APU Ponte Aérea

Galeno é para mim uma autoridade no 737-800 NG Simulado , eu estava presente no dia do Workshop com o Comandante X, e lembro claramente das palavras dele sobre esse assunto.

Eu não discuto tal procedimento, já que está provado ai no SOP.

Mas creio que dizer que o consumo da APU é quase desprezível, acho que não. O impacto pode ser pequeno em um voo, mas num conjunto de voos tenho certeza que é alto. Sabemos disso por conta de outros exemplos com intuito de reduzir o consumo de combustível, como diminuir a quantidade de água nos tanques dos banheiros, reduzir o tamanho das revistas de bordo entre outras medidas que parecem bobas, mas no fim das contas passam dos milhões em economia.

Agora, pode ser que junto com a conta lá do final do mês, saia mais barato pagar o combustível, mais manutenção preventiva e mais corretiva do que ficar ciclando a APU toda hora.

Inclusive especulo que os ciclos em pequenos intervalos deve causar bastante manutenção corretiva no Starter da APU, demandando trocas e mais trocas durante trânsitos, causando prováveis atrasos ou restrições nas operções devido APU INOP. E os componentes removidos demandam manutenção em oficina especializada. Tudo um efeito cascata.

Por isso que disse que a aviação nem sempre é uma matematica perfeita. As vezes parece tão claro que desligar a APU é o procedimento mais óbvio a ser feito, mas numa análise fria e embasada, o cenário muda.

Duley, suas observações são muito boas.

Partindo da premissa de que TUDO é RELATIVO, essa afirmação de que o custo do APU operando é baixa (relativo ao resto das variáveis) vale para essa rota especificamente. A ponte RJ e SP é uma das rotas MAIS LUCRATIVAS DO MUNDO... Já viu quanto custa uma passagem nesse trecho? E já observou a demanda? É gigante....

Essas particularidades da rota mudam um pouco o cenário de custo. Creio que o desafio da rota seja outro, ligado a PESO pelas restrições em Santos Dumond. Esse voo só leva gente (quase nenhuma carga) e suas bagagens de mão e claro, qualquer peso adicional deve ser evitado.

Sobre a questão de diminuir as revistas a bordo, acho mais que seja uma falácia do que um fato já que o peso (novamente falando: RELATIVO) é também desprezível.

Nos tempos atuais, especialmente com grandes variações no preço do petróleo, qualquer economia é bem vinda.

Fazendo uma pesquisa rápida, encontrei que a APU do 737 consome cerca de 50kg por hora, sem carga e voando na casa do FL300.
Supondo que o tempo que a APU passa operando ela consuma exatamente 50Kg, isso dá cerca de R$125 considerando o QAV a R$2,50.
Considerando 30 perna CGH - SDU por dia, isso dá R$3.750,00
Mais 30 pernas SDU - CGH, mais outros R$3.750,00, somando tudo dando R$7.500,00
Esse valor num só dia. Joga isso no mês, chegamos a R$225.000,00. No ano, R$2.700.000,00.

Quase 3 milhões ao ano nessa minha conta meio burra, não é desprezível.

De qualquer forma, como já disse, em algum momento esses 3 milhões deve ficar mais barato do que alguns outros milhões causados pelas peças de reposição e todas outras tarefas e atividades relacionadas.

Pessoal, um update sobre esse assunto:

De acordo com um piloto que atualmente voo essa rota NÃO MAIS usa o APU ligado em todo o voo e sua operação hoje é igual as demais rotas, ou seja, só se usa o APU em solo na partida e chegada, como em um voo normal.

Não descobri quando isso mudou mas ele confirmou que foi uma mudança nos procedimentos, que em um passado recente se operava o voo com APU ligado, mas não mais.

(O que pra mim faz mais sentido mesmo)

As operações mudam e as vezes são até meio bizarras (aparentemente). Por exemplo, segundo o novo SOP, o táxi deve ser monomotor, coisa que é ignorada por muitos comandantes (tópico para outra discussão).

Até,

gg