[Brasil] Os piratas voltaram
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[Brasil] Os piratas voltaram
O novo diretor da ANAC abafou processo sobre companhia que voava ilegalmente, depois que a empresa contratou o especialista da área
Pousarão em breve três novos diretores na Agência Nacional de Aviação Civil, ANAC responsável por fiscalizar as empresas assegurar a boa segurança dos voos no Brasil. O presidente Lula já escolheu os nomes da sua preferência, que foram sabatinados pelo congresso no mês passado. Agora, para que eles assumam o cargo, falta somente a assinatura do Presidente. Espera-se que isso aconteça nesta semana. Espera- se também que Lula demonstre discernimento e lucidez ao sancionar essas nomeações.Claro sempre se esperam do Presidente essas virtudes, mas este é um caso que demanda uma atenção especial, em razão do traumático passado que ele encerra.
No decorrer de 2006 e 2008, o país viveu a beira de um colapso no setor aéreo. Entre a trágica queda dos aviões da GOL e da TAM e os atrasos inexplicáveis nos aeroportos, seguiu-se a agônia exumação pública das malfeitorias que grassavam nos intestinos da Infraero e, especialmente, da então recém-criada ANAC. Soube-se que dois do cinco diretores haviam sido indicados pelas empresas aéreas e estavam na folha de pagamento da TAM. Outro era um politico do PMDB que não sabia diferenciar uma hélice de uma turbina. O presidente da agência também não. Todos acabaram saindo. VEJA descobriu que, prestes a terminar seu mandato, Lula está a uma canetada de repetir os mesmos erros.
Dos três nomes, um foi escolhido para amansar as relações entre o governo e o Tribunal de Contas da União, tensas desde que a corte passou a determinar a paralisação de obras com evidências de irregularidade.Trata-se do advogado Ricardo Maia Bezerra, cujo currículo se resume à filiação paterna : seu pai é Valmir Campelo, ministro do TCU. Nessa condição, ele entende tanto de avião quanto seus antecessores. Lobistas ligados às empresas aéreas confirmaram a VEJA qua a nomeação recebeu o beneplácito das companhias, exatamente como ocorreu antes. Tanto que, por meio do Líder do governo o Senador Romero Jucá (sim, sempre ele), ajudaram na articulção para que o filho do ministro fosse aprovado com louvor na sabatina do Congresso, O segundo nome é de Rubens Vieira, atual corregedor da agência. Vieira entrou na ANAC junto com a turma que aprontou toda sorte de estripulias por lá, e, se nada fez, nada fez também para investigá-las. Chegou até mesmo a apresentar parecer favorável a uma lúdica viagem internacional que um dos diretores ganhou da TAM. O caso do terceiro indicado, no entanto, é bem mais grave. Ele se chama Carlos Pellegrino e já trabalha na ANAC . É responsável pela área de segurança operacional, a que cuida para que 128 milhões de brasileiros voem anualmente acreditando que tudo foi feito para transportá-los nas melhores condições possíveis.
Acontece que, como alguns de seus antecessores, Pellegrino parace estar a serviço da segurança das companhias áereas, não dos passageiros. VEJA obteve o resultado de uma auditoria interna da ANAC na qual técnicos descobriram que o nomeado não só ignorou pedidos de sanção contra uma empresa que voava ilegalmente, como também, atuou decisivamente para que ela continuasse voando nessas condições. O mais preocupante para os passageiros, contudo, é que, nos seis depoimentos prestados por militares e técnicos da ANAC, emergem evidências de que essa permissividade, no setor de táxi aéreo, é regra na agência . No documento, os auditores relatam que a empresa Colt praticava uma aviação pirata, voando sem licença e com os aviões sem os devidos registro, entre outras irregularidades. Assim eles definem o táxi pirata: Atividade extremamente perigosa para segurança de voo, e que tem sido causa de inúmeros acidentes noticiados. Quando primeiro se confirmaram as ilegalidades, em 2008, os inspetores da agência recomendaram que o registro fosse suspenso.
Logo depois dessa inspeção inicial, contudo, os donos da Colt contrataram o escritório do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, uma figura muito poderosa e influente no setor aéreo. Não se sabe que tipo de serviço ele prestou, mas, duas semanas depois, a ANAC, em vez de aplicar as sanções, informou à empresa que a situação dela era regular. A agência não explica como mudou de idéia tão rapidamente, mas o novo diretor pode ajudar a esclarecer. Pellegrino desmanchou a equipe que conduziu a primeira auditoria e mandou refazer a inspeção, que, claro, não deu em nada .Agora, os auditores da ANAC pedem que Pellegrino seja investigado por improbidade administrativa. Procurados, o advogado Teixeira e Carlos Pellegrino não quiseram se pronunciar.
