[Brasil] Piloto constrói próprio avião na Amazônia e já acumula 200h de voo
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[Brasil] Piloto constrói próprio avião na Amazônia e já acumula 200h de voo
Piloto constrói próprio avião na Amazônia e já acumula 200h de voo
JOÃO CARLOS PASSOU 10 ANOS ESCOLHENDO MODELO E COMPRANDO MATERIAIS. CONSTRUÇÃO DA AERONAVE DUROU 2 ANOS E 7 MESES.
Projeto de construção levou 3 anos para ser executado. Em 2 anos e 7 meses, aeronave foi construída e restante do tempo foi para obter documentação do Double Eagle. (Foto: Luana Leão/G1)
“O sonho verdadeiro se torna possível”. A frase inspirou o empresário João Carlos Trindade, de 48 anos, a correr atrás de um desejo antigo: construir o próprio avião. Ele, que é apaixonado pela aviação desde os 6 anos de idade, foi em busca do seu maior desejo e, hoje, voa sorridente sobre a cidade de Santarém, oeste do Pará, e contempla o visual das praias do rio Tapajós do alto, em seu Double Eagle, que acaba de completar 200 horas de voo.
A paixão pela aviação começou cedo, quando João Carlos ouviu pela primeira vez o barulho de um avião, na Ilha do Marajó. Ao ver a aeronave pousar, sentiu nascer um desejo intenso de, um dia, não só estar dentro de uma máquina voadora, mas de construir o seu próprio avião. “Desde moleque eu sempre fui apaixonado por aviação e procurei sempre estar no meio. Eu brinquei muito de aeromodelismo, e como eu aprendi a construir os aeromodelos e voar, veio aquela ideia”, conta Trindade.
João Carlos tem certificado de Piloto de Recreio desde 1988. (Foto: Luana Leão/G1)
O desejo de se tornar piloto se realizou em 1988, quando João Carlos obteve o Certificado de Piloto de Recreio. Mas o sonho de construir o próprio avião ainda estava longe de se concretizar. “Eu vi que o primeiro passo para realizar o meu sonho dependia de grana. Só o sonho, você fica só no devaneio. Pensei: ‘vou trabalhar para conseguir’”, diz Trindade. Com o tempo, as coisas melhoraram. Ele mudou de ramo, parou de voar, e abriu a própria empresa. A única relação que continuou a ter com a aviação foi a função de representante comercial de uma empresa especializada em vendas de ultraleves.
Para a escolha de qual modelo construiria, João Carlos passou uma década estudando, analisando e calculando custos. “Passei 10 anos estudando projetos, pesquisei várias plantas. E cada uma eu achava que tinha uma dificuldade”, diz o construtor, que encontrou na dificuldade de conseguir os materiais necessários a maior barreira. “Cada planta que você estuda, sempre depara com a dificuldade em relação ao material. Porque para construir um avião, para dar certo, tem que usar os materiais certos”. Após vários anos de pesquisas, o piloto encontrou o projeto ideal. “Acabei achando esse projetinho chamado Double Eagle. Eu olhei, estudei, e falei: ‘vai ser esse’”, releva Trindade.
Construção utilizou materiais específicos da aviação, como aço e compensado aeronáuticos.
(Foto: Carla Trindade)
Construção
Depois de encontrar o modelo que queria, e se planejar para dar certo, o autodidata começou a dar asas ao seu sonho, em 2008. “Eu comprei o material e construí no fundo do meu quintal”, diz.
O projeto levou 3 anos para ser executado. Foram 2 anos e 7 meses de construção, e o restante do tempo foi para obter a documentação do avião. Ao longo desses anos, apesar de Trindade afirmar que nunca parou para calcular quanto dinheiro investiu no projeto, ele estima que a aeronave tenha ficado mais em conta do que se fosse comprar um carro popular. “Eu acredito que com tudo, incluindo documentação, na época, e ao longo dos 3 anos, foi em torno de R$ 22 mil a R$ 25 mil, por conta da qualidade do material. Não foi muito, em vista de um comprar um pronto”.
Mais do que ter o dinheiro para custear a construção, foi necessário muito empenho para não desistir pelo caminho. João Carlos fez tudo sozinho. Todas as peças, incluindo o motor, foram moldadas pelas mãos dele. O que ele não dominava, fez cursos ou aprendeu por meio da internet.
