Amelia Earhart – A mais icônica aviadora em Natal
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Amelia Earhart – A mais icônica aviadora em Natal
Autor – Rostand Medeiros
Em tenra idade Amélia viu seu primeiro avião e não se impressionou, mas depois de seu primeiro voo, estar nós céus tornou-se sua vida.
Amélia Mary Earhart nunca estabeleceu limitações para a sociedade, sobre como deveria agir quanto mulher e sobre sua carreira Ela bateu vários recordes na aviação e foi pioneira de novas fronteiras para as mulheres.
Em junho de 1928 Amélia se tornou a primeira mulher a cruzar o Atlântico, em janeiro de 1935 ela se tornou a primeira pessoa a voar solo através do Pacífico, de Honolulu para Oakland e apesar de suas realizações surpreendentes na vida, Amélia é mais lembrada por seu último voo.
Em 1 de junho de 1937 ela começou seu voo, agora uma volta ao mundo. Em 2 de julho de 1937, quando a caminho para reabastecer na remota Ilha Howland, o avião de Amélia desapareceu. Depois de uma das maiores ações de busca marítima já realizada pelo governo americano na época, Amélia foi declarada morta em 19 de julho. Apesar de toda a lenda envolvendo a sua morte (dizem que teria sido capturada por japoneses e fuzilada como espiã), Amélia Earhart viveu para voar e apontou novos caminhos e novas altitudes para aviadores e mulheres em todo o mundo.
Em dezembro de 1920, aos 23 anos de idade, apenas por pura diversão, Amélia foi levada a realizar um voo pago (10 dólares) e de curta duração, mas que mudaria sua vida. No momento em que seus pés tocaram terra firme novamente, ela estava determinada a aprender a voar. Ela ganhou o dinheiro para as aulas, em uma época extremamente machista ela cortou o cabelo para não ser excluída do meio aeronáutico e comprou uma jaqueta de couro.
Ela sofreu muito para realizar seu sonho de estar entre as nuvens, mas conseguiu. Quase dois anos após seu primeiro voo, em 22 de outubro de 1922, Amélia Earhart conquistou seu primeiro recorde mundial para pilotos do sexo feminino, voando a uma altitude superior a 4.000 metros. Então em 15 de maio de 1923 ela se tornou a décima sexta mulher no mundo a conseguir uma licença de pilotagem.
Em 1928 Amélia recebeu um telefonema perguntando se ela gostaria de voar através do Oceano Atlântico. O voo era um projeto patrocinado pela jovem Amy Phipps Guest, oriunda de uma família de milionários da Flórida, que tinha desistido de conquistar a primazia de ser a primeira mulher a cruzar o Atlântico, pois considerou que a viagem seria muito perigosa (Rica como era, para que buscar reconhecimento em um voo?).
Amélia foi entrevistada pelos coordenadores do projeto, incluindo o editor e publicitário George Putnam, e foi declarada apta a acompanhar, apenas como uma passageira, a aventura transatlântica do piloto Wilmer Stultz e do copiloto e mecânico Louis Gordon. Os três voltaram deste voo cobertos de glória e intensos aplausos. Foi realizado um grande um desfile e uma recepção com o presidente Calvin Coolidge na Casa Branca. Ao final de toda a movimentação Amélia sabia que iria tentar um novo voo e por conta própria.
Em fevereiro de 1931 Amélia se casou com George Putnam, o homem que a ajudou a se tornar uma estrela e financiar seu voo. O casamento em si era bem avançado para a época, pois as ideias de Putnam sobre esta instituição eram bem liberais. Amélia por sua vez não desejava se casar para ficar em casa cuidando de filhos, ou do marido e ser relegada a função de “piloto de fogão”, que era o padrão da mulher casada na época. Ela estava hesitante, mas Putnam lhe acalmou mostrando que acreditava no seu trabalho e na responsabilidade igual para ambos como marido e mulher e não desejava atrapalhar a carreira dela, então em plena ascensão. O choque entre os puristas foi enorme quando souberam que Amélia Earhart manteve seu nome de solteira.
