[Brasil] Por diversão, 'norueguês voador' faz volta ao mundo no próprio avião
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[Brasil] Por diversão, 'norueguês voador' faz volta ao mundo no próprio avião
Por diversão, 'norueguês voador' faz volta ao mundo no próprio avião
'São minhas férias', diz Calle Hedberg, radicado na África do Sul.
Ele passou por Sorocaba nesta semana para manutenção da aeronave.
Fernando CesarottiDo G1 Sorocaba e Jundiaí
Calle Hedberg quer dar a volta ao mundo em seu próprio avião em 10 meses (Foto: Emílio Botta/G1)
Viagens de avião são uma escolha óbvia na hora de planejar as férias, mas Calle Hedberg levou isso um pouco além dos limites aceitos pela maioria das pessoas comuns: esse norueguês de 57 anos resolveu comprar o próprio avião, fazer as malas e embarcar para uma viagem de volta ao mundo. Sem pressa, sem muita programação, apenas pela diversão e pelo prazer de conhecer novas pessoas e lugares.
“Durante a vida toda as minhas férias foram de três ou quatro semanas, às vezes nem isso, tinha de voltar antes ao trabalho. Desta vez eu resolvi que seriam férias de verdade”, conta Calle, um cientista da computação especializado em sistemas de saúde que desde 1996 vive na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Separado e sem filhos, sem compromisso ou satisfação para dar a ninguém, ele investiu cerca de US$ 200 mil (cerca de R$ 470 mil) para comprar seu próprio avião, um modelo experimental construído sob encomenda por uma fábrica sul-africana, e separou mais US$ 100 mil (R$ 235 mil) para os gastos na viagem. “É bastante dinheiro, claro, mas, se eu estivesse em casa durante todo esse tempo, teria gasto parte disso em comida e diversão. É um investimento”, diz o viajante.
A jornada começou em 14 de julho: da Cidade do Cabo, embarcou para Accra, em Gana, e de lá passou por Dacar, no Senegal, e Agadir, no Marrocos, até chegar à Europa. Lá, passou duas semanas em Oslo, sua cidade natal, para rever os parentes, e depois seguiu para a Islândia, a Groenlândia e a América do Norte.
Sem parque
No Canadá, foram quatro semanas de passeios por todo o mês, e depois mais dois meses nos Estados Unidos, onde enfrentou seu primeiro problema da viagem: era começo de outubro, o Congresso americano ainda debatia o novo orçamento, os serviços públicos estavam fechados - e Calle deu com a cara no portão do parque de Yellowstone, um dos principais do país. Da América do Norte, Calle “desceu “ no mapa: passou pelo Caribe e chegou ao Brasil em 25 de novembro, em Macapá (AP), com problemas na aeronave.
"Viver é perigoso", diz Calle Hedberg ao explicar por que não tem medo (Foto: Emílio Botta/G1)
Depois de tudo consertado, passou por Goiânia e chegou a São Carlos (SP), onde se deu ao luxo de tirar férias dentro das férias: enquanto sua aeronave ficou exposta no Museu TAM, voltado para pérolas da aviação, voltou à Cidade do Cabo para passar o Natal e festejou a chegada de 2014 nas geleiras da Antártica.
Nesta semana, ele reiniciou a jornada e passou por Sorocaba (SP) para fazer mais uma manutenção preventiva no avião. Entre os próximos passos, Chapada Diamantina, Pantanal, Chile, Ilha de Páscoa, Taiti, Nova Zelândia, Austrália, Indonésia, Índia, Sri Lanka, Madagascar. Se tudo correr como espera, ele volta à Cidade do Cabo na segunda quinzena de abril.
Não quero ser o mais velho, o mais novo, o mais bonito ou o mais cabeludo a dar a volta ao mundo de avião, quero apenas curtir e me divertir"
“Gosto de tomar uma cervejinha, conhecer pessoas, fazer amizades, ver paisagens bonitas. Não quero ser o mais velho, o mais novo, o mais bonito ou o mais cabeludo a dar a volta ao mundo de avião, quero apenas curtir e me divertir”, discursa Calle, encostado na asa esquerda de seu avião, onde há colado um mapa em que ele anota o nome de alguns dos lugares por onde passa.
Sem medo
Mas não é perigoso? “Sim, mas viver é perigoso. Claro que eu corro risco de sofrer um acidente, mas as pessoas podem morrer atropeladas, podem cair de uma escada ou levar um tiro. Eu posso ter um ataque cardíaco sentado em frente ao sofá, e isso definitivamente não é o que eu quero”, diz. E garante que faz tudo com a maior segurança possível. “Se está mau tempo na hora da decolagem, adio. Faço tudo sem pressa e com responsabilidade. É mais seguro voar do que dirigir na Cidade do Cabo nos fins de semana, quando o pessoal exagera na bebida.”
O avião tem até 23 horas de autonomia, mas ele diz que seu recorde, que não pretende repetir, foi de 17 horas seguidas no manche. Como a cabine não é pressurizada, sua altitude de viagem é relativamente baixa, em média de 13 mil pés, cerca de 4,6 mil metros, baixa em relação aos voos comerciais.
Assim que chegar em casa, ele deve voltar a trabalhar. “Não vai me sobrar muito dinheiro depois disso”, admite. Mas não vê a hora de novas férias, com novos planos aéreos. “Uma das minhas ideias é voar sobre o Pólo Norte, que é uma viagem linda, mas não é muito complicada.” Afinal, desafio não é a praia dele. Calle Hedberg quer mesmo é curtir a vida.
