Overfly nas cartas

Pessoal, boa noite,

Fiz um voo há pouco SBCG SBMG, e gostaria de uma ajuda dos senhores. Primeiro é, pelo AIRAC disponibilizado percebo uma certa displicência em relação ao overfly dos waypoints tanto nas SIDs quanto nas STARs brasileiras.

Fiz a saída KISAB1A da RWY 6 de SBCG e já de início, após acoplar AP a aeronave começou a virar para o próximo waypoint. Um pouco mais pra frente o controller do rc4 já me disse que estava "drifting off course", ou seja, tive que pedir direct ck.

Na carta da desta SID, temos: Após decolagem manter rumo 058 até 3500, voar 4mn até waypoint flyover CG021....

Ou seja, faltou um overfly na SID que não foi considerado.

Na chegada, RNAV para a RWY 10, muita turbulência e chuva, e mesma coisa, como a aeronave não fez flyover sobre os waypoints, o alinhamento foi todo torto à cabeceira, consegui pousar, mas, na vida real certamente optaria pelo go around visto o risco do pouso. Resultado, catrapo de 500 fpm e pneu estourado no fspax.

A pergunta é: Temos como saber se o waypoint deve ser overfly pela carta? Lendo a SID de SBCG, se especifica claramente o overfly, mas na RNAV da RWY 10 de SBMG não encontrei nada.

Abraço aos amigos. Bom final de semana.

Na KISAB1A tem um fly-over na posição CG021. E no RNAV para a pista 10 em Maringa tem fly-over a RW10 e no fixo de arremetida, o MG367.

A simbologia é simples, o fixo tem um circulo ao redor do simbolo que representa o fixo GNSS, que é um estrela de 4 pontas, parecendo uma rosa dos ventos bem simples.... Se a estrela não tem o circulo então é um fixo Fly-by...

Perfeito Fabbrini, muito obrigado pela sua explicação.

Tenho mais umas dúvidas, primeiro, você pode detalhar um pouco o que seria o fixo GNSS? Li a respeito do Global Nav Satellite System, mas não entendi muito bem.

Segundo, qual a real necessidade da RWY 10 ter um fly over, visto que após o último fixo nessa RNAV eu já estaria com AP desacoplado? Esse fly over me daria garantia de alinhamento com a cabeceira, gerando mais tempo de AP acoplado, principalmente no caso de mal tempo?

Hermes escreveu:
Tenho mais umas dúvidas, primeiro, você pode detalhar um pouco o que seria o fixo GNSS? Li a respeito do Global Nav Satellite System, mas não entendi muito bem.

GNSS, como o professor de navegação dos pilotos da Azul resumiu, é igual a GPS. GNSS seria um termo mais correto só isso....

Hoje em dia com o advento cada vez maior dessa tecnologia tem ficado cada vez mais facil fazer esses procedimentos.... Hoje mesmo eu fiz em Campinas quando voltava de Manaus.... RNAV (GNSS) pista 33.... Já sei até decorado a preparação do E-190/195 de tanto que faço..... hehehe

Hermes escreveu:
Segundo, qual a real necessidade da RWY 10 ter um fly over, visto que após o último fixo nessa RNAV eu já estaria com AP desacoplado? Esse fly over me daria garantia de alinhamento com a cabeceira, gerando mais tempo de AP acoplado, principalmente no caso de mal tempo?

Um fly-over sobre a cabeceira aumenta o gabarito de segurança para a arremetida. É para assegurar que a aeronave estara no lugar correto. Afinal, se fosse um fixo fly-by, voce poderia "erra-lo" por uma margem. Já o Fly-over não.... E mesmo se o AP está desligado, o flight director ainda te joga para cima do fixo então o perfil de arremetida está garantido....

Fabbrini, muito obrigado. Aceite um ponto pela sua explanação.