Logo ela estava alcançando outros feitos aeronáuticos. Em uma manhã de maio em 1932 Amélia partiu em seu monomotor Lockheed Vega 5B, em um voo solo através do Oceano Atlântico. Depois de um perigoso e exaustivo voo com duração de 14 horas e 56 minutos, durante o qual ela sustentou o avião contra fortes ventos do norte, problemas de acumulo de gelo e falhas mecânicas, Amélia Earhart pousou em um pasto na região de Culmore, em Londonderry, Irlanda. Ela tornou-se a primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico. A primeira que pessoa que chegou até ela foi um lavrador, que lhe perguntou “Você veio de longe?” e Amélia lhe respondeu “Da América”. Ele não acreditou.
Amélia se tornou uma celebridade mundial com este voo. Recebeu medalhas dos governos dos Estados Unidos, da França e Eleanor Roosevelt, a primeira dama dos Estados Unidos, era sua amiga. Nos próximos anos Amélia Earhart bateu novos recordes, completando outros voos solo em diversas aeronaves. Então ela se concentrou em um objetivo, um grande voo ao redor do globo.
Depois de dois anos de planejamento Amélia recebeu seu novo avião, um bimotor todo prateado, modelo Lockheed Electra 10E e um navegador disposto, Fred J. Noonan. Os dois partiram do Havaí em 17 de março de 1937, mas devido a um problema no trem de pouso defeituoso, ou erro do piloto, o avião acabou ficando significativamente danificado durante a tentativa de decolagem e o voo foi cancelado.
Enquanto o Electra estava sendo reparado, Earhart e Putnam conseguiram fundos adicionais e se prepararam para uma segunda tentativa. O voo não teve patrocinadores diretos, mas conseguiam a renda através do resultado da venda dos envelopes de malas postais para colecionadores.
Após três meses de reparos veio a decisão de inverter a trajetória de voo, devido a mudanças nos padrões de vento a nível mundial. Finalmente os dois aviadores partiram no dia 21 de maio de 1937, desta vez de Miami, Flórida.
A rota a ser completada seria muito próxima a que as Fortalezas Voadoras realizariam a partir de 1942, onde utilizariam como seu principal ponto de apoio uma cidade localizada no Nordeste do Brasil chamada Natal e como campo de pouso um lugar denominado Parnamirim.
O primeiro destino da dupla a bordo do Electra foi San Juan, em Porto Rico. Depois, em 2 de junho, estavam em Capripito, na Venezuela, onde se hospedaram na casa da empresa Standard Oil, que também tinha uma agência em Natal. No outro dia os dois aviadores pioneiros estavam em Paramaribo, na atual Guiana. Deste ponto ela parte para o território brasileiro, direto para Fortaleza, no Ceará.
Eles abdicaram de pousar em Belém, no Pará. Podemos perceber que esta parte do voo parece ter sido um tanto pesada para os aviadores, pois Amélia e Noonam decidem permanecer mais um dia na capital alencarina.
Finalmente no dia 5 de junho de 1937, em um voo de 287 quilômetros, eles seguem para Natal, local que ela denominou em entrevistas como “A porta do Nordeste do Brasil” e aqui chegaram quase às sete da manhã.
Em Natal o seu Electra ficou protegido no hangar da Air France, empresa de aviação civil gaulesa que desde 1927 estava presente na capital potiguar. O interessante é que as fotos existentes de Amélia Earhart em Natal são basicamente no hangar e na casa de apoio aos aviadores desta empresa. Ela se apresenta sempre com seus cabelos curtos, despenteados e com um belo sorriso no rosto. Em praticamente todas as fotos está ao seu lado o seu fiel escudeiro, Fred J. Noonan.
