[FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
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Edilson
Bayma
andre_sp
Amilckar
Ricardo Felix
Paulo RKM
Jacsantana
José Alberto
Larrubia
Alexandre da Silva
Casanova
José Augusto Lima
rhodesbauer
17 participantes
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[FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Bem, não tenho a mesma qualidade literária de nosso amigo jornalista Edilson, nem minhas imagens ficam tão boas quanto às dele, mas vou fazer aqui um pequeno (bem grande) conto.
Era uma fria manhã de outono em Caloundra (YCDR). Os pássaros iniciavam sua algazarra diária com os primeiros raios do astro rei a vencer a escuridão da noite; no pátio vazio do aeroporto os aviões que não foram recolhidos aos galpões descansavam ao relento, com suas belas carenagens brilhando com o toque suave da luz da manhã.
#01
O ranger da velha porta do galpão da escola de aviação cortou a manhã, espantando os pássaros que piando em protesto voaram para longe dali.
O velho Bob saiu pela porta e percorreu com o olhar cansado o pátio cheio de aeronaves. Fazia tempo que o velho Bob não pilotava, mas sempre cuidou com muito esmero das aeronaves da escola. Já não havia mais tanto interesse nos jovens pelos velhos aviões. Agora eles queriam sempre o caminho mais rápido para os jatos e alguns dos aviões só não viravam sucata por causa do empenho dele.
Bob puxou do bolso do macacão sujo de graxa o velho cachimbo, preparou com um pouco de tabaco e o levou a boca. A luz do isqueiro iluminou brevemente a face do homem, enrugada por ter sido exposta por tanto tempo ao sol de elevadas altitudes.
Desceu os três lances de escadas e foi fazer a vistoria diária nos aviões, verificar se havia vazamentos mas sua atenção foi desviada para o terminal que estava com várias luzes acesas. O que era muito incomum para àquela hora da manha.
Bob finalizou sua vistoria, e caminhando até o refeitório foi preparar uma garrafa de café. Não havia passado muito e logo entrou correndo e esbaforido o administrador do Aeroporto. Com as roupas amassadas e fora de centro, o cabelo amarrotado e a cara amassada; estava bem óbvio que tinha sido tirado as pressas da cama.
-Bob, Bob. Quem bom que você esta acordado.
O homem fez uma pausa enquanto buscava fôlego e Bob olhando de lado, desconfiado.
- Bob, o prefeito esta ai, na recepção. Parece que o filho dele sofreu um acidente lá em Hervey Bay e foi levado para o hospital em Bundaberg. Eles tão querendo um avião rápido para ir lá!
Bob apoiou a garrafa de café recém-feito no balcão da pia, olhou a expressão de angustia do administrador e tentando não ser grosso nem mal educado disse com o melhor tom que conseguiu extrair de sua garganta ressecada...
- E porque tu esta me dizendo isso? Tu sabes que lá na escola agente só tem Cesninha e Beechcraft. O nosso avião mais rápido ia levar umas 4 horas para chegar lá, isso se não tiver que fazer uma escala antes...
Bob ia continuar inventando alguma desculpa, ele não tinha a menor intenção de ir tão longe com os aviões da escola, mesmo porque não tinha autorização dos chefes e dos instrutores, não tinha visto a agenda de aulas e tudo mais. Mas quando ainda pensava na próxima desculpa o administrador interrompeu:
- Não, não, não... Eu já falei por telefone com o dono do "DeltaKilo". Ele me passou um Fax com a autorização, eu disse que você estava acordado e ele disse que se fosse você ele alugava o avião...
Há o turbine...
Um Duke B60 Turbine, era a joia do pátio de GA de Caloundra. Quando ele estava no pátio todos os outros aviões pareciam perder o brilho. Quando ia decolar ou aterrissar era um evento. Spotters de várias partes da cidade corriam para as proximidades das cabeceiras para poder tirar fotos.
