Entrevista com o piloto brasileiro Dayv Franco.
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Entrevista com o piloto brasileiro Dayv Franco.
Exclusivo! Entrevista com o piloto brasileiro Dayv Franco.
Desde pequeno Dayv Franco é apaixonado por aviação. Hoje, aos 29 anos, é Primeiro Oficial de Boeing 737 e voa por todas as Américas. Durante uma breve passagem pelo Brasil, o jovem piloto concedeu uma entrevista exclusiva ao AEROIN, respondendo às perguntas dos internautas e revelando bastidores da sua vida profissional. Tudo isso você começa a conferir agora.
INÍCIO
A trajetória profissional de Dayv Franco iniciou-se aos 17 anos de idade. Durante uma reflexão sobre seu futuro, ele acabou por tomar uma decisão que mudou definitivamente a rota de sua vida: abandonou a antiga ideia de ser médico e matriculou-se no curso de ciências aeronáuticas da FUMEC, em Belo Horizonte. Voou Cessna 150 em BH, fez o curso de multimotor em Florianópolis e, ao término das provas de Multi-IFR, tornou-se instrutor de voo. Era apenas o início de uma trajetória de sucesso.
Hoje, o comandante Dayv voa na Copa Airlines e também possui um canal na internet, o VIDA DE PILOTO, que tem mais de 21 mil seguidores e mais de 60 mil no instagram. (@vidadepiloto)
1 – Qual foi o seu primeiro passo para se tornar um piloto e qual a maior dificuldade encontrada neste caminho?
Dayv - O meu primeiro passo foi prestar o vestibular de Ciência Aeronáuticas, foi por onde eu comecei na FUMEC. Eu não entrei em aeroclube, comecei pela faculdade, prestei o vestibular e passei, e a maior dificuldade, no meu ponto de vista, foram as provas teóricas da ANAC. Não a de PP, mas sim a de PC, na qual eu não passei de primeira.
DCIM100GOPRO
2 – Com quantas horas voadas você conseguiu seu primeiro emprego como piloto?
Dayv - Depois que me formei como Piloto Comercial eu tive a oportunidade de dar instrução em um simulador a convite de um amigo, na FUMEC. E isso foi o que me abriu as portas de tudo, porque graças a este emprego é que consegui minha primeira posição de co-piloto de King Air, um avião particular de uma empresa de Belo Horizonte, que ficava hangarado no aeroporto da Pampulha, em BH.
Quando eu tinha 500 horas totais, consegui ingressar na Líder Taxi Aéreo.
3 – Qual foi o papel da sua família em sua formação como piloto?
Dayv - Minha família desenvolveu o papel mais importante de todos, afinal eles acreditaram no meu potencial desde o início. Enfrentamos todas as barreiras e dificuldades juntos, com foco nos objetivos que tinha como meta em minha vida.
4 – Muito bom! E como foi voar para a Líder?
Dayv - Foi a melhor experiência da minha vida voar pela Líder. Agradeço a Deus pela grande oportunidade que me deram. Foram dois anos e meio de serviços, onde me deram grandes oportunidades, mesmo com a pouca experiência que eu tinha, me apoiaram para tirar minha primeira carteira de jato que foi a do Learjet 35.
Depois de um ano voando esta aeronave, eles me deram outra oportunidade, que acredito que tenha sido a melhor de todas, quando passei a voar no jato Raytheon Premier 1A, apelidado por mim de “Flecha”. Foi o avião que mais marcou na minha vida.
Me sinto muito honrado pelo conhecimento que adquiri nesta empresa.
5 - Como foi o processo seletivo e os testes que teve que fazer para ingressar numa grande empresa aérea?
Dayv - O ano de 2014 foi um ano em que a empresa em que trabalho cresceu muito, com a chegada de aeronaves e aberturas de novas rotas, inclusive no mercado brasileiro. Em consequência a este crescimento, a empresa passou a contratar novos pilotos. Eu vi aí uma grande oportunidade, mas ainda me faltava um pré-requisito. Uma das exigências da companhia aérea para estrangeiros era ter 1.000 horas voadas, mas eu ainda não tinha toda essa quantidade de horas. Além disso, era necessária a certificação ICAO 4 (minimo) em inglês (a escala vai de 1 a 6), mas esse não era um problema pois já possuia nivel 5.
Estava disposto a chegar nos requisitos exigidos pela empresa. Comecei a me preparar através de um site que reunia material de vários processos de seleção de companhias pelo mundo. Graças ao poder das redes sociais identifiquei vários pilotos brasileiros que voavam na empresa em que estou hoje e que continuam sendo meus amigos. Eles me davam dicas e me instruíam sobre os caminhos mais recomendados para cada momento da minha preparação.
