[Brasil] Rombo de R$ 640 milhões no setor aéreo é questionado por empresas
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[Brasil] Rombo de R$ 640 milhões no setor aéreo é questionado por empresas
Rombo de R$ 640 milhões no setor aéreo é questionado por empresas
Ilustrativo
Anac divulgou um anuário do setor com a informação de que os voos de 15 companhias, como TAM, Webjet e Avianca, são deficitários
Companhias aéreas e analistas do mercado enxergam com ceticismo o raio-x do setor divulgado ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no Anuário do Transporte Aéreo de 2010. A publicação aponta um rombo de R$ 640 milhões no resultado de voo de todas as companhias brasileiras em 2010. Das 24 empresas que enviaram seus dados financeiros, 15 ficaram no vermelho.
A leitura dos dados indica que as companhias não estão conseguindo fechar no azul sua atividade-fim, de transportar passageiros, cargas e mala postal. O prejuízo pode ser reduzido no resultado final das companhias com receitas adicionais, como venda de lanches a bordo e ganhos financeiros.
Os voos da TAM são os mais deficitários. Em 2010, o prejuízo da empresa somou R$ 840 milhões, segundo o anuário. Na conta, foram excluídas receitas com parceiras em programas de milhagem e com agências de viagens – um ganho de R$ 1,5 bilhão em 2010.
Em nota, a empresa disse o iG que o resultado da Anac não condiz com o desempenho de sua operação. “A TAM informa que o dado que reflete a realidade dos resultados da companhia é o lucro líquido das operações aéreas, que, foi de R$ 590 milhões em 2010”.
A Webjet, que teria perdido R$ 38 milhões com seus voos em 2010, também não considera as estatísticas apresentadas pela Anac o retrato do seu desempenho operacional. “O ano de 2010 foi excelente para a Webjet, que consolidou seu modelo de negócio de baixo custo e, pela primeira vez desde o início de suas operações, em 2005, obteve lucro”, informou a companhia.
A companhia diz que seu lucro operacional foi de R$ 41,3 milhões em 2010. As diferenças com os dados da Anac se devem a receitas não consideradas pela agência no cálculo do resultado dos voos, como remarcação de passagens e venda de lanches a bordo.
Os melhores resultados foram da Gol e Azul, que registraram ganhos de R$ 376 milhões e R$ 57 milhões, respectivamente.
Dados questionados
O Anuário da Anac é o principal levantamento sobre o setor aéreo brasileiro, mas seus dados foram considerados questionáveis por especialistas consultados pelo iG. A maioria deles diz que não acompanha a publicação, pois as informações não são auditadas.
“Os números não batem com os resultados informados nos balanços publicados pela Gol e pela TAM e, por isso, não consideramos também os dados divulgados pelas empresas de capital fechado”, afirma Caio Dias, analista do setor aéreo do Santander. Para ele, a diferença de padrões contábeis pode justificar as contradições entre os resultados. O analista acompanha as informações operacionais divulgadas no anuário, como market-share por rota.
Um analista que não quis se idenficiar disse ao iG que é possível que algumas companhias lancem receitas no demonstrativo operacional enviado à Anac que outras deixam de fora, o que pode distorcer a avaliação dos dados.
O consultor em aviação Nelson Riet diz que prefere monitorar o desempenho operacional das empresas aéreas pelo indicador Ebtidar, que mede o lucro antes dos impostos, depreciação e arrendamentos. No resultado de voos disponível no anuário da Anac, os custos com arrendamento de aeronaves são considerados.
A Anac diz que as informações foram enviadas pelas próprias companhias aéreas e que elas tiveram acesso aos números antes da publicação do anuário. Segundo a agência, nenhuma companhia fez qualquer retificação nas tabelas. Elas ainda podem solicitar correções, mas, se o fizerem, poderão ser multadas por enviarem informações incorretas à Anac.
