[Brasil] Após fusão com a Trip, Azul vai acelerar planos de internacionalização
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[Brasil] Após fusão com a Trip, Azul vai acelerar planos de internacionalização
O Estado de S.Paulo
TERÇA-FEIRA, 17 DE JULHO DE 2012
Após fusão com a Trip, Azul vai acelerar planos de internacionalização
Aviação. Segundo executivo da Azul, com a união, empresa já voa para 96 das 108 cidades que contam com serviço aéreo regular no País; por isso, os planos de voar para o exterior, que já vinham sendo cogitados há algum tempo, ganham mais destaque
GLAUBER GONÇALVES / RIO
Desaceleração. Azul prevê expansão mais lenta e estuda rever prazos de entrega de novos aviões ou usá-los na frota da Trip
A fusão com a Trip vai deixar a Azul mais próxima de partir para o mercado de voos internacionais. Com o negócio, a empresa abandona o discurso de que ainda há muito a ser explorado no segmento doméstico antes de iniciar operações para outros países e passa a direcionar parte de sua atenção para um nicho em que já atuam suas principais concorrentes, a TAM e a Gol.
"Com certeza, (o negócio) antecipou muito do que faríamos sozinhos", disse ao Estado o vice-presidente comercial da Azul, Paulo Nascimento. "Os planos de internacionalização começam a entrar no radar de Azul e Trip uma vez que, com a fusão, estamos cobrindo praticamente o Brasil todo."
Juntas, as duas empresas aéreas voam hoje para 96 das 108 cidades que contam com serviços aéreos regulares no País.
A empresa ainda não decidiu se lançará já neste ano o primeiro voo para o exterior, como aventado anteriormente pelo controlador, David Neeleman.
Antes da associação com a Trip, ele havia manifestado a intenção de começar a voar para o Uruguai. Mesmo sem especificar destinos em estudo, Nascimento afirmou que agora é natural que a companhia passe a olhar para a América do Sul, região onde também estão concentrados os esforços internacionais da Gol.
Ao revelar que o ritmo de andamento da internacionalização está sendo ditado pelos movimentos dentro do País, como a fusão, o executivo disse que o fim das operações da companhia uruguaia Pluna pouco beneficiam o plano da Azul de voar para fora. "Pelo tamanho dela, não é nada que vá afetar nossos planos", afirmou. A aérea do país vizinho era uma das empresas estrangeiras que oferecia o maior número de voos para o Brasil.
Em paralelo à estruturação do plano de voar para o exterior, a Azul terá que trabalhar na consolidação da fusão com a Trip. Apesar do momento adverso para o setor aéreo no mundo e em especial no Brasil, o plano da empresa é continuar crescendo.
Para este ano, a Azul mantém a estimativa, feita em janeiro, de ampliar em 40% o número de passageiros transportados. De agora em diante, porém, a empresa diz que crescerá em menor velocidade.
Para isso, ajustes devem ser feitos. Uma das possíveis medidas é rever o ritmo de recebimento das aeronaves encomendadas. Outra possibilidade é utilizar os aviões recebidos para renovar a frota da Trip, cuja idade média é superior à da Azul. As duas companhias operam com jatos Embraer e turboélices fabricados pela franco-italiana ATR.
Modelo Azul. Além disso, Nascimento sinalizou que a gestão de rotas adotada pela Trip, que atendia alguns destinos com um número pequeno de voos, deve dar lugar ao modelo da Azul após a fusão. "A Trip tinha rotas num modelo um pouco diferente do nosso; às vezes era uma frequência por dia. Nós gostamos muito de atender mercados com várias frequências por dia", declarou.
Dentro da empresa, a visão é de que a aérea resultante da transação terá condições de disputar "quase que de igual para igual" com a Gol e a TAM no mercado doméstico. "Se você tem apenas várias empresas pequenininhas, pouco representativas, e um duopólio muito grande, a competitividade é menor do que quando você entra com uma empresa mais forte", disse Nascimento.
Cade. A empresa não tem previsão de quanto tempo levará para que a fusão seja aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Como o negócio foi formalizado pelas companhias aéreas em 28 de maio, último dia antes da entrada em vigor das novas regras para avaliar fusões e aquisições, a transação será julgada de acordo com os critérios antigos. No processo aberto na autarquia, que terá como relator o conselheiro Ricardo Ruiz, a operação é descrita como incorporação das ações da Trip pela Azul.
● Mercado doméstico
96 cidades são atendidas por voos da Azul e Trip, de um total de 108 que recebem voos regulares
15,89% é a soma da participação de mercado das duas empresas em voos domésticos em maio
PARA LEMBRAR
Empresas se uniram em maio
Azul e Trip anunciaram a fusão em maio. O negócio, que prevê apenas troca de ações, cria uma companhia com faturamento anual de R$ 4,2 bilhões. Juntas, as aéreas detém 112 aviões e operam 840 voos diários em 234 rotas, interligando 96 cidades brasileiras, segundo dados divulgados no dia do anúncio da operação. Com o acordo, os acionistas da Azul terão dois terços das ações da nova empresa e um terço ficará nas mãos dos investidores da Trip. Inicialmente, as aéreas seguirão operando de forma independente, com suas marcas e frotas separadas, sob o comando de uma holding, a Azul Trip. Além de obter o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a transação precisa do sinal verde da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com os últimos dados da autarquia, a participação de mercado conjunta das duas empresas no segmento de voos domésticos foi de cerca de 16% em maio.