Ao observamos a foto de Amélia e Noonan (de preto) sentados a mesa da casa que dava apoio aos aviadores franceses no Campo de Parnamirim, não podemos deixar de observar algumas situações interessantes. Mesmo sendo pela manhã cedo, diante das pessoas sentadas a mesa temos prováveis garrafas de champanha e cerveja. Estão ali para talvez os aviadores relaxarem depois de quase duas horas de voo sobre o nosso litoral.
Sinceramente eu duvido que as pessoas naquela Natal provinciana, que tinham em torno de 48.000 habitantes (segundo o Censo de 2010, Natal seria um pouco maior do que é hoje a cidade seridoense de Currais Novos), não terem achado no mínimo estranho que aquela famosa beldade estadunidense, casada, extrovertida, estivesse voando com um homem que não era nem sequer seu marido, em meio a vários outros homens e ainda tomando uma bebidinha.
Independente desta questão ela foi muito bem tratada e aos habitantes da cidade Amélia não deixou de elogiar o campo de Parnamirim. Considerava o nosso aeroporto como o mais cosmopolita do hemisfério. Depois foi para a cidade, onde foram hóspedes do inglês Scottbroock.
Na madrugada do dia seguinte, decolaram do aeroporto de Natal rumo à África, onde concluíram o percurso em pouco mais de treze horas de voo. Seu objetivo será a cidade de Saint Louis, no atual Senegal, percorrendo 1.727 milhas através do Atlântico. Até 1902 Saint Louis du Senegal havia sido a capital da West French África, ou África Ocidental Francesa, uma confederação de colônias gaulesas no continente africano. No futuro desmembramento deste território iriam surgir oito novos países.
Consta nos jornais da época que Amélia e Noonan depois seguiram para Dakar, na época a capital colonial francesa. Depois os aventureiros tomaram o rumo do deserto, sobrevoando a África Central. Chegaram a Karachi, no atual Paquistão, Calcutá na Índia, Burma e Tailândia. Depois prosseguiram para Singapura, Indonésia, Darwin na Austrália e depois Lae, na atual Papua Nova Guiné. No dia 02 de julho os aviadores encaram o vasto Oceano Pacífico, no rumo das Ilhas Howland, uma fina faixa de terra com cerca 2.000 metros de comprimento e 1.600 de largura, 10 metros de altura e a 2.556 milhas de distância.
Para encontrar este pequeno naco de terra em meio a um mundo de água, a navegação teria de ser perfeita. Mas a verdade é que não foi e eles nunca mais foram vistos.
Sua última posição conhecida era perto das Ilhas Nikumaroro, cerca de 800 milhas do seu destino.
A bordo do cutter USCG Itasca, o pessoal da Guarda Costeira dos Estados Unidos conseguiu se comunicar com o Lockheed Electra 10E e buscou orientá-los para Howland. O radio operador naval recebeu transmissões e escutou a voz de Amélia, mas ela aparentemente não podia ouvir suas respostas.
Em sua última transmissão Amélia Earhart disse “Estamos na linha 157 337. Vamos repetir essa mensagem. Vamos repetir isso em 6210 quilociclos e espere”. No entanto, poucos momentos depois, ela estava de volta na mesma frequência (3105 kHz), com uma transmissão que foi registrada como sendo “Estamos indo na linha norte e sul”. Depois o silêncio.
O desaparecimento de Amélia estimulou aquela que até hoje é considerada a mais cara e mais intensa busca naval da história dos Estados Unidos. O esforço ocorreu até 9 de julho de 1937, com a U.S. Navy e a Guarda Costeira vasculhando milhas e milhas náuticas de oceano que rodeiam a Ilha Howland, mas sem encontrar qualquer sinal do avião de Amélia e Noonan.
Duas teorias vigentes sobre o desaparecimento de Amélia Earhart existem até hoje e criam polêmicas infindáveis.