Bob já tinha feito alguns favores para o dono do "DeltaKilo", consertando um ou outro amassado e uma vez resolveu um vazamento de óleo na turbina... Conhecia aquele avião muito bem e sempre quis voar nele...
- Mmmm... No "DeltaKilo" eu vou...
Um brilho passou pelos olhos do Administrador que não deu tempo de Bob pensar duas vezes...
- Vai lá colocar tua roupa de piloto que eu vou pedir para o Felix abastecer o avião...
E tão rápido quanto entrou no refeitório o homem saiu...
Não havia muito mais o que Bob podia fazer.
Ele foi pro seu quartinho no canto do galpão da escola e colocou a roupa que a tanto tempo não usava. Prendeu as velhas asas no peito, agora já sem brilho. Assoprou o chapéu para tirar a poeira que tinha acumulado depois de tanto tempo em cima da prateleira e colocou na cabeça.
Saiu com passos firmes até o "DeltaKilo" já abastecido. Sentou na cadeira do comandante e iniciou os preparativos para a decolagem...
Murmurando os procedimentos de start mal percebeu que já vinham caminhando, guiados pelo administrador quatro pessoas. Graças aos noticiários da TV reconheceu o prefeito e a assessora dele. As outras duas mulheres deveriam ser a esposa dele e a noiva do filho.
- Fonte alternativa... Bateria... Luz da cabine... Luz do painel... Avionicos... luzes de alerta, combustível, fluxo, ventilação e freio ok... Ignition On, Pump 1 on... Starter On...
Ele aguardou enquanto o barulho típico da turbina esquerda iniciava e logo após as hélices começaram a girar causando um arrepio de contento em Bob.
Os instrumentos estabilizavam quando os quatro passageiros VIP entravam na aeronave. Bob os cumprimentou com um aceno de cabeça, deixando para que o administrador fizesse as honras de instrui-los com relação aos avisos de apertar cintos...
- Pump off, generator on... starter automatico... Agora a outra... Pump 2 on, ignition on, starter on...
A turbina direita iniciou o giro enquanto a porta do Duke era fechada. A trava emitiu o clique característico e o Administrador fez sinal de positivo. Bob aguardou os instrumentos estabilizarem e apertou o botão para anunciar no sistema de rádio que estava iniciando Taxi.
#02
#03
Não esperou muito para decolar, sabia que àquela hora não haveria movimento... Anunciou "departure do north" e jogou potência nos motores assim que alinhou na cabeceira.
O barulho dos potentes motores abafou por completo os lamentos das mulheres enquanto o avião ganhava velozmente as alturas...
#04
Enquanto curvava para interceptar a rota direta observou a lua. Quase perdeu a linha correta da curva tamanha era a beleza. Ele mal conseguia se lembrar de quando tinha visto a lua daquela forma pela última vez...
#05
Alinhou a aeronave já paralelo a rota, decidiu fazer a correção de forma bem suave pois já estava percebendo o nível de tensão dos passageiros era muito grande... Desligou os avisos de apertar o cinto de segurança e começou a apreciar a viagem...
#06
Sintonizou o centro Brisbane no rádio, pediu autorização para a transição pelo espaço Charlie e setou o Squawk code. Cotejou o contato radar e começou a ajustar os controles para cruzeiro.
#07
#08
Já havia se passado alguns minutos que estava em altura de cruzeiro, já tinha reduzido a rotação, já tinha encontrado uma boa configuração para a mistura e o avião já tinha estabilizado em 190 knts que era a velocidade indicada para cruzeiro.
Olhava o nascer do sol quando um som horrível encheu a cabine. O apito do alarme de pressão do Óleo só não foi pior do que o barulho da turbina direita desligando.
#09
Ele ligou novamente o aviso de apertar cintos e tentou o máximo que pode ignorar os lamentos que vinham dos passageiros que já se assustavam com o alarme e o barulho que deixava de vir da turbina.
Revendo em sua mente o procedimento padrão para casos de motor que para de funcionar em voo, não sabia se esses procedimentos se aplicariam ao Duke Turbine, mas não havia muito que fazer.