Para te levar a construir algo como um avião, tem que ter uma motivação muito forte, requer muita dedicação. E foi o que eu fiz. Procurei me informar, já que era um sonho"
Ele seguiu as orientações da Associação Brasileira de Aviação Experimental (Abraex), que é respaldada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Também teve supervisão de um engenheiro aeronáutico. “Para te levar a construir algo como um avião, tem que ter uma motivação muito forte, requer muita dedicação. E foi o que eu fiz. Procurei me informar, já que era um sonho. Tem um ditado que diz o seguinte: ‘o sonho verdadeiro se torna possível’. Se o sonho for verdadeiro, ele vai se tornar possível. Você vai correr atrás para idealizá-lo”.
Aeronave, que pesa cerca de 400 kg e leva um passageiro, recebe manutenção do próprio dono. (Foto: Luana Leão/G1)
Apoio
O incentivo da mulher e da filha foi fundamental para que João Carlos persistisse no sonho. Para ele, a decisão de construir o Double Eagle no fundo do quintal foi importante para que a relação familiar não se enfraquecesse, já que foi um projeto que consumiu bastante tempo.
E assim seguiu. A família torcia enquanto ele montava, peça a peça, o próprio avião. Foram três anos dedicando finais de semanas e feriados, além de muitas noites, para ver a criação tomar forma e ganhar asas. “A coisa já é difícil por si, então tem que ter um entusiasmo muito forte para poder continuar. A família conhece os sonhos uns dos outros. Então quando você vê a possibilidade de idealizá-lo, e quando chega a hora de consolidar, você tem todo o apoio”, explica Trindade.
Máquina pronta
O primeiro voo foi em março de 2011. Depois de pronto, o avião precisou de poucos ajustes para alcançar o ponto ideal. Como o piloto-construtor confiava no trabalho que havia realizado, teve a segurança de colocar o avião para voar. A princípio, o voo era sobre a pista, a uma altura segura. Após testar os comandos, e sentir que o avião, de fato, estava pronto, alçou voos mais altos. Um engenheiro aeronáutico credenciado pela Anac foi quem fez a documentação da aeronave, que é reonvada a cada ano.
A consolidação do projeto, segundo Trindade, foi quando ele traçou o plano de voo e aterrissou no aeroporto internacional de Santarém, Maestro Wilson Fonseca. Atualmente, o empresário e piloto costuma decolar aos finais de semana (veja o vídeo).
Outros sonhos
Passados quase três anos desde quando voou pela primeira vez em seu avião, João Carlos diz que até chegou a comprar outro projeto, mas que achou melhor não dar prosseguimento na construção. “Eu cheguei até a comprar outro projeto, mas quando comecei a estudar, deu um frio na barriga. Sonho, quando você realiza um, você não quer realizar o mesmo novamente. Você tem que buscar outros patamares, e é por isso que eu estou dando esse tempo para buscar outros sonhos”. E para ter espaço para outros sonhos e ir em busca de coisas novas, o piloto revela que é capaz de abrir mão de sua construção e admite que já recebeu propostas para vender o seu Double Eagle. Ele não quer que o avião se torne uma espécie de ‘ídolo’.
A aeronave, que leva um passageiro, pesa cerca de 400 kg, tem capacidade de carga de pouco mais de 200 kg e autonomia de 3 horas. A manutenção é realizada pelo próprio construtor, a cada 50 h de voo.
A Anac informou ao G1 que no Pará, até setembro de 2013, 60 aeronaves estavam registradas na categoria experimental, mas não há informações de quantos operadores de voo construíram sua própria aeronave.
Assista o vídeo aqui
Fonte: G1
JOÃO CARLOS PASSOU 10 ANOS ESCOLHENDO MODELO E COMPRANDO MATERIAIS. CONSTRUÇÃO DA AERONAVE DUROU 2 ANOS E 7 MESES.
