[Internacional] Singapore Airlines: Qualidade Vem do Berço – Visita ao Centro de Treinamento
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[Internacional] Singapore Airlines: Qualidade Vem do Berço – Visita ao Centro de Treinamento
Singapore Airlines: Qualidade Vem do Berço – Visita ao Centro de Treinamento
Um dos pontos altos da minha viagem a Cingapura foi o convite para visitar o Centro de Treinamento da Singapore Airlines. Já ouviu a expressão “feliz como um pinto no lixo”? Ela podia me definir naquele momento!
Lá eu pude entender um pouco mais como a qualidade Singapore Airlines é construída e mantida por seus funcionários.
Já na chegada ao centro de treinamento, podia ser visto um letreiro eletrônico trazendo dados de desempenho da cia aérea. Uma lembrança à todos sobre a íntima dependência deles do trabalho que cada um desempenha dentro da empresa.
Em vários locais espalhados pelo Centro de Treinamento, podiam ser vistos cartazes ou faixas lembrando do compromisso principal daqueles que integram a Singapore.
Formação dos Comissários
O Centro de Treinamento forma cerca de 1000 comissários por ano, que constituem turmas mistas de 20 integrantes, que são submetidos a um programa muito intenso e rigoroso com duração de 3 meses.
Aulas sobre maquiagem, penteado, postura, de como se portar ao usar o justo Sarong Kebaya (uniforme oficial da Singapore Girls, como são chamadas as comissárias), aulas sobre vinhos e harmonização, como servir e preparar a apresentação dos pratos, organização de materiais e alimentos, treinamentos de segurança e de resposta à situações de emergência em simuladores de todos os modelos de aeronaves da cia aérea, aulas de línguas (no momento, um pequeno grupo está iniciando treinamento em português), dentre outras matérias formam o extenso currículo.
Ao entrarmos em uma sala de treinamento, a professora rapidamente põe em ordem a turma e somos recebidos um uníssono “Bom Dia” e “Sejam Bem-Vindos”. Na saída da sala, nova formação de ordem e um uníssono “Muito Obrigado”. Fato que dá idéia de como se desenrola o treinamento por lá.
A coisa toda é desenvolvida em um clima quase militar, que chega a ser estranho a nós ocidentais e que ao mesmo tempo não parece em nada incomodar aos novos comissários já acostumados ao mesmo regime nas rígidas escolas públicas de Cingapura. Ao contrário, ser admitido na Singapore parece realmente um sonho e um motivo de orgulho para esses jovens.
Talvez por isso, a cia aérea faça uma opção clara por manter um grupo de comissários com claro perfil oriental, refletindo a composição de etnias do próprio país sede da cia aérea e mais adaptado aquele modelo de treinamento.
Após finalizado o treinamento, os novos comissários passam por um período probatório de 6 meses em efetivo exercício em vôos Singapore.
Algumas curiosidades do modelo de treinamento de comissários da Singapore:
Os comissários homens apreendem como maquiar e como fazer os penteados das Singapores Girls no caso de alguma delas necessitar de seu apoio. Terão que provar que aprenderam todas lições dadas em apenas 2 dias de treinamento intensivo. Não deve ser nada fácil para um homem absorver todas essas informações em tão pouco tempo!
A evolução da carreira de comissários não envolve ser promovido a trabalhar apenas nas classes superiores. Todos os comissários rodam todas as classes de serviço durante os vários dias da sua escala de trabalho. Uma lembrança que seu desempenho estará sempre sendo avaliado independente da classe de serviço.
Quando eu fazia fotos de uma refeição da Singapore, uma comissária começou a se desculpar e pediu licença para retirar um dos pratos com ovos poché, já que um dos ovos estava levemente amassado. Eu respondi que não havia problemas, pois eu queria fazer um foto de uma refeição real da cia aérea. Mais do que rápido ela respondeu que aquilo era uma exceção e que o padrão Singapore não era aquele. Um exemplo de como a cultura Singapore e o respeito à marca que representam está introjetada dentro deles.