Cortou a mistura do motor dois, reduziu a rotação no manete, desligou o gerador e a ignição automática. Deixou que os instrumentos indicasse o desligamento da turbina e então refez o procedimento para inicializar o motor... Aguardou 5, 10, 30 segundos e nem sinal do motor responder.
Não havia muito tempo, FL105 não era muito alto para plainar de volta a Caloundra e Bob não fazia ideia do por que o motor tinha parado e começava a temer que o motor esquerdo tivesse o mesmo defeito.
Rodando as páginas do GPS identificou a pista mais próxima. (YGYM)
Olhando o nascer do sol com um medo de ser a última vez de fazê-lo pegou novamente o rádio e anunciou emergência no voo FTC743.
#10
Tomou coragem para falar com os passageiros que já estavam apavorados. Pigarreou e tentou falar com a voz mais calma que conseguiu. Avisou que iriam para Gympie pois era a pista mais próxima e faria o possível para ter um pouso tranquilo. Explicou que o avião era plenamente capaz de voar com um motor apenas mas as normas de voo obrigavam o piloto a declarar emergência e aterrissar na primeira opção disponível.
Bob não se surpreendeu quando suas palavras não acalmaram os passageiros, mas teve a impressão que ao menos o pânico tinha estancado no nível que estava, sem evoluir conforme Bob iniciava o desvio, já em descida.
Tudo ia bem, Gympie já estava sobre aviso e o corpo de bombeiros local já se direcionava para a pista. As luzes do pátio foram acesas para facilitar a localização do aeroporto uma vez que Gympie não tinha iluminação na pista. Bob já tinha alinhado com muita dificuldade pois um vento de través marcava 11 nós e Bob não estava acostumado com o leme do "DeltaKilo". Bob desceu então o flap pois pretendia ter sustentação na aproximação até ter certeza que tinha chego à pista e ficou paralisado assim que acionou a alavanca do trem de pouso e escutou o barulho da turbina esquerda desligando.
#11
Tão rápido quanto seus velhos músculos conseguiram mover seus braços, Bob desceu o nariz do avião para manter alguma velocidade, sabia que isso iria fazer com que a aproximação à pista fosse muito baixa, mas precisava manter velocidade pré stall e seus flaps já estavam baixos, não haveria tempo de recolhê-los. Bob cortou a energia da bateria, desligou todos os instrumentos e tentou religa-los. O solo se aproximava mais rápido do que pretendia, os passageiros já resmungavam uma reza que Bob não conseguia entender. Uma mão segurava os controles, a outra no manete de aceleração. Os olhos fixos na velocidade vertical. Tão logo a turbina esquerda deu sinal de vida Bob não pensou duas vezes, jogou aceleração total e levantou o bico pois a pista já estava logo à frente.
#12
De canto de olho Bob viu que só tinha dois verdes. Seu trem de pouso esquerdo não havia travado. Não era possível saber se havia descido e não travado ou se não havia sequer descido. Lembrava-se de suas instruções quando diziam que nesse caso era para tentar fazer um pouso mais duro para tentar soltar o trem de pouso, mas ele não podia arriscar, não naquela situação.
Levou o avião de lado, controlando no leme e compensando a aceleração deficiente do motor que não rendia o que deveria.
Fez o flare tentando tocar no solo primeiro com o lado direito da aeronave mas com tão pouca velocidade, o avião não teve sustentação suficiente para manter o alinhamento e logo tocou a roda defeituosa no chão, que cedeu e com um estrondo forte, muita faísca e um ranger de cortar o coração se arrastou vários metros pela pista.
Quando o avião finalmente parou, Bob desafivelou seu cinto de segurança e olhou para traz para ver se algum dos passageiros havia se machucado. Felizmente estavam todos bem. Bob auxiliou-os a sair da aeronave e saiu logo depois...
#13
Olhando de fora, enquanto os bombeiros chegavam, Bob olhou a aeronave danificada.
Não fazia ideia se o pássaro voltaria a voar novamente.
