São milhões de componentes, dificilmente iremos saber qual e porque, abraços
Sou técnico em informática a 8 anos, e posso afirmar, que um computador pode, e vai apresentar erros, por mais moderno, caro, e desenvolvido que seja!!!
Pois é, também sou tecnico de informática desde o ano de 2000, além de outras formações e especializações.
E a 2 anos ministrando aulas em curso de mecatrônica, matéria de programação, lógica e IA.
Nos calculos para fazer um neurônio artificial aprender há o erro a ser considerado, e eu sempre digo aos alunos, a porcentagem pode ser de 0,000000001% mas que há um erro, isso há !
E só para completar...
O Fly By Wire não é nada inseguro, vide as operações militares, como o F16, que é o caso mais famoso do uso do sistema em aeronaves. Sem falar que até aeronaves da Boeing já contam com este sistema de voo.
O Problema realmente é com o Sistema de Auto Proteção da aeronave Airbus. Vejo esse sistema como um dos itens das 3 leis da robótica.
Onde o sistema deve protejer o humano de qualquer mal. O problema é quando o sistema julga algo não prejudicial como ameaça... Ou uma ameaça como algo não prejudicial....
Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
sergiotucano escreveu:Pois é, também sou tecnico de informática desde o ano de 2000, além de outras formações e especializações.
E a 2 anos ministrando aulas em curso de mecatrônica, matéria de programação, lógica e IA.
Nos calculos para fazer um neurônio artificial aprender há o erro a ser considerado, e eu sempre digo aos alunos, a porcentagem pode ser de 0,000000001% mas que há um erro, isso há !
E só para completar...
O Fly By Wire não é nada inseguro, vide as operações militares, como o F16, que é o caso mais famoso do uso do sistema em aeronaves. Sem falar que até aeronaves da Boeing já contam com este sistema de voo.
O Problema realmente é com o Sistema de Auto Proteção da aeronave Airbus. Vejo esse sistema como um dos itens das 3 leis da robótica.
Onde o sistema deve protejer o humano de qualquer mal. O problema é quando o sistema julga algo não prejudicial como ameaça... Ou uma ameaça como algo não prejudicial....
Então o sistema Fly By Wire da Airbus, e da Boeing tem suas diferenças.
Mas o problema está no sistema de bordo da Airbus, que impede que o piloto assuma o controle da aeronave.
Você executa a manobra e o computador, a anula.
Isso já está mais que provado, que é um problema!!
Se for listar, podemos começar com o voo de apresentação do A320...
Passando pelo TAM 3054, e assim vai...
Augusto Sposito- Banido
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Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
Se for listar, podemos começar com o voo de apresentação do A320...
Assisti sobre esse caso na National Geo, e na ocasião quiseram crucificar o Cmte
Assisti sobre esse caso na National Geo, e na ocasião quiseram crucificar o Cmte
Amilckar- Colaborador - Notícias de aviação
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Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
Amilckar escreveu:Se for listar, podemos começar com o voo de apresentação do A320...
Assisti sobre esse caso na National Geo, e na ocasião quiseram crucificar o Cmte
A corda sempre arrebenta do lado mais fraco...
Augusto Sposito- Banido
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Re: [Internacional] Acidente põe tecnologia em xeque
Pois é!
Quem é que quer admitir que tecnologia demais acaba atrapalhando?!
Sempre que possível irão, de alguma forma, responsabilizar o piloto.
Quem é que quer admitir que tecnologia demais acaba atrapalhando?!
Sempre que possível irão, de alguma forma, responsabilizar o piloto.
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