Uma delas é que os aviadores, depois de ter acabado a gasolina do Electra na busca pela pequena ilha, caíram no oceano e se afogaram em suas profundezas. A segunda é que eles encontraram o grupo de ilhas Phoenix, a mais de 500 quilômetros a sudeste de Howland e desembarcaram em uma das ilhas ou atóis deste ponto perdido no Oceano Pacífico.
Esta teoria se baseia na descoberta de alguns ossos e objetos que podem ter pertencido a Amélia e Noonan e foram encontrados no Atol Nikumaroro.
Pertencente à República de Kiribati, este local desabitado é também conhecido como Ilha Gardner, sendo um atol de coral triangular, com seis quilômetros de comprimento, por menos de dois de largura. Possui vegetação abundante, é uma área de preservação e lá existe uma lagoa central com boas dimensões.
O Grupo Internacional para a Recuperação de Aeronaves Históricas (conhecido pela sigla em inglês TIGHAR) fez várias expedições para Nikumaroro durante as década de 1990 e 2000, onde em uma área no lado noroeste do atol foram encontrados e catalogados alguns objetos. Entre estes estavam produtos de beleza, produtos para cuidados da pele e que seriam datados dos anos 1930. Foram igualmente encontrados um espelho cosmético feminino quebrado, partes de uma faca de bolso, além de vestígios de fogueiras contendo ossos de aves e peixes. Foram localizados conchas vazias alteradas para coletar a água da chuva, bem como garrafas americanas que datam de antes da Segunda Guerra Mundial. Estes últimos objetos foram entortadas pelo calor de possíveis fogueiras, apontando a possibilidade de terem sido aquecidas para ferver a água. Um osso que foi apontado como sendo da falange de um dedo foi encontrado no local e examinado pela antropóloga forense Karen Ramey Burns e pelo Dr. Cecil Lewis, do laboratório de antropologia molecular da Universidade de Oklahoma. Testes de DNA neste fragmento de osso se mostrou inconclusiva para saber se eram de tartaruga ou humano.
Em relação ao trabalho do TIGHAR muitos acreditam que os propósitos do grupo são objetivamente sérios, cientificamente corretos e que as campanhas de arrecadação de fundos pela internet para financiar as expedições em Nikumaroro são transparentes.
Mas existem muitos críticos. Estes acreditam que o grupo faz um “grande show”, mas os resultados sólidos são escassos. Para muitos nada é conclusivo o suficiente para provar que Nikumaroro é o local de descanso final de Amélia e o mistério do desaparecimento continua.
Para conhecer este projeto click aqui - http://tighar.org/Projects/Earhart/AEdescr.html
Todos os direitos reservados
Fonte: http://tokdehistoria.wordpress.com/2013/03/28/amelia-earhart-a-maior-aviadora-americana-em-natal/
Em tenra idade Amélia viu seu primeiro avião e não se impressionou, mas depois de seu primeiro voo, estar nós céus tornou-se sua vida.
Amélia Mary Earhart nunca estabeleceu limitações para a sociedade, sobre como deveria agir quanto mulher e sobre sua carreira Ela bateu vários recordes na aviação e foi pioneira de novas fronteiras para as mulheres.
Em junho de 1928 Amélia se tornou a primeira mulher a cruzar o Atlântico, em janeiro de 1935 ela se tornou a primeira pessoa a voar solo através do Pacífico, de Honolulu para Oakland e apesar de suas realizações surpreendentes na vida, Amélia é mais lembrada por seu último voo.
Em 1 de junho de 1937 ela começou seu voo, agora uma volta ao mundo. Em 2 de julho de 1937, quando a caminho para reabastecer na remota Ilha Howland, o avião de Amélia desapareceu. Depois de uma das maiores ações de busca marítima já realizada pelo governo americano na época, Amélia foi declarada morta em 19 de julho. Apesar de toda a lenda envolvendo a sua morte (dizem que teria sido capturada por japoneses e fuzilada como espiã), Amélia Earhart viveu para voar e apontou novos caminhos e novas altitudes para aviadores e mulheres em todo o mundo.