Naquele momento, só estava grato por ele estar vivo, para poder voar novamente...
No futuro...
Quem sabe...
Deus sabe...
Era uma fria manhã de outono em Caloundra (YCDR). Os pássaros iniciavam sua algazarra diária com os primeiros raios do astro rei a vencer a escuridão da noite; no pátio vazio do aeroporto os aviões que não foram recolhidos aos galpões descansavam ao relento, com suas belas carenagens brilhando com o toque suave da luz da manhã.
#01
O ranger da velha porta do galpão da escola de aviação cortou a manhã, espantando os pássaros que piando em protesto voaram para longe dali.
O velho Bob saiu pela porta e percorreu com o olhar cansado o pátio cheio de aeronaves. Fazia tempo que o velho Bob não pilotava, mas sempre cuidou com muito esmero das aeronaves da escola. Já não havia mais tanto interesse nos jovens pelos velhos aviões. Agora eles queriam sempre o caminho mais rápido para os jatos e alguns dos aviões só não viravam sucata por causa do empenho dele.
Bob puxou do bolso do macacão sujo de graxa o velho cachimbo, preparou com um pouco de tabaco e o levou a boca. A luz do isqueiro iluminou brevemente a face do homem, enrugada por ter sido exposta por tanto tempo ao sol de elevadas altitudes.
Desceu os três lances de escadas e foi fazer a vistoria diária nos aviões, verificar se havia vazamentos mas sua atenção foi desviada para o terminal que estava com várias luzes acesas. O que era muito incomum para àquela hora da manha.
Bob finalizou sua vistoria, e caminhando até o refeitório foi preparar uma garrafa de café. Não havia passado muito e logo entrou correndo e esbaforido o administrador do Aeroporto. Com as roupas amassadas e fora de centro, o cabelo amarrotado e a cara amassada; estava bem óbvio que tinha sido tirado as pressas da cama.
-Bob, Bob. Quem bom que você esta acordado.
O homem fez uma pausa enquanto buscava fôlego e Bob olhando de lado, desconfiado.
- Bob, o prefeito esta ai, na recepção. Parece que o filho dele sofreu um acidente lá em Hervey Bay e foi levado para o hospital em Bundaberg. Eles tão querendo um avião rápido para ir lá!
Bob apoiou a garrafa de café recém-feito no balcão da pia, olhou a expressão de angustia do administrador e tentando não ser grosso nem mal educado disse com o melhor tom que conseguiu extrair de sua garganta ressecada...
- E porque tu esta me dizendo isso? Tu sabes que lá na escola agente só tem Cesninha e Beechcraft. O nosso avião mais rápido ia levar umas 4 horas para chegar lá, isso se não tiver que fazer uma escala antes...
Bob ia continuar inventando alguma desculpa, ele não tinha a menor intenção de ir tão longe com os aviões da escola, mesmo porque não tinha autorização dos chefes e dos instrutores, não tinha visto a agenda de aulas e tudo mais. Mas quando ainda pensava na próxima desculpa o administrador interrompeu:
- Não, não, não... Eu já falei por telefone com o dono do "DeltaKilo". Ele me passou um Fax com a autorização, eu disse que você estava acordado e ele disse que se fosse você ele alugava o avião...
Há o turbine...
Um Duke B60 Turbine, era a joia do pátio de GA de Caloundra. Quando ele estava no pátio todos os outros aviões pareciam perder o brilho. Quando ia decolar ou aterrissar era um evento. Spotters de várias partes da cidade corriam para as proximidades das cabeceiras para poder tirar fotos.
Bob já tinha feito alguns favores para o dono do "DeltaKilo", consertando um ou outro amassado e uma vez resolveu um vazamento de óleo na turbina... Conhecia aquele avião muito bem e sempre quis voar nele...
- Mmmm... No "DeltaKilo" eu vou...
Um brilho passou pelos olhos do Administrador que não deu tempo de Bob pensar duas vezes...
- Vai lá colocar tua roupa de piloto que eu vou pedir para o Felix abastecer o avião...