Quando eu alcancei os requisitos mínimos, me cadastrei no site da empresa e fui chamado para a seleção, que foi dividida em duas partes presenciais e tudo bancado pela companhia aérea. Em um mês cheguei a ir duas vezes ao Panamá. Desde a minha primeira etapa até a resposta final pela empresa, foi rápido, cerca de um mês e meio. Mas eu confesso que achei que fosse o período mais longo da minha vida, com muita expectativa; era uma coisa que eu queria muito. Graças a Deus, no dia 12 de dezembro de 2014, recebi o e-mail deles confirmando que eu tinha passado em todos os testes e que tinha que me apresentar à companhia no dia 1º de janeiro de 2015. Foram quinze dias para ajustar minha vida, afinal eu ia ter de morar fora do país, precisava conversar na Líder e avisar meus familiares e amigos sobre a nova etapa da minha vida.
Chegando no Panamá iniciamos um curso chamado “bridge”, uma espécia de curso transitorio entre a aviaçao geral e a linha aerea, que levou cerca um mês. Nos testes eu vi muitas pessoas serem reprovadas e voltarem para casa, eu sabia que era um risco, afinal deixei para trás um emprego estável, familiares e amigos, tudo, para seguir em busca do sonho da minha vida. Eu sabia que a partir daquele momento só dependia da minha dedicação e precisava agarrar com todas as forças aquela oportunidade. Tinha convicção de que quando acreditamos em nosso potencial, tudo na vida é possível. Aceitei ajuda e conselhos de muitos profissionais do meio, pessoas que me ajudaram a seguir em frente, e hoje faço o mesmo com os meus amigos e com todos aqueles que se inspiram na minha profissão para seguir em frente.
6 - Como se sentiu quando se viu aprovado em todas as etapas da seleção da sua empresa atual?
Dayv - Me senti realizado, afinal foram meses de preparo e muitas incertezas. Quando recebi o e-mail final me convocando para comparecer ao hub das Américas, comemorei com os meus familiares e amigos, que sempre estiveram comigo durante esta jornada.
7 – Como é ser colaborador desta companhia aérea, que é considerada altamente inovadora e que possui uma frota jovem, com aeronaves de última geração, conectando todas as Américas?
Dayv- Sem dúvidas me sinto muito orgulhoso por esta conquista em minha vida, nada melhor que voar e servir aos passageiros de sua companhia aérea favorita. Voar com a Copa é um privilégio para os brasileiros que decidem viver fora do país. Graças às várias cidades atendidas pela empresa no Brasil, eu consigo estar sempre próximo aos meus familiares e amigos.
8 - O que a Copa Airlines tem de diferente das outras companhias, na visão do tripulante?
Dayv - A Copa é uma companhia que valoriza muito o seu profissional. A empresa sempre oferece cursos para melhorar o seu desempenho na empresa, além de promover interação entre os tripulantes, seja um jantar, uma partida de futebol ou encontros com o presidente. São oportunidades para também tirar dúvidas ou compartilhar experiências, proporcionando uma maior integração entre os funcionários na empresa.
9 – Como foi a transição para o Boeing 737? A adaptação foi fácil?
Dayv - A Copa tem uma escola muito boa para formação de seus pilotos. Durante o treinamento eu não sabia qual equipamento ia voar, o Boeing ou o Embraer e só fiquei sabendo quinze dias antes do ground school. Sobre a adaptação, foi fácil, no começo surpreende pelo tamanho da aeronave, mas aos poucos você vai se acostumando.
10 – Como foi seu primeiro voo como piloto no Boeing 737?
Dayv - Quando fui voar pela primeira vez no Boeing 737 como piloto, não acreditei. Para quem voava táxi aéreo e não tinha influência e nem padrinhos, era algo muito distante. Chegar onde estou era apenas um sonho. Eu me perguntava se um dia conseguiria realizá-lo. Hoje eu me acostumei com a ideia, mas no começo era sempre impressionante entrar na cabine e saber que eu estava ali compondo uma tripulação.
11 – Qual a maior dificuldade encontrada em trabalhar para uma empresa estrangeira?
Dayv - A maior dificuldade é o fato de você ser estrangeiro, falar outro idioma e morar fora do seu país. Mas os panamenhos são super receptivos. Por muitas vezes temos que dividir a cabine com pilotos de outras nacionalidades e precisamos manter uma fraseologia padrão para poder nos comunicarmos de maneira fácil, evitando possíveis ruídos de comunicação, fazendo com que as coisas fiquem claras. Geralmente usamos o espanhol, língua materna da empresa. Só falo o inglês quando é um piloto de outra nacionalidade, que não seja da língua hispânica.
12 – Você tem 29 anos e tem muitas conquistas pela frente. Se receber um convite para trabalhar em outro continente, como a Ásia, por exemplo, você iria?