Em dezembro de 1920, aos 23 anos de idade, apenas por pura diversão, Amélia foi levada a realizar um voo pago (10 dólares) e de curta duração, mas que mudaria sua vida. No momento em que seus pés tocaram terra firme novamente, ela estava determinada a aprender a voar. Ela ganhou o dinheiro para as aulas, em uma época extremamente machista ela cortou o cabelo para não ser excluída do meio aeronáutico e comprou uma jaqueta de couro.
Ela sofreu muito para realizar seu sonho de estar entre as nuvens, mas conseguiu. Quase dois anos após seu primeiro voo, em 22 de outubro de 1922, Amélia Earhart conquistou seu primeiro recorde mundial para pilotos do sexo feminino, voando a uma altitude superior a 4.000 metros. Então em 15 de maio de 1923 ela se tornou a décima sexta mulher no mundo a conseguir uma licença de pilotagem.
Em 1928 Amélia recebeu um telefonema perguntando se ela gostaria de voar através do Oceano Atlântico. O voo era um projeto patrocinado pela jovem Amy Phipps Guest, oriunda de uma família de milionários da Flórida, que tinha desistido de conquistar a primazia de ser a primeira mulher a cruzar o Atlântico, pois considerou que a viagem seria muito perigosa (Rica como era, para que buscar reconhecimento em um voo?).
Amelia Earhart e George Putnam em maio de 1928
Amélia foi entrevistada pelos coordenadores do projeto, incluindo o editor e publicitário George Putnam, e foi declarada apta a acompanhar, apenas como uma passageira, a aventura transatlântica do piloto Wilmer Stultz e do copiloto e mecânico Louis Gordon. Os três voltaram deste voo cobertos de glória e intensos aplausos. Foi realizado um grande um desfile e uma recepção com o presidente Calvin Coolidge na Casa Branca. Ao final de toda a movimentação Amélia sabia que iria tentar um novo voo e por conta própria.
Em fevereiro de 1931 Amélia se casou com George Putnam, o homem que a ajudou a se tornar uma estrela e financiar seu voo. O casamento em si era bem avançado para a época, pois as ideias de Putnam sobre esta instituição eram bem liberais. Amélia por sua vez não desejava se casar para ficar em casa cuidando de filhos, ou do marido e ser relegada a função de “piloto de fogão”, que era o padrão da mulher casada na época. Ela estava hesitante, mas Putnam lhe acalmou mostrando que acreditava no seu trabalho e na responsabilidade igual para ambos como marido e mulher e não desejava atrapalhar a carreira dela, então em plena ascensão. O choque entre os puristas foi enorme quando souberam que Amélia Earhart manteve seu nome de solteira.
O Lockheed Vega 5B exposto no National Air and Space Museum (NASM), também conhecido como Smithsonian Institution, em Washington.
Logo ela estava alcançando outros feitos aeronáuticos. Em uma manhã de maio em 1932 Amélia partiu em seu monomotor Lockheed Vega 5B, em um voo solo através do Oceano Atlântico. Depois de um perigoso e exaustivo voo com duração de 14 horas e 56 minutos, durante o qual ela sustentou o avião contra fortes ventos do norte, problemas de acumulo de gelo e falhas mecânicas, Amélia Earhart pousou em um pasto na região de Culmore, em Londonderry, Irlanda. Ela tornou-se a primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico. A primeira que pessoa que chegou até ela foi um lavrador, que lhe perguntou “Você veio de longe?” e Amélia lhe respondeu “Da América”. Ele não acreditou.
Monumento a Amélia em Harbour Grace, Newfoundland, Canada. Se em Natal fosse construído um monumento para cada aviador pioneiro que por aqui passou entre as décadas de 1920 e 30, nós sairíamos esbarrando em algo do gênero em cada esquina, tal o número de aviadores que aqui estiveram.