E tão rápido quanto entrou no refeitório o homem saiu...
Não havia muito mais o que Bob podia fazer.
Ele foi pro seu quartinho no canto do galpão da escola e colocou a roupa que a tanto tempo não usava. Prendeu as velhas asas no peito, agora já sem brilho. Assoprou o chapéu para tirar a poeira que tinha acumulado depois de tanto tempo em cima da prateleira e colocou na cabeça.
Saiu com passos firmes até o "DeltaKilo" já abastecido. Sentou na cadeira do comandante e iniciou os preparativos para a decolagem...
Murmurando os procedimentos de start mal percebeu que já vinham caminhando, guiados pelo administrador quatro pessoas. Graças aos noticiários da TV reconheceu o prefeito e a assessora dele. As outras duas mulheres deveriam ser a esposa dele e a noiva do filho.
- Fonte alternativa... Bateria... Luz da cabine... Luz do painel... Avionicos... luzes de alerta, combustível, fluxo, ventilação e freio ok... Ignition On, Pump 1 on... Starter On...
Ele aguardou enquanto o barulho típico da turbina esquerda iniciava e logo após as hélices começaram a girar causando um arrepio de contento em Bob.
Os instrumentos estabilizavam quando os quatro passageiros VIP entravam na aeronave. Bob os cumprimentou com um aceno de cabeça, deixando para que o administrador fizesse as honras de instrui-los com relação aos avisos de apertar cintos...
- Pump off, generator on... starter automatico... Agora a outra... Pump 2 on, ignition on, starter on...
A turbina direita iniciou o giro enquanto a porta do Duke era fechada. A trava emitiu o clique característico e o Administrador fez sinal de positivo. Bob aguardou os instrumentos estabilizarem e apertou o botão para anunciar no sistema de rádio que estava iniciando Taxi.
#02
#03
Não esperou muito para decolar, sabia que àquela hora não haveria movimento... Anunciou "departure do north" e jogou potência nos motores assim que alinhou na cabeceira.
O barulho dos potentes motores abafou por completo os lamentos das mulheres enquanto o avião ganhava velozmente as alturas...
#04
Enquanto curvava para interceptar a rota direta observou a lua. Quase perdeu a linha correta da curva tamanha era a beleza. Ele mal conseguia se lembrar de quando tinha visto a lua daquela forma pela última vez...
#05
Alinhou a aeronave já paralelo a rota, decidiu fazer a correção de forma bem suave pois já estava percebendo o nível de tensão dos passageiros era muito grande... Desligou os avisos de apertar o cinto de segurança e começou a apreciar a viagem...
#06
Sintonizou o centro Brisbane no rádio, pediu autorização para a transição pelo espaço Charlie e setou o Squawk code. Cotejou o contato radar e começou a ajustar os controles para cruzeiro.
#07
#08
Já havia se passado alguns minutos que estava em altura de cruzeiro, já tinha reduzido a rotação, já tinha encontrado uma boa configuração para a mistura e o avião já tinha estabilizado em 190 knts que era a velocidade indicada para cruzeiro.
Olhava o nascer do sol quando um som horrível encheu a cabine. O apito do alarme de pressão do Óleo só não foi pior do que o barulho da turbina direita desligando.
#09
Ele ligou novamente o aviso de apertar cintos e tentou o máximo que pode ignorar os lamentos que vinham dos passageiros que já se assustavam com o alarme e o barulho que deixava de vir da turbina.
Revendo em sua mente o procedimento padrão para casos de motor que para de funcionar em voo, não sabia se esses procedimentos se aplicariam ao Duke Turbine, mas não havia muito que fazer.
Cortou a mistura do motor dois, reduziu a rotação no manete, desligou o gerador e a ignição automática. Deixou que os instrumentos indicasse o desligamento da turbina e então refez o procedimento para inicializar o motor... Aguardou 5, 10, 30 segundos e nem sinal do motor responder.