TERÇA-FEIRA, 17 DE JULHO DE 2012
Após fusão com a Trip, Azul vai acelerar planos de internacionalização
Aviação. Segundo executivo da Azul, com a união, empresa já voa para 96 das 108 cidades que contam com serviço aéreo regular no País; por isso, os planos de voar para o exterior, que já vinham sendo cogitados há algum tempo, ganham mais destaque
GLAUBER GONÇALVES / RIO
Desaceleração. Azul prevê expansão mais lenta e estuda rever prazos de entrega de novos aviões ou usá-los na frota da Trip
A fusão com a Trip vai deixar a Azul mais próxima de partir para o mercado de voos internacionais. Com o negócio, a empresa abandona o discurso de que ainda há muito a ser explorado no segmento doméstico antes de iniciar operações para outros países e passa a direcionar parte de sua atenção para um nicho em que já atuam suas principais concorrentes, a TAM e a Gol.
"Com certeza, (o negócio) antecipou muito do que faríamos sozinhos", disse ao Estado o vice-presidente comercial da Azul, Paulo Nascimento. "Os planos de internacionalização começam a entrar no radar de Azul e Trip uma vez que, com a fusão, estamos cobrindo praticamente o Brasil todo."
Juntas, as duas empresas aéreas voam hoje para 96 das 108 cidades que contam com serviços aéreos regulares no País.
A empresa ainda não decidiu se lançará já neste ano o primeiro voo para o exterior, como aventado anteriormente pelo controlador, David Neeleman.
Antes da associação com a Trip, ele havia manifestado a intenção de começar a voar para o Uruguai. Mesmo sem especificar destinos em estudo, Nascimento afirmou que agora é natural que a companhia passe a olhar para a América do Sul, região onde também estão concentrados os esforços internacionais da Gol.
Ao revelar que o ritmo de andamento da internacionalização está sendo ditado pelos movimentos dentro do País, como a fusão, o executivo disse que o fim das operações da companhia uruguaia Pluna pouco beneficiam o plano da Azul de voar para fora. "Pelo tamanho dela, não é nada que vá afetar nossos planos", afirmou. A aérea do país vizinho era uma das empresas estrangeiras que oferecia o maior número de voos para o Brasil.
Em paralelo à estruturação do plano de voar para o exterior, a Azul terá que trabalhar na consolidação da fusão com a Trip. Apesar do momento adverso para o setor aéreo no mundo e em especial no Brasil, o plano da empresa é continuar crescendo.
Para este ano, a Azul mantém a estimativa, feita em janeiro, de ampliar em 40% o número de passageiros transportados. De agora em diante, porém, a empresa diz que crescerá em menor velocidade.
Para isso, ajustes devem ser feitos. Uma das possíveis medidas é rever o ritmo de recebimento das aeronaves encomendadas. Outra possibilidade é utilizar os aviões recebidos para renovar a frota da Trip, cuja idade média é superior à da Azul. As duas companhias operam com jatos Embraer e turboélices fabricados pela franco-italiana ATR.
Modelo Azul. Além disso, Nascimento sinalizou que a gestão de rotas adotada pela Trip, que atendia alguns destinos com um número pequeno de voos, deve dar lugar ao modelo da Azul após a fusão. "A Trip tinha rotas num modelo um pouco diferente do nosso; às vezes era uma frequência por dia. Nós gostamos muito de atender mercados com várias frequências por dia", declarou.
Dentro da empresa, a visão é de que a aérea resultante da transação terá condições de disputar "quase que de igual para igual" com a Gol e a TAM no mercado doméstico. "Se você tem apenas várias empresas pequenininhas, pouco representativas, e um duopólio muito grande, a competitividade é menor do que quando você entra com uma empresa mais forte", disse Nascimento.
Cade. A empresa não tem previsão de quanto tempo levará para que a fusão seja aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Como o negócio foi formalizado pelas companhias aéreas em 28 de maio, último dia antes da entrada em vigor das novas regras para avaliar fusões e aquisições, a transação será julgada de acordo com os critérios antigos. No processo aberto na autarquia, que terá como relator o conselheiro Ricardo Ruiz, a operação é descrita como incorporação das ações da Trip pela Azul.
● Mercado doméstico
96 cidades são atendidas por voos da Azul e Trip, de um total de 108 que recebem voos regulares
15,89% é a soma da participação de mercado das duas empresas em voos domésticos em maio
PARA LEMBRAR
Empresas se uniram em maio
Azul e Trip anunciaram a fusão em maio. O negócio, que prevê apenas troca de ações, cria uma companhia com faturamento anual de R$ 4,2 bilhões. Juntas, as aéreas detém 112 aviões e operam 840 voos diários em 234 rotas, interligando 96 cidades brasileiras, segundo dados divulgados no dia do anúncio da operação. Com o acordo, os acionistas da Azul terão dois terços das ações da nova empresa e um terço ficará nas mãos dos investidores da Trip. Inicialmente, as aéreas seguirão operando de forma independente, com suas marcas e frotas separadas, sob o comando de uma holding, a Azul Trip. Além de obter o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a transação precisa do sinal verde da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com os últimos dados da autarquia, a participação de mercado conjunta das duas empresas no segmento de voos domésticos foi de cerca de 16% em maio.
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