Amélia se tornou uma celebridade mundial com este voo. Recebeu medalhas dos governos dos Estados Unidos, da França e Eleanor Roosevelt, a primeira dama dos Estados Unidos, era sua amiga. Nos próximos anos Amélia Earhart bateu novos recordes, completando outros voos solo em diversas aeronaves. Então ela se concentrou em um objetivo, um grande voo ao redor do globo.
Lockheed Electra 10E
Depois de dois anos de planejamento Amélia recebeu seu novo avião, um bimotor todo prateado, modelo Lockheed Electra 10E e um navegador disposto, Fred J. Noonan. Os dois partiram do Havaí em 17 de março de 1937, mas devido a um problema no trem de pouso defeituoso, ou erro do piloto, o avião acabou ficando significativamente danificado durante a tentativa de decolagem e o voo foi cancelado.
Os grandes feitos de Amélia.
Enquanto o Electra estava sendo reparado, Earhart e Putnam conseguiram fundos adicionais e se prepararam para uma segunda tentativa. O voo não teve patrocinadores diretos, mas conseguiam a renda através do resultado da venda dos envelopes de malas postais para colecionadores.
Após três meses de reparos veio a decisão de inverter a trajetória de voo, devido a mudanças nos padrões de vento a nível mundial. Finalmente os dois aviadores partiram no dia 21 de maio de 1937, desta vez de Miami, Flórida.
Rota do voo em 1937
A rota a ser completada seria muito próxima a que as Fortalezas Voadoras realizariam a partir de 1942, onde utilizariam como seu principal ponto de apoio uma cidade localizada no Nordeste do Brasil chamada Natal e como campo de pouso um lugar denominado Parnamirim.
O primeiro destino da dupla a bordo do Electra foi San Juan, em Porto Rico. Depois, em 2 de junho, estavam em Capripito, na Venezuela, onde se hospedaram na casa da empresa Standard Oil, que também tinha uma agência em Natal. No outro dia os dois aviadores pioneiros estavam em Paramaribo, na atual Guiana. Deste ponto ela parte para o território brasileiro, direto para Fortaleza, no Ceará.
Voo de Amélia continuamente comentada pelos jornais nordestinos
Eles abdicaram de pousar em Belém, no Pará. Podemos perceber que esta parte do voo parece ter sido um tanto pesada para os aviadores, pois Amélia e Noonam decidem permanecer mais um dia na capital alencarina.
Avião de Amélia no hangar da Air France em Natal. O texto mostra o quanto a nossa imprensa era desatualizada em termos de informações aeronáuticas, mesmo com intenso movimento aéreo
Finalmente no dia 5 de junho de 1937, em um voo de 287 quilômetros, eles seguem para Natal, local que ela denominou em entrevistas como “A porta do Nordeste do Brasil” e aqui chegaram quase às sete da manhã.
Amélia e Noonan em Natal.
Em Natal o seu Electra ficou protegido no hangar da Air France, empresa de aviação civil gaulesa que desde 1927 estava presente na capital potiguar. O interessante é que as fotos existentes de Amélia Earhart em Natal são basicamente no hangar e na casa de apoio aos aviadores desta empresa. Ela se apresenta sempre com seus cabelos curtos, despenteados e com um belo sorriso no rosto. Em praticamente todas as fotos está ao seu lado o seu fiel escudeiro, Fred J. Noonan.
Ao observamos a foto de Amélia e Noonan (de preto) sentados a mesa da casa que dava apoio aos aviadores franceses no Campo de Parnamirim, não podemos deixar de observar algumas situações interessantes. Mesmo sendo pela manhã cedo, diante das pessoas sentadas a mesa temos prováveis garrafas de champanha e cerveja. Estão ali para talvez os aviadores relaxarem depois de quase duas horas de voo sobre o nosso litoral.