Não havia muito tempo, FL105 não era muito alto para plainar de volta a Caloundra e Bob não fazia ideia do por que o motor tinha parado e começava a temer que o motor esquerdo tivesse o mesmo defeito.
Rodando as páginas do GPS identificou a pista mais próxima. (YGYM)
Olhando o nascer do sol com um medo de ser a última vez de fazê-lo pegou novamente o rádio e anunciou emergência no voo FTC743.
#10
Tomou coragem para falar com os passageiros que já estavam apavorados. Pigarreou e tentou falar com a voz mais calma que conseguiu. Avisou que iriam para Gympie pois era a pista mais próxima e faria o possível para ter um pouso tranquilo. Explicou que o avião era plenamente capaz de voar com um motor apenas mas as normas de voo obrigavam o piloto a declarar emergência e aterrissar na primeira opção disponível.
Bob não se surpreendeu quando suas palavras não acalmaram os passageiros, mas teve a impressão que ao menos o pânico tinha estancado no nível que estava, sem evoluir conforme Bob iniciava o desvio, já em descida.
Tudo ia bem, Gympie já estava sobre aviso e o corpo de bombeiros local já se direcionava para a pista. As luzes do pátio foram acesas para facilitar a localização do aeroporto uma vez que Gympie não tinha iluminação na pista. Bob já tinha alinhado com muita dificuldade pois um vento de través marcava 11 nós e Bob não estava acostumado com o leme do "DeltaKilo". Bob desceu então o flap pois pretendia ter sustentação na aproximação até ter certeza que tinha chego à pista e ficou paralisado assim que acionou a alavanca do trem de pouso e escutou o barulho da turbina esquerda desligando.
#11
Tão rápido quanto seus velhos músculos conseguiram mover seus braços, Bob desceu o nariz do avião para manter alguma velocidade, sabia que isso iria fazer com que a aproximação à pista fosse muito baixa, mas precisava manter velocidade pré stall e seus flaps já estavam baixos, não haveria tempo de recolhê-los. Bob cortou a energia da bateria, desligou todos os instrumentos e tentou religa-los. O solo se aproximava mais rápido do que pretendia, os passageiros já resmungavam uma reza que Bob não conseguia entender. Uma mão segurava os controles, a outra no manete de aceleração. Os olhos fixos na velocidade vertical. Tão logo a turbina esquerda deu sinal de vida Bob não pensou duas vezes, jogou aceleração total e levantou o bico pois a pista já estava logo à frente.
#12
De canto de olho Bob viu que só tinha dois verdes. Seu trem de pouso esquerdo não havia travado. Não era possível saber se havia descido e não travado ou se não havia sequer descido. Lembrava-se de suas instruções quando diziam que nesse caso era para tentar fazer um pouso mais duro para tentar soltar o trem de pouso, mas ele não podia arriscar, não naquela situação.
Levou o avião de lado, controlando no leme e compensando a aceleração deficiente do motor que não rendia o que deveria.
Fez o flare tentando tocar no solo primeiro com o lado direito da aeronave mas com tão pouca velocidade, o avião não teve sustentação suficiente para manter o alinhamento e logo tocou a roda defeituosa no chão, que cedeu e com um estrondo forte, muita faísca e um ranger de cortar o coração se arrastou vários metros pela pista.
Quando o avião finalmente parou, Bob desafivelou seu cinto de segurança e olhou para traz para ver se algum dos passageiros havia se machucado. Felizmente estavam todos bem. Bob auxiliou-os a sair da aeronave e saiu logo depois...
#13
Olhando de fora, enquanto os bombeiros chegavam, Bob olhou a aeronave danificada.
Não fazia ideia se o pássaro voltaria a voar novamente.
Naquele momento, só estava grato por ele estar vivo, para poder voar novamente...
No futuro...
Quem sabe...
Deus sabe...