Projeto de construção levou 3 anos para ser executado. Em 2 anos e 7 meses, aeronave foi construída e restante do tempo foi para obter documentação do Double Eagle. (Foto: Luana Leão/G1)
“O sonho verdadeiro se torna possível”. A frase inspirou o empresário João Carlos Trindade, de 48 anos, a correr atrás de um desejo antigo: construir o próprio avião. Ele, que é apaixonado pela aviação desde os 6 anos de idade, foi em busca do seu maior desejo e, hoje, voa sorridente sobre a cidade de Santarém, oeste do Pará, e contempla o visual das praias do rio Tapajós do alto, em seu Double Eagle, que acaba de completar 200 horas de voo.
A paixão pela aviação começou cedo, quando João Carlos ouviu pela primeira vez o barulho de um avião, na Ilha do Marajó. Ao ver a aeronave pousar, sentiu nascer um desejo intenso de, um dia, não só estar dentro de uma máquina voadora, mas de construir o seu próprio avião. “Desde moleque eu sempre fui apaixonado por aviação e procurei sempre estar no meio. Eu brinquei muito de aeromodelismo, e como eu aprendi a construir os aeromodelos e voar, veio aquela ideia”, conta Trindade.
João Carlos tem certificado de Piloto de Recreio desde 1988. (Foto: Luana Leão/G1)
O desejo de se tornar piloto se realizou em 1988, quando João Carlos obteve o Certificado de Piloto de Recreio. Mas o sonho de construir o próprio avião ainda estava longe de se concretizar. “Eu vi que o primeiro passo para realizar o meu sonho dependia de grana. Só o sonho, você fica só no devaneio. Pensei: ‘vou trabalhar para conseguir’”, diz Trindade. Com o tempo, as coisas melhoraram. Ele mudou de ramo, parou de voar, e abriu a própria empresa. A única relação que continuou a ter com a aviação foi a função de representante comercial de uma empresa especializada em vendas de ultraleves.
Para a escolha de qual modelo construiria, João Carlos passou uma década estudando, analisando e calculando custos. “Passei 10 anos estudando projetos, pesquisei várias plantas. E cada uma eu achava que tinha uma dificuldade”, diz o construtor, que encontrou na dificuldade de conseguir os materiais necessários a maior barreira. “Cada planta que você estuda, sempre depara com a dificuldade em relação ao material. Porque para construir um avião, para dar certo, tem que usar os materiais certos”. Após vários anos de pesquisas, o piloto encontrou o projeto ideal. “Acabei achando esse projetinho chamado Double Eagle. Eu olhei, estudei, e falei: ‘vai ser esse’”, releva Trindade.
Construção utilizou materiais específicos da aviação, como aço e compensado aeronáuticos.
(Foto: Carla Trindade)
Construção
Depois de encontrar o modelo que queria, e se planejar para dar certo, o autodidata começou a dar asas ao seu sonho, em 2008. “Eu comprei o material e construí no fundo do meu quintal”, diz.
O projeto levou 3 anos para ser executado. Foram 2 anos e 7 meses de construção, e o restante do tempo foi para obter a documentação do avião. Ao longo desses anos, apesar de Trindade afirmar que nunca parou para calcular quanto dinheiro investiu no projeto, ele estima que a aeronave tenha ficado mais em conta do que se fosse comprar um carro popular. “Eu acredito que com tudo, incluindo documentação, na época, e ao longo dos 3 anos, foi em torno de R$ 22 mil a R$ 25 mil, por conta da qualidade do material. Não foi muito, em vista de um comprar um pronto”.
Mais do que ter o dinheiro para custear a construção, foi necessário muito empenho para não desistir pelo caminho. João Carlos fez tudo sozinho. Todas as peças, incluindo o motor, foram moldadas pelas mãos dele. O que ele não dominava, fez cursos ou aprendeu por meio da internet.
Para te levar a construir algo como um avião, tem que ter uma motivação muito forte, requer muita dedicação. E foi o que eu fiz. Procurei me informar, já que era um sonho"
João Carlos Trindade
Ele seguiu as orientações da Associação Brasileira de Aviação Experimental (Abraex), que é respaldada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Também teve supervisão de um engenheiro aeronáutico. “Para te levar a construir algo como um avião, tem que ter uma motivação muito forte, requer muita dedicação. E foi o que eu fiz. Procurei me informar, já que era um sonho. Tem um ditado que diz o seguinte: ‘o sonho verdadeiro se torna possível’. Se o sonho for verdadeiro, ele vai se tornar possível. Você vai correr atrás para idealizá-lo”.