São necessários cerca de 25 anos de serviço para se tornar um Supervisor de bordo na Singapore Airlines.
O Treinamento dos Pilotos
No caso dos pilotos, a Singapore já tem uma política mais global de admissão, até porque é um treinamento muito caro e experiência conta muito.
Por ano, são formados ou adaptados ao padrão Singapore cerca de 200 pilotos. No centro de treinamento na Austrália, os cadetes voam por cerca de 14 meses. Depois vão voar em treinamento por mais 12 meses em Cingapura até tornarem-se co-pilotos. Passarão cerca de 10 anos voando até terem a oportunidade de passarem a pilotos.
Os pilotos que vem de fora passam por um treinamento de re-qualificação de cerca de 4 meses onde terão contato com o jeito Singapore de voar.
Todos os pilotos passam por treinamentos regulares teóricos e práticos nas dependências do Centro de Treinamento.
Não se engane, esse equipamento custa centena de milhares de dólares
O que não falta são simuladores de vôos no centro de treinamento. Desde o mais simples com cara de jogo de computador de geek, que custam algumas centenas de milhares de dólares, até simuladores de A380, que custam alguns milhões de dólares. Simuladores de todas as aeronaves usadas pela Singapore formando um pátio de simuladores.
O Comandante Mathew com 40 anos de casa nos levou para conhecer um deles. Apesar não ter tido a oportunidade de ver um funcionando a todo o vapor, foi possível presenciar a visão que um piloto tem no simulador ao pousar em uma cidade como São Francisco. Realmente é impressionante como a realidade é simulada!
Um Pouquinho de Brasil na Singapore Airlines
Apesar de tentar manter uma identidade asiática nos comissários de bordo, nas cabines de comando das aeronaves Singapore os pilotos brasileiros já são bem-vindos há algum tempo.
Já são 7 os pilotos brasileiros na Singapore Airlines (ex-Varig, ex-Transbrasil, ex-Vasp, ex-Tam, entre outras origens) voando nos seus B777, isso sem contar os que atuam na divisão de cargueiros. A maioria deles foram destacadas para atuar na nova rota para o Brasil a fim de facilitar a adaptação dos demais pilotos.
Capitão Paulo Prange
No meu vôo de ida, um piloto ex-Varig foi uns dos responsáveis pelo vôo. O Capitão Paulo está a cerca de 4 anos na Singapore e relata estar bem adaptado e satisfeito com a proposta da cia aérea. Quando perguntado se a cobrança sobre os pilotos poderia ser considerada acima do normal, Paulo relata que existe sim uma cobrança, mas uma cobrança de qualidade de serviços e que junto com a cobrança também vem uma série de investimentos da cia aérea no treinamento de seus profissionais e na forma de dar um bom suporte às famílias dos mesmos.
Apesar de curta, a conversa com o Comandante Paulo reforçou minha convicção da opção pela qualidade da Singapore. Ele relatou que no caso de ter de optar entre economizar combustível ou dar mais conforto aos passageiros fazendo um desvio de rota ou alterando a altitude de vôo, a segunda opção é sempre a de escolha (sempre após a primordial opção pela segurança). Olha que a redução de consumo de combustível tem sido uma ênfase de todas as grandes cias aéreas.
Qualidade, Qualidade, Qualidade… Um Mantra
Saí do Centro de Treinamento impressionado com o que vi e ouvi.
Nossa cultura ocidental é diferente da cultura oriental. O que aos nossos olhos é opressor, aos olhos deles é algo corriqueiro. O que aos nossos olhos é tido com resultado de flexibilidade, aos olhos deles é falta de controle de qualidade. Assim, não posso e não devo julgar o treinamento do ponto de vista ocidental.
O que vi foi uma cultura empresarial claramente sendo repassada a quem é admitido na empresa, empregados conscientes de que são representantes de uma filosofia, de uma marca e de um país, além de muito orgulho escancarado de estar ali dentro.
Sabe, apesar do constante investimento em aeronaves e sistemas modernos, o que faz a Singapore Airlines o que ela é hoje e a experiência de voar com ela algo acima da média da concorrência são seus funcionários e a forma com que são treinados!