- FSPassenger report:
Flight FTC743 flight report log Date March 20 2011
Flight ID: FTC743
Flight Type: Normal
Pilot: Bob
Company: FSP Trainning Company
Aircraft: RealAir Beech Duke Turbine GRTDK Winglets Ve
Flight Date: March 20 2011
Departure: 05h24 (19h25 GMT)
Arrival: 05h52 (19h53 GMT)
From: YCDR
To: YGYM - Gympie - Australia
Nbr of Passengers: 4
Incident Report:
The gear didn't lock down. There was an exceptional pilot on board and despite the dire situation he was able to make a successful belly landing. The Captain has also declared an emergency before landing.
Report:
Flight Distance: 37 Nm Landing Speed: 78.95 kt
Time Airborne: 00h24:05 Landing Touchdown: -234.62 ft/m (nice)
Flight Time (block): 00h30:38 Landing Pitch: 6.37°
Time On Ground: 00h06:58 Landing Weight: 6933 lbs
Average Speed: 93.75 kt Total Fuel Used: 120 lbs
Climb Time: 00h06:19 Climb Fuel Used: 69 lbs
Cruise Time: 00h10:01 Cruise Fuel Used: 40 lbs
Average Cruise Speed: 201.86 kt (M0.31) Cruise fuel/hour: 243 lbs (calc)
Descent Time: 00h07:45 Descent Fuel Used: 10 lbs
Passenger Opinion: Exceptional flight (100%)
-Were very anxious because of the problem during flight.
-Were relieved to land safely after an emergency.
Financial Report:
Ticket Income: +$256 (37 Nm)
Cargo Income: +$55 (579 lbs)
Services Income: +$0 (0 sandwich 0 hot food 0 drink)
Services Cost: -$0 (80% quality)
Emergency Bonus: +$26 (605 failure point)
Fuel Cost: -$69 (120 lbs Jet-A1)
Airport Taxes: -$8 (Small Aircraft)
Insurance Costs: -$13 (4.32% rate)
Total Real Income: $247
Total Income: $12,350 (real x50)
Fleet Bonus: $16,275 (2 aircraft)
Total Sim Income: $28,625 (total income+fleet bonus)
Company Reputation:
Considering that the flight was perfect,the tickets price good,passengers on this flight think that your company's reputation should be 100%
Your company reputation is now: 74.19% (+2.58 increase)
Overall Flight Result: Perfect
Pilot Bonus points: 1005 points
You made a successful belly landing. (+250)
There was a problem aboard and you declared an emergency. (+150)
A serious problem occurred during flight but you landed safely, nice job. (+605)
_________________
Apenas minha opinião de bosta...
Casanova- Banido
-
Inscrito em : 01/02/2011
Mensagens : 1440
Reputação : 84
Idade : 35
Nacionalidade :
Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Poeta e piloto, profissões que combinam ...
_________________
W10 64 bits - Placa Mãe: ASUS P8Z77-V / Processador: Intel I7 3770K 4.2 Ghz - Memória: 32 GBs 4X8 HyperX 1866 MHz
Placa de Video: NVidia RTX 2060 6GBs DDR6 / Hard Disk: Seagate 1Tb + SSD 500 Gbs + SSD 1Tb/ Fonte: Thermaltake TR2 700P 700W
Meus cenários.
Meu canal no Youtube.
Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
É o mestre Edilson realmente fêz escola, pelo relato das dificuldades do vôo, pelas belas imagens e pela criatividade, nota 1000.
Parabéns Rhodes.
Parabéns Rhodes.
Larrubia- Brigadeiro
-
Inscrito em : 10/09/2008
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Gostei das imagens.
O VC do Duke, com essa iluminação, deve ser dos mais bonitos do MSFS. Este avião merece ser comprado um dia
O VC do Duke, com essa iluminação, deve ser dos mais bonitos do MSFS. Este avião merece ser comprado um dia
José Alberto- Brigadeiro
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Inscrito em : 11/07/2009
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Ora aí temos mais um artista na arte da literatura narrativa
Gostei do texto e das imagens, Rhodes
Gostei do texto e das imagens, Rhodes
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João Sant'Ana
Jacsantana- Brigadeiro
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Emprego/lazer : Capitão da Marinha Mercante, Comandante dos Bombeiros Voluntários / FS - Desporto apropriado à idade :-)
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Ótima narrativa Rhodes, acompanhada de imagens que passaram a tensão do voo, parabéns.