Dificuldade em reajustar preços
Apesar do ceticismo em relação ao rombo das companhias aéreas apresentado no anuário da Anac, os analistas afirmam que, de fato, muitas enfrentam dificuldades para obter lucratividade em seus voos.
O crescimento de quase 25% na demanda no setor aéreo em 2010 veio acompanhado de uma competição acirrada, que trouxe uma queda no preço médio das passagens. Em 2010, a tarifa média foi a menos já registrada, de R$ 282,79 por trecho, uma queda de 18% ante 2009.
“As tarifas estão tão baixas que deixam as companhias sensíveis a qualquer tipo de contratempo, como problemas meteorológicos ou oscilações dos preços de combustíveis”, diz o especialista em aviação Osvaldo Ribeiro.
O aumento da concorrência entre as líderes de mercado TAM e Gol e com companhias em fase de ascensão, como Azul, Webjet , Avianca e Trip, tem inviabilizado a reposição das tarifas no mesmo ritmo que a elevação dos custos.
A dificuldade em elevar a lucratividade afeta também as empresas estrageiras. O terremoto no Japão e aa elevação do combustível fizeram as companhias reduzirem sua projeção de lucro para este ano em 50%, anunciou a Iata (associação das companhias aéreas intenacionais) há cerca de um mês.
Se esse desafio já é difícil para as grandes companhias, as empresas menores enfrentam dificuldades ainda maiores. Apenas no ano passado três companhias encerraram as operações regulares – Cruiser, Air Minas e Rico.
Veja os maiores rombos das companhias brasileiras no Anuário da Anac de 2010:
Companhia Prejuízo/Lucro dos voos (R$ milhões)
TAM -841
Avianca -65
VarigLog -47
Webjet -38
Trip -25
ABSA -19
Puma -11
Beta -11
Air Minas -9
Rico -7
Pantanal -5,4
Noar -3,8
NHT -3,2
Sol -2,4
Passaredo -2,4
Cruiser 0,02
Mega 0,18
Abaeté 0,31
Sete 1,24
Team 1,9
Total 6,2
Rio 6,3
Azul 57,5
Gol 376
Fonte: IG
Via: Direto da Pista
Ilustrativo
Anac divulgou um anuário do setor com a informação de que os voos de 15 companhias, como TAM, Webjet e Avianca, são deficitários
Companhias aéreas e analistas do mercado enxergam com ceticismo o raio-x do setor divulgado ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no Anuário do Transporte Aéreo de 2010. A publicação aponta um rombo de R$ 640 milhões no resultado de voo de todas as companhias brasileiras em 2010. Das 24 empresas que enviaram seus dados financeiros, 15 ficaram no vermelho.
A leitura dos dados indica que as companhias não estão conseguindo fechar no azul sua atividade-fim, de transportar passageiros, cargas e mala postal. O prejuízo pode ser reduzido no resultado final das companhias com receitas adicionais, como venda de lanches a bordo e ganhos financeiros.
Os voos da TAM são os mais deficitários. Em 2010, o prejuízo da empresa somou R$ 840 milhões, segundo o anuário. Na conta, foram excluídas receitas com parceiras em programas de milhagem e com agências de viagens – um ganho de R$ 1,5 bilhão em 2010.
Em nota, a empresa disse o iG que o resultado da Anac não condiz com o desempenho de sua operação. “A TAM informa que o dado que reflete a realidade dos resultados da companhia é o lucro líquido das operações aéreas, que, foi de R$ 590 milhões em 2010”.
A Webjet, que teria perdido R$ 38 milhões com seus voos em 2010, também não considera as estatísticas apresentadas pela Anac o retrato do seu desempenho operacional. “O ano de 2010 foi excelente para a Webjet, que consolidou seu modelo de negócio de baixo custo e, pela primeira vez desde o início de suas operações, em 2005, obteve lucro”, informou a companhia.
A companhia diz que seu lucro operacional foi de R$ 41,3 milhões em 2010. As diferenças com os dados da Anac se devem a receitas não consideradas pela agência no cálculo do resultado dos voos, como remarcação de passagens e venda de lanches a bordo.