Aeronave, que pesa cerca de 400 kg e leva um passageiro, recebe manutenção do próprio dono. (Foto: Luana Leão/G1)
Apoio
O incentivo da mulher e da filha foi fundamental para que João Carlos persistisse no sonho. Para ele, a decisão de construir o Double Eagle no fundo do quintal foi importante para que a relação familiar não se enfraquecesse, já que foi um projeto que consumiu bastante tempo.
E assim seguiu. A família torcia enquanto ele montava, peça a peça, o próprio avião. Foram três anos dedicando finais de semanas e feriados, além de muitas noites, para ver a criação tomar forma e ganhar asas. “A coisa já é difícil por si, então tem que ter um entusiasmo muito forte para poder continuar. A família conhece os sonhos uns dos outros. Então quando você vê a possibilidade de idealizá-lo, e quando chega a hora de consolidar, você tem todo o apoio”, explica Trindade.
Máquina pronta
O primeiro voo foi em março de 2011. Depois de pronto, o avião precisou de poucos ajustes para alcançar o ponto ideal. Como o piloto-construtor confiava no trabalho que havia realizado, teve a segurança de colocar o avião para voar. A princípio, o voo era sobre a pista, a uma altura segura. Após testar os comandos, e sentir que o avião, de fato, estava pronto, alçou voos mais altos. Um engenheiro aeronáutico credenciado pela Anac foi quem fez a documentação da aeronave, que é reonvada a cada ano.
A consolidação do projeto, segundo Trindade, foi quando ele traçou o plano de voo e aterrissou no aeroporto internacional de Santarém, Maestro Wilson Fonseca. Atualmente, o empresário e piloto costuma decolar aos finais de semana (veja o vídeo).
Outros sonhos
Passados quase três anos desde quando voou pela primeira vez em seu avião, João Carlos diz que até chegou a comprar outro projeto, mas que achou melhor não dar prosseguimento na construção. “Eu cheguei até a comprar outro projeto, mas quando comecei a estudar, deu um frio na barriga. Sonho, quando você realiza um, você não quer realizar o mesmo novamente. Você tem que buscar outros patamares, e é por isso que eu estou dando esse tempo para buscar outros sonhos”. E para ter espaço para outros sonhos e ir em busca de coisas novas, o piloto revela que é capaz de abrir mão de sua construção e admite que já recebeu propostas para vender o seu Double Eagle. Ele não quer que o avião se torne uma espécie de ‘ídolo’.
A aeronave, que leva um passageiro, pesa cerca de 400 kg, tem capacidade de carga de pouco mais de 200 kg e autonomia de 3 horas. A manutenção é realizada pelo próprio construtor, a cada 50 h de voo.
A Anac informou ao G1 que no Pará, até setembro de 2013, 60 aeronaves estavam registradas na categoria experimental, mas não há informações de quantos operadores de voo construíram sua própria aeronave.
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Fonte: G1
Amilckar- Colaborador - Notícias de aviação
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Re: [Brasil] Piloto constrói próprio avião na Amazônia e já acumula 200h de voo
Parabenizamos o João Carlos pelo sucesso alcançado
Mas achamos que talvez fosse melhor, ele ter construido um ultra-leve.
Obrigado Amilckar , abraços
Mas achamos que talvez fosse melhor, ele ter construido um ultra-leve.
Obrigado Amilckar , abraços
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Voar, triunfo da evolução
Stargate (82) 9 8172 9765 (mensagem de texto)
Edenio Rodrigues- Tenente-Brigadeiro
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Re: [Brasil] Piloto constrói próprio avião na Amazônia e já acumula 200h de voo
Realmente eh pra aplaudir....teve outro cara que contruiu um mono também. ..mas me chamou mas atenção pelo fato ter sido feito com motor de uma brasilia...alguem ai tem essa matéria ou video pra postar? ?
Miguel Junior- Major
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Re: [Brasil] Piloto constrói próprio avião na Amazônia e já acumula 200h de voo
É preciso coragem...
....."Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida
,que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida entre as mãos de uma criança."
....."Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida
,que sempre que um homem sonha
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el_lopes- Major-Brigadeiro
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