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Paulo Ricardo
Paulo RKM- Major-Brigadeiro
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Simulador preferido : FSX
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
nota 10 rhodes, relato, imagens e habilidade
PS. a quinta imagem se nao me engano esta com problema de carregamento, sugiro subi-la novamente no photobucket que resolve isso com certeza, aqui as vzs acontece
PS. a quinta imagem se nao me engano esta com problema de carregamento, sugiro subi-la novamente no photobucket que resolve isso com certeza, aqui as vzs acontece
Ricardo Felix- Tenente-Brigadeiro
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Inscrito em : 15/04/2008
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Reputação : 221
Idade : 48
Emprego/lazer : Corretor de Seguros
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Quem diria heim Rhodes, mandou bem!!!
Amilckar- Colaborador - Notícias de aviação
-
Inscrito em : 12/10/2009
Mensagens : 11036
Reputação : 512
Idade : 59
Simulador preferido : P3D V3
Emprego/lazer : Militar aposentado
Nacionalidade :
Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
"Só" uma palavra: E x c e l e n t e
Belo trabalho Rhodes!
Belo trabalho Rhodes!
_________________
A vantagem da honestidade é que a concorrência é pequena.
andre_sp- Moderador
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Simulador preferido : FSX
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Ei, muito tempo que não via "contos dos FS". Quem dera eu tivesse tal criatividade.
Podia-se até fazer um concurso de histórias com o FS.
Abraços.
Podia-se até fazer um concurso de histórias com o FS.
Abraços.
_________________
Dell XPS 8940
CPU: Intel i7-10700 8 núcleos (16 threads) 2.90 GHz (boost desativado)
RAM: 16 GB DDR4-2933
Arm.: Seagate ST1000DM010-2EP102 1 TB | A-Data NVMe 256 GB (Windows 10 instalado no HD SATA)
Víd.: GeForce GTX 1660 SUPER 6 GB GDDR6
Res: 1920x1080~60Hz
PSU: 360 W 80 plus bronze
Ajuste no FS: Alto (flertando com médio) - 30 FPS
Bayma- Tenente-Coronel
-
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Rhodes..
Li ontem, reli hoje.. Perfeita a narrativa...
Vivi a emoção do Bob.
Agora tem que continuar a história... Afinal, Bundaberg te espera.
Fiquei, deveras, encantado...
Abraços
E
Li ontem, reli hoje.. Perfeita a narrativa...
Vivi a emoção do Bob.
Agora tem que continuar a história... Afinal, Bundaberg te espera.
Fiquei, deveras, encantado...
Abraços
E
Edilson- Coronel
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Um valente susto para os passageiros, hein? Mas nada que atemorize o velho Bob!
Relato e imagens 5*!
Relato e imagens 5*!
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Ricardo Rodrigues
ricardo_r- Tenente-Coronel
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Obrigado a todos pelos comentários.
Vamos ver o que espera por Bob no spróximos vôos.
Vamos ver o que espera por Bob no spróximos vôos.
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Apenas minha opinião de bosta...
Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Rhodes, pode ir limpando este oléo na pista
Nilo- Brigadeiro
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Rhodes "Forest Gump" bauer.
Que bela narrativa.
Quando vi o avião naquele estado após o pouso cheguei a ficar com pena do Bob.
Que bela narrativa.
Quando vi o avião naquele estado após o pouso cheguei a ficar com pena do Bob.
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Daniel Santoro
Dani.Santoro- Marechal-do-Ar
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Re: [FSX] - Pouso de Emergência (YCDR) - [YGYM](YBUD)
Excelente Rhodes/Bob
....muito bom podermos ver as screens e imaginando as dificuldades do voo
Jorge
....muito bom podermos ver as screens e imaginando as dificuldades do voo
Jorge
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