Fonte: aquelapassagem.com.br
Via: Direto da pista
Um dos pontos altos da minha viagem a Cingapura foi o convite para visitar o Centro de Treinamento da Singapore Airlines. Já ouviu a expressão “feliz como um pinto no lixo”? Ela podia me definir naquele momento!
Lá eu pude entender um pouco mais como a qualidade Singapore Airlines é construída e mantida por seus funcionários.
Já na chegada ao centro de treinamento, podia ser visto um letreiro eletrônico trazendo dados de desempenho da cia aérea. Uma lembrança à todos sobre a íntima dependência deles do trabalho que cada um desempenha dentro da empresa.
Em vários locais espalhados pelo Centro de Treinamento, podiam ser vistos cartazes ou faixas lembrando do compromisso principal daqueles que integram a Singapore.
Formação dos Comissários
O Centro de Treinamento forma cerca de 1000 comissários por ano, que constituem turmas mistas de 20 integrantes, que são submetidos a um programa muito intenso e rigoroso com duração de 3 meses.
Aulas sobre maquiagem, penteado, postura, de como se portar ao usar o justo Sarong Kebaya (uniforme oficial da Singapore Girls, como são chamadas as comissárias), aulas sobre vinhos e harmonização, como servir e preparar a apresentação dos pratos, organização de materiais e alimentos, treinamentos de segurança e de resposta à situações de emergência em simuladores de todos os modelos de aeronaves da cia aérea, aulas de línguas (no momento, um pequeno grupo está iniciando treinamento em português), dentre outras matérias formam o extenso currículo.
Ao entrarmos em uma sala de treinamento, a professora rapidamente põe em ordem a turma e somos recebidos um uníssono “Bom Dia” e “Sejam Bem-Vindos”. Na saída da sala, nova formação de ordem e um uníssono “Muito Obrigado”. Fato que dá idéia de como se desenrola o treinamento por lá.
A coisa toda é desenvolvida em um clima quase militar, que chega a ser estranho a nós ocidentais e que ao mesmo tempo não parece em nada incomodar aos novos comissários já acostumados ao mesmo regime nas rígidas escolas públicas de Cingapura. Ao contrário, ser admitido na Singapore parece realmente um sonho e um motivo de orgulho para esses jovens.
Talvez por isso, a cia aérea faça uma opção clara por manter um grupo de comissários com claro perfil oriental, refletindo a composição de etnias do próprio país sede da cia aérea e mais adaptado aquele modelo de treinamento.
Após finalizado o treinamento, os novos comissários passam por um período probatório de 6 meses em efetivo exercício em vôos Singapore.
Algumas curiosidades do modelo de treinamento de comissários da Singapore:
Os comissários homens apreendem como maquiar e como fazer os penteados das Singapores Girls no caso de alguma delas necessitar de seu apoio. Terão que provar que aprenderam todas lições dadas em apenas 2 dias de treinamento intensivo. Não deve ser nada fácil para um homem absorver todas essas informações em tão pouco tempo!
A evolução da carreira de comissários não envolve ser promovido a trabalhar apenas nas classes superiores. Todos os comissários rodam todas as classes de serviço durante os vários dias da sua escala de trabalho. Uma lembrança que seu desempenho estará sempre sendo avaliado independente da classe de serviço.
Quando eu fazia fotos de uma refeição da Singapore, uma comissária começou a se desculpar e pediu licença para retirar um dos pratos com ovos poché, já que um dos ovos estava levemente amassado. Eu respondi que não havia problemas, pois eu queria fazer um foto de uma refeição real da cia aérea. Mais do que rápido ela respondeu que aquilo era uma exceção e que o padrão Singapore não era aquele. Um exemplo de como a cultura Singapore e o respeito à marca que representam está introjetada dentro deles.
São necessários cerca de 25 anos de serviço para se tornar um Supervisor de bordo na Singapore Airlines.