Fonte: Revista VEJA / via Notimp - via Aviação Notícias
Pousarão em breve três novos diretores na Agência Nacional de Aviação Civil, ANAC responsável por fiscalizar as empresas assegurar a boa segurança dos voos no Brasil. O presidente Lula já escolheu os nomes da sua preferência, que foram sabatinados pelo congresso no mês passado. Agora, para que eles assumam o cargo, falta somente a assinatura do Presidente. Espera-se que isso aconteça nesta semana. Espera- se também que Lula demonstre discernimento e lucidez ao sancionar essas nomeações.Claro sempre se esperam do Presidente essas virtudes, mas este é um caso que demanda uma atenção especial, em razão do traumático passado que ele encerra.
No decorrer de 2006 e 2008, o país viveu a beira de um colapso no setor aéreo. Entre a trágica queda dos aviões da GOL e da TAM e os atrasos inexplicáveis nos aeroportos, seguiu-se a agônia exumação pública das malfeitorias que grassavam nos intestinos da Infraero e, especialmente, da então recém-criada ANAC. Soube-se que dois do cinco diretores haviam sido indicados pelas empresas aéreas e estavam na folha de pagamento da TAM. Outro era um politico do PMDB que não sabia diferenciar uma hélice de uma turbina. O presidente da agência também não. Todos acabaram saindo. VEJA descobriu que, prestes a terminar seu mandato, Lula está a uma canetada de repetir os mesmos erros.
Dos três nomes, um foi escolhido para amansar as relações entre o governo e o Tribunal de Contas da União, tensas desde que a corte passou a determinar a paralisação de obras com evidências de irregularidade.Trata-se do advogado Ricardo Maia Bezerra, cujo currículo se resume à filiação paterna : seu pai é Valmir Campelo, ministro do TCU. Nessa condição, ele entende tanto de avião quanto seus antecessores. Lobistas ligados às empresas aéreas confirmaram a VEJA qua a nomeação recebeu o beneplácito das companhias, exatamente como ocorreu antes. Tanto que, por meio do Líder do governo o Senador Romero Jucá (sim, sempre ele), ajudaram na articulção para que o filho do ministro fosse aprovado com louvor na sabatina do Congresso, O segundo nome é de Rubens Vieira, atual corregedor da agência. Vieira entrou na ANAC junto com a turma que aprontou toda sorte de estripulias por lá, e, se nada fez, nada fez também para investigá-las. Chegou até mesmo a apresentar parecer favorável a uma lúdica viagem internacional que um dos diretores ganhou da TAM. O caso do terceiro indicado, no entanto, é bem mais grave. Ele se chama Carlos Pellegrino e já trabalha na ANAC . É responsável pela área de segurança operacional, a que cuida para que 128 milhões de brasileiros voem anualmente acreditando que tudo foi feito para transportá-los nas melhores condições possíveis.
Acontece que, como alguns de seus antecessores, Pellegrino parace estar a serviço da segurança das companhias áereas, não dos passageiros. VEJA obteve o resultado de uma auditoria interna da ANAC na qual técnicos descobriram que o nomeado não só ignorou pedidos de sanção contra uma empresa que voava ilegalmente, como também, atuou decisivamente para que ela continuasse voando nessas condições. O mais preocupante para os passageiros, contudo, é que, nos seis depoimentos prestados por militares e técnicos da ANAC, emergem evidências de que essa permissividade, no setor de táxi aéreo, é regra na agência . No documento, os auditores relatam que a empresa Colt praticava uma aviação pirata, voando sem licença e com os aviões sem os devidos registro, entre outras irregularidades. Assim eles definem o táxi pirata: Atividade extremamente perigosa para segurança de voo, e que tem sido causa de inúmeros acidentes noticiados. Quando primeiro se confirmaram as ilegalidades, em 2008, os inspetores da agência recomendaram que o registro fosse suspenso.
Logo depois dessa inspeção inicial, contudo, os donos da Colt contrataram o escritório do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, uma figura muito poderosa e influente no setor aéreo. Não se sabe que tipo de serviço ele prestou, mas, duas semanas depois, a ANAC, em vez de aplicar as sanções, informou à empresa que a situação dela era regular. A agência não explica como mudou de idéia tão rapidamente, mas o novo diretor pode ajudar a esclarecer. Pellegrino desmanchou a equipe que conduziu a primeira auditoria e mandou refazer a inspeção, que, claro, não deu em nada .Agora, os auditores da ANAC pedem que Pellegrino seja investigado por improbidade administrativa. Procurados, o advogado Teixeira e Carlos Pellegrino não quiseram se pronunciar.
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