Os melhores resultados foram da Gol e Azul, que registraram ganhos de R$ 376 milhões e R$ 57 milhões, respectivamente.
Dados questionados
O Anuário da Anac é o principal levantamento sobre o setor aéreo brasileiro, mas seus dados foram considerados questionáveis por especialistas consultados pelo iG. A maioria deles diz que não acompanha a publicação, pois as informações não são auditadas.
“Os números não batem com os resultados informados nos balanços publicados pela Gol e pela TAM e, por isso, não consideramos também os dados divulgados pelas empresas de capital fechado”, afirma Caio Dias, analista do setor aéreo do Santander. Para ele, a diferença de padrões contábeis pode justificar as contradições entre os resultados. O analista acompanha as informações operacionais divulgadas no anuário, como market-share por rota.
Um analista que não quis se idenficiar disse ao iG que é possível que algumas companhias lancem receitas no demonstrativo operacional enviado à Anac que outras deixam de fora, o que pode distorcer a avaliação dos dados.
O consultor em aviação Nelson Riet diz que prefere monitorar o desempenho operacional das empresas aéreas pelo indicador Ebtidar, que mede o lucro antes dos impostos, depreciação e arrendamentos. No resultado de voos disponível no anuário da Anac, os custos com arrendamento de aeronaves são considerados.
A Anac diz que as informações foram enviadas pelas próprias companhias aéreas e que elas tiveram acesso aos números antes da publicação do anuário. Segundo a agência, nenhuma companhia fez qualquer retificação nas tabelas. Elas ainda podem solicitar correções, mas, se o fizerem, poderão ser multadas por enviarem informações incorretas à Anac.
Dificuldade em reajustar preços
Apesar do ceticismo em relação ao rombo das companhias aéreas apresentado no anuário da Anac, os analistas afirmam que, de fato, muitas enfrentam dificuldades para obter lucratividade em seus voos.
O crescimento de quase 25% na demanda no setor aéreo em 2010 veio acompanhado de uma competição acirrada, que trouxe uma queda no preço médio das passagens. Em 2010, a tarifa média foi a menos já registrada, de R$ 282,79 por trecho, uma queda de 18% ante 2009.
“As tarifas estão tão baixas que deixam as companhias sensíveis a qualquer tipo de contratempo, como problemas meteorológicos ou oscilações dos preços de combustíveis”, diz o especialista em aviação Osvaldo Ribeiro.
O aumento da concorrência entre as líderes de mercado TAM e Gol e com companhias em fase de ascensão, como Azul, Webjet , Avianca e Trip, tem inviabilizado a reposição das tarifas no mesmo ritmo que a elevação dos custos.
A dificuldade em elevar a lucratividade afeta também as empresas estrageiras. O terremoto no Japão e aa elevação do combustível fizeram as companhias reduzirem sua projeção de lucro para este ano em 50%, anunciou a Iata (associação das companhias aéreas intenacionais) há cerca de um mês.
Se esse desafio já é difícil para as grandes companhias, as empresas menores enfrentam dificuldades ainda maiores. Apenas no ano passado três companhias encerraram as operações regulares – Cruiser, Air Minas e Rico.
Veja os maiores rombos das companhias brasileiras no Anuário da Anac de 2010:
Companhia Prejuízo/Lucro dos voos (R$ milhões)
TAM -841
Avianca -65
VarigLog -47
Webjet -38
Trip -25
ABSA -19
Puma -11
Beta -11
Air Minas -9
Rico -7
Pantanal -5,4
Noar -3,8
NHT -3,2
Sol -2,4
Passaredo -2,4
Cruiser 0,02
Mega 0,18
Abaeté 0,31
Sete 1,24
Team 1,9
Total 6,2
Rio 6,3
Azul 57,5
Gol 376
Fonte: IG
Via: Direto da Pista
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