O Treinamento dos Pilotos
No caso dos pilotos, a Singapore já tem uma política mais global de admissão, até porque é um treinamento muito caro e experiência conta muito.
Por ano, são formados ou adaptados ao padrão Singapore cerca de 200 pilotos. No centro de treinamento na Austrália, os cadetes voam por cerca de 14 meses. Depois vão voar em treinamento por mais 12 meses em Cingapura até tornarem-se co-pilotos. Passarão cerca de 10 anos voando até terem a oportunidade de passarem a pilotos.
Os pilotos que vem de fora passam por um treinamento de re-qualificação de cerca de 4 meses onde terão contato com o jeito Singapore de voar.
Todos os pilotos passam por treinamentos regulares teóricos e práticos nas dependências do Centro de Treinamento.
Não se engane, esse equipamento custa centena de milhares de dólares
O que não falta são simuladores de vôos no centro de treinamento. Desde o mais simples com cara de jogo de computador de geek, que custam algumas centenas de milhares de dólares, até simuladores de A380, que custam alguns milhões de dólares. Simuladores de todas as aeronaves usadas pela Singapore formando um pátio de simuladores.
O Comandante Mathew com 40 anos de casa nos levou para conhecer um deles. Apesar não ter tido a oportunidade de ver um funcionando a todo o vapor, foi possível presenciar a visão que um piloto tem no simulador ao pousar em uma cidade como São Francisco. Realmente é impressionante como a realidade é simulada!
Um Pouquinho de Brasil na Singapore Airlines
Apesar de tentar manter uma identidade asiática nos comissários de bordo, nas cabines de comando das aeronaves Singapore os pilotos brasileiros já são bem-vindos há algum tempo.
Já são 7 os pilotos brasileiros na Singapore Airlines (ex-Varig, ex-Transbrasil, ex-Vasp, ex-Tam, entre outras origens) voando nos seus B777, isso sem contar os que atuam na divisão de cargueiros. A maioria deles foram destacadas para atuar na nova rota para o Brasil a fim de facilitar a adaptação dos demais pilotos.
Capitão Paulo Prange
No meu vôo de ida, um piloto ex-Varig foi uns dos responsáveis pelo vôo. O Capitão Paulo está a cerca de 4 anos na Singapore e relata estar bem adaptado e satisfeito com a proposta da cia aérea. Quando perguntado se a cobrança sobre os pilotos poderia ser considerada acima do normal, Paulo relata que existe sim uma cobrança, mas uma cobrança de qualidade de serviços e que junto com a cobrança também vem uma série de investimentos da cia aérea no treinamento de seus profissionais e na forma de dar um bom suporte às famílias dos mesmos.
Apesar de curta, a conversa com o Comandante Paulo reforçou minha convicção da opção pela qualidade da Singapore. Ele relatou que no caso de ter de optar entre economizar combustível ou dar mais conforto aos passageiros fazendo um desvio de rota ou alterando a altitude de vôo, a segunda opção é sempre a de escolha (sempre após a primordial opção pela segurança). Olha que a redução de consumo de combustível tem sido uma ênfase de todas as grandes cias aéreas.
Qualidade, Qualidade, Qualidade… Um Mantra
Saí do Centro de Treinamento impressionado com o que vi e ouvi.
Nossa cultura ocidental é diferente da cultura oriental. O que aos nossos olhos é opressor, aos olhos deles é algo corriqueiro. O que aos nossos olhos é tido com resultado de flexibilidade, aos olhos deles é falta de controle de qualidade. Assim, não posso e não devo julgar o treinamento do ponto de vista ocidental.
O que vi foi uma cultura empresarial claramente sendo repassada a quem é admitido na empresa, empregados conscientes de que são representantes de uma filosofia, de uma marca e de um país, além de muito orgulho escancarado de estar ali dentro.
Sabe, apesar do constante investimento em aeronaves e sistemas modernos, o que faz a Singapore Airlines o que ela é hoje e a experiência de voar com ela algo acima da média da concorrência são seus funcionários e a forma com que são treinados!
Fonte: aquelapassagem.com.br
Via: Direto da pista
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