Sinceramente eu duvido que as pessoas naquela Natal provinciana, que tinham em torno de 48.000 habitantes (segundo o Censo de 2010, Natal seria um pouco maior do que é hoje a cidade seridoense de Currais Novos), não terem achado no mínimo estranho que aquela famosa beldade estadunidense, casada, extrovertida, estivesse voando com um homem que não era nem sequer seu marido, em meio a vários outros homens e ainda tomando uma bebidinha.
Independente desta questão ela foi muito bem tratada e aos habitantes da cidade Amélia não deixou de elogiar o campo de Parnamirim. Considerava o nosso aeroporto como o mais cosmopolita do hemisfério. Depois foi para a cidade, onde foram hóspedes do inglês Scottbroock.
Na madrugada do dia seguinte, decolaram do aeroporto de Natal rumo à África, onde concluíram o percurso em pouco mais de treze horas de voo. Seu objetivo será a cidade de Saint Louis, no atual Senegal, percorrendo 1.727 milhas através do Atlântico. Até 1902 Saint Louis du Senegal havia sido a capital da West French África, ou África Ocidental Francesa, uma confederação de colônias gaulesas no continente africano. No futuro desmembramento deste território iriam surgir oito novos países.
Consta nos jornais da época que Amélia e Noonan depois seguiram para Dakar, na época a capital colonial francesa. Depois os aventureiros tomaram o rumo do deserto, sobrevoando a África Central. Chegaram a Karachi, no atual Paquistão, Calcutá na Índia, Burma e Tailândia. Depois prosseguiram para Singapura, Indonésia, Darwin na Austrália e depois Lae, na atual Papua Nova Guiné. No dia 02 de julho os aviadores encaram o vasto Oceano Pacífico, no rumo das Ilhas Howland, uma fina faixa de terra com cerca 2.000 metros de comprimento e 1.600 de largura, 10 metros de altura e a 2.556 milhas de distância.
Para encontrar este pequeno naco de terra em meio a um mundo de água, a navegação teria de ser perfeita. Mas a verdade é que não foi e eles nunca mais foram vistos.
Sua última posição conhecida era perto das Ilhas Nikumaroro, cerca de 800 milhas do seu destino.
A bordo do cutter USCG Itasca, o pessoal da Guarda Costeira dos Estados Unidos conseguiu se comunicar com o Lockheed Electra 10E e buscou orientá-los para Howland. O radio operador naval recebeu transmissões e escutou a voz de Amélia, mas ela aparentemente não podia ouvir suas respostas.
Em sua última transmissão Amélia Earhart disse “Estamos na linha 157 337. Vamos repetir essa mensagem. Vamos repetir isso em 6210 quilociclos e espere”. No entanto, poucos momentos depois, ela estava de volta na mesma frequência (3105 kHz), com uma transmissão que foi registrada como sendo “Estamos indo na linha norte e sul”. Depois o silêncio.
Desaparecimento de Amélia e Noonan em jornal americano
O desaparecimento de Amélia estimulou aquela que até hoje é considerada a mais cara e mais intensa busca naval da história dos Estados Unidos. O esforço ocorreu até 9 de julho de 1937, com a U.S. Navy e a Guarda Costeira vasculhando milhas e milhas náuticas de oceano que rodeiam a Ilha Howland, mas sem encontrar qualquer sinal do avião de Amélia e Noonan.
Duas teorias vigentes sobre o desaparecimento de Amélia Earhart existem até hoje e criam polêmicas infindáveis.
Uma delas é que os aviadores, depois de ter acabado a gasolina do Electra na busca pela pequena ilha, caíram no oceano e se afogaram em suas profundezas. A segunda é que eles encontraram o grupo de ilhas Phoenix, a mais de 500 quilômetros a sudeste de Howland e desembarcaram em uma das ilhas ou atóis deste ponto perdido no Oceano Pacífico.
Foto de satélite do Atol de Nikumaroro.