Calle conseguiu até tirar "férias dentro das férias" e passou o Natal em casa (Foto: Emílio Botta/G1)
Fonte: G1
Via: Aviationnews
'São minhas férias', diz Calle Hedberg, radicado na África do Sul.
Ele passou por Sorocaba nesta semana para manutenção da aeronave.
Fernando CesarottiDo G1 Sorocaba e Jundiaí
Calle Hedberg quer dar a volta ao mundo em seu próprio avião em 10 meses (Foto: Emílio Botta/G1)
Viagens de avião são uma escolha óbvia na hora de planejar as férias, mas Calle Hedberg levou isso um pouco além dos limites aceitos pela maioria das pessoas comuns: esse norueguês de 57 anos resolveu comprar o próprio avião, fazer as malas e embarcar para uma viagem de volta ao mundo. Sem pressa, sem muita programação, apenas pela diversão e pelo prazer de conhecer novas pessoas e lugares.
“Durante a vida toda as minhas férias foram de três ou quatro semanas, às vezes nem isso, tinha de voltar antes ao trabalho. Desta vez eu resolvi que seriam férias de verdade”, conta Calle, um cientista da computação especializado em sistemas de saúde que desde 1996 vive na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Separado e sem filhos, sem compromisso ou satisfação para dar a ninguém, ele investiu cerca de US$ 200 mil (cerca de R$ 470 mil) para comprar seu próprio avião, um modelo experimental construído sob encomenda por uma fábrica sul-africana, e separou mais US$ 100 mil (R$ 235 mil) para os gastos na viagem. “É bastante dinheiro, claro, mas, se eu estivesse em casa durante todo esse tempo, teria gasto parte disso em comida e diversão. É um investimento”, diz o viajante.
A jornada começou em 14 de julho: da Cidade do Cabo, embarcou para Accra, em Gana, e de lá passou por Dacar, no Senegal, e Agadir, no Marrocos, até chegar à Europa. Lá, passou duas semanas em Oslo, sua cidade natal, para rever os parentes, e depois seguiu para a Islândia, a Groenlândia e a América do Norte.
Sem parque
No Canadá, foram quatro semanas de passeios por todo o mês, e depois mais dois meses nos Estados Unidos, onde enfrentou seu primeiro problema da viagem: era começo de outubro, o Congresso americano ainda debatia o novo orçamento, os serviços públicos estavam fechados - e Calle deu com a cara no portão do parque de Yellowstone, um dos principais do país. Da América do Norte, Calle “desceu “ no mapa: passou pelo Caribe e chegou ao Brasil em 25 de novembro, em Macapá (AP), com problemas na aeronave.
"Viver é perigoso", diz Calle Hedberg ao explicar por que não tem medo (Foto: Emílio Botta/G1)
Depois de tudo consertado, passou por Goiânia e chegou a São Carlos (SP), onde se deu ao luxo de tirar férias dentro das férias: enquanto sua aeronave ficou exposta no Museu TAM, voltado para pérolas da aviação, voltou à Cidade do Cabo para passar o Natal e festejou a chegada de 2014 nas geleiras da Antártica.
Nesta semana, ele reiniciou a jornada e passou por Sorocaba (SP) para fazer mais uma manutenção preventiva no avião. Entre os próximos passos, Chapada Diamantina, Pantanal, Chile, Ilha de Páscoa, Taiti, Nova Zelândia, Austrália, Indonésia, Índia, Sri Lanka, Madagascar. Se tudo correr como espera, ele volta à Cidade do Cabo na segunda quinzena de abril.
Não quero ser o mais velho, o mais novo, o mais bonito ou o mais cabeludo a dar a volta ao mundo de avião, quero apenas curtir e me divertir"
Calle Hedberg
“Gosto de tomar uma cervejinha, conhecer pessoas, fazer amizades, ver paisagens bonitas. Não quero ser o mais velho, o mais novo, o mais bonito ou o mais cabeludo a dar a volta ao mundo de avião, quero apenas curtir e me divertir”, discursa Calle, encostado na asa esquerda de seu avião, onde há colado um mapa em que ele anota o nome de alguns dos lugares por onde passa.
Sem medo
Mas não é perigoso? “Sim, mas viver é perigoso. Claro que eu corro risco de sofrer um acidente, mas as pessoas podem morrer atropeladas, podem cair de uma escada ou levar um tiro. Eu posso ter um ataque cardíaco sentado em frente ao sofá, e isso definitivamente não é o que eu quero”, diz. E garante que faz tudo com a maior segurança possível. “Se está mau tempo na hora da decolagem, adio. Faço tudo sem pressa e com responsabilidade. É mais seguro voar do que dirigir na Cidade do Cabo nos fins de semana, quando o pessoal exagera na bebida.”
O avião tem até 23 horas de autonomia, mas ele diz que seu recorde, que não pretende repetir, foi de 17 horas seguidas no manche. Como a cabine não é pressurizada, sua altitude de viagem é relativamente baixa, em média de 13 mil pés, cerca de 4,6 mil metros, baixa em relação aos voos comerciais.
Assim que chegar em casa, ele deve voltar a trabalhar. “Não vai me sobrar muito dinheiro depois disso”, admite. Mas não vê a hora de novas férias, com novos planos aéreos. “Uma das minhas ideias é voar sobre o Pólo Norte, que é uma viagem linda, mas não é muito complicada.” Afinal, desafio não é a praia dele. Calle Hedberg quer mesmo é curtir a vida.
Calle conseguiu até tirar "férias dentro das férias" e passou o Natal em casa (Foto: Emílio Botta/G1)
Fonte: G1
Via: Aviationnews
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