Esta teoria se baseia na descoberta de alguns ossos e objetos que podem ter pertencido a Amélia e Noonan e foram encontrados no Atol Nikumaroro.
Pertencente à República de Kiribati, este local desabitado é também conhecido como Ilha Gardner, sendo um atol de coral triangular, com seis quilômetros de comprimento, por menos de dois de largura. Possui vegetação abundante, é uma área de preservação e lá existe uma lagoa central com boas dimensões.
O Grupo Internacional para a Recuperação de Aeronaves Históricas (conhecido pela sigla em inglês TIGHAR) fez várias expedições para Nikumaroro durante as década de 1990 e 2000, onde em uma área no lado noroeste do atol foram encontrados e catalogados alguns objetos. Entre estes estavam produtos de beleza, produtos para cuidados da pele e que seriam datados dos anos 1930. Foram igualmente encontrados um espelho cosmético feminino quebrado, partes de uma faca de bolso, além de vestígios de fogueiras contendo ossos de aves e peixes. Foram localizados conchas vazias alteradas para coletar a água da chuva, bem como garrafas americanas que datam de antes da Segunda Guerra Mundial. Estes últimos objetos foram entortadas pelo calor de possíveis fogueiras, apontando a possibilidade de terem sido aquecidas para ferver a água. Um osso que foi apontado como sendo da falange de um dedo foi encontrado no local e examinado pela antropóloga forense Karen Ramey Burns e pelo Dr. Cecil Lewis, do laboratório de antropologia molecular da Universidade de Oklahoma. Testes de DNA neste fragmento de osso se mostrou inconclusiva para saber se eram de tartaruga ou humano.
Em relação ao trabalho do TIGHAR muitos acreditam que os propósitos do grupo são objetivamente sérios, cientificamente corretos e que as campanhas de arrecadação de fundos pela internet para financiar as expedições em Nikumaroro são transparentes.
Mas existem muitos críticos. Estes acreditam que o grupo faz um “grande show”, mas os resultados sólidos são escassos. Para muitos nada é conclusivo o suficiente para provar que Nikumaroro é o local de descanso final de Amélia e o mistério do desaparecimento continua.
Para conhecer este projeto click aqui - http://tighar.org/Projects/Earhart/AEdescr.html
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Fonte: http://tokdehistoria.wordpress.com/2013/03/28/amelia-earhart-a-maior-aviadora-americana-em-natal/
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Re: Amelia Earhart – A mais icônica aviadora em Natal
Muito bom, Fontenele.
Obrigado por postar e parabéns a Rostand Medeiros pela matéria, ele que também é membro aqui do fórum.
Um abraço.
Obrigado por postar e parabéns a Rostand Medeiros pela matéria, ele que também é membro aqui do fórum.
Um abraço.
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Artur Santos
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Re: Amelia Earhart – A mais icônica aviadora em Natal
Obrigado Alvega! As matérias do Rostand são excelentes. Abraços.
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Re: Amelia Earhart – A mais icônica aviadora em Natal
Muito bom este post Fontenele, parabéns, obrigado por postar.
Athos- Major
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Obrigado Alberto e Athos. Abraços. Quanto ao filme, assisti o finzinho em algum lugar.
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Re: Amelia Earhart – A mais icônica aviadora em Natal
Valeu Fontenele, belo post para enriquecer ainda mais o nosso Tópico "Histórias da Aviação"
Tá na conta! rsrsrsrs
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Última edição por Amilckar em Qua 10 Jul 2013, 11:57, editado 1 vez(es)
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Re: Amelia Earhart – A mais icônica aviadora em Natal
Obrigado e um abraço caríssimo Amilckar.
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Re: Amelia Earhart – A mais icônica aviadora em Natal
Belo post. Nâo conhecia as teorias do destino final de Amélia. Uma aviadora que sempre me fascinou. Materia interessantissima, como o registro da passagem dela pelo Brasil, especificamente Natal.
Parabens
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