Dayv - Acho que nunca devemos descartar uma nova oportunidade, mas pensaria bastante antes de tomar qualquer decisão porque dinheiro não é tudo. A realização pessoal e profissional fala mais alto e também tenho o emprego que sempre sonhei. Quando decidi voar para a Copa eu vi todas as etapas e processos para conseguir alcançar meus objetivos como profissional.
Mesmo morando em outro pais, tenho a vantagem de selecionar as rotas que gostaria de fazer. Na Copa temos esta vantagem de pedir voos, e graças a esta abertura, consigo estar sempre no Brasil. Me sinto um privilegiado porque estou voando em uma empresa estrangeira sem perder a proximidade com as pessoas que amo.
13 – Quais seus planos para o futuro como piloto?
Dayv - O sonho de qualquer piloto que ama sua profissão é de continuar fazendo o que gosta, que é voar. Meus planos para o futuro não são diferentes, quero continuar crescendo e evoluindo profissionalmente. Meu maior desejo é continuar exercendo essa profissão. Não importa qual aeronave vou pilotar, eu quero continuar voando.
14 – Quais aeronaves você já comandou? Qual aeronave sonha em comandar?
Dayv - Eu já tive o prazer de voar o C-150, P28A, PA34, BE20, LEAR35, PRM1 e o Boeing 737. Sonho um dia poder comandar um Boeing 777 ou um A380, mas seria uma evolução natural em minha carreira.
15 – Como é compartilhar suas experiências nas redes sociais e como é lidar com os mais de 60 mil seguidores em suas páginas no Instagram e Facebook? Sabemos que existe até um fã-clube seu em Minas.
Dayv - Quando optei em ser piloto, não sabia de nada, não tinha conhecimento do que estava querendo. Foram pesquisas e amigos que fiz nas redes sociais que me ajudaram nesta longa jornada em busca dos meus objetivos. Graças ao meu canal Vida de Piloto nas redes sociais, consegui transformar meu sonho realizado em incentivo para muitas pessoas que, por algum motivo, deixam de acreditar em si próprios, e quando conversamos repito uma mensagem que levo comigo: “Siga em frente e acredite no seu potencial.”
16 - Uma das perguntas mais feitas pelos internautas foi por onde podemos iniciar nossa carreira: Aeroclube ou faculdade de Ciências Aeronáuticas?
Dayv - Esta é a pergunta que mais recebo no meu canal Vida de Piloto, e tenho uma opinião pessoal sobre este assunto.
Se você tiver as condições para cursar uma faculdade de Ciência Aeronáuticas e fazer curso de inglês, siga em frente. As empresas gostam do fato de você ter um curso superior de aviação, mas vivemos outra realidade e nem todos tem condições para cursar uma faculdade. Por este motivo, acho que o aeroclube seria a melhor opção, principalmente pelo lado financeiro dos cursos dessa profissão, que como todos sabem, não custa barato. Com o tempo você vai conseguir sua carteira e adquirindo conhecimentos iguais aos das pessoas que fizeram a faculdade. Mas este assunto é muito pessoal e gera uma polêmica porque existem muitas variáveis.
17 - Como é o CRM na cabine? Mesmo sendo co-piloto o comandante deixa você pousar ou decolar a aeronave?
Dayv - Na Copa existe uma política que valoriza muito seus pilotos. Para a empresa não existe primeiro-oficial e comandante. Desde os nossos testes somos chamados de “Comandante em Treinamento”. A Copa reforça muito esta filosofia. Todos nós seremos comandantes um dia e eles querem ter a melhor formação profissional. Normalmente o comandante faz uma perna e o copiloto faz a outra.
18 – Qual a mensagem você gostaria de deixar aos leitores e estudantes de aviação que se inspiram no seu trabalho?
Dayv - Que nunca deixem de correr atrás de seus objetivos, o impossível não existe! Quando acreditamos e lutamos por algo que queremos muito, em algum momento chegaremos lá! As coisas não acontecem por acaso e nem caem do céu! É preciso se dedicar e criar metas!
Seja o protagonista dos seus próprios sonhos, aprenda a acreditar mais em você, não deixe apagar a chama da aviação que esta aí dentro. Se prepare, não deixe de estudar inglês, que hoje é requerido até por aéreas nacionais em nível ICAO 4, no mínimo. Faça a diferença, não seja apenas mais um entre tantos outros.
Fonte: Aeroin
Desde pequeno Dayv Franco é apaixonado por aviação. Hoje, aos 29 anos, é Primeiro Oficial de Boeing 737 e voa por todas as Américas. Durante uma breve passagem pelo Brasil, o jovem piloto concedeu uma entrevista exclusiva ao AEROIN, respondendo às perguntas dos internautas e revelando bastidores da sua vida profissional. Tudo isso você começa a conferir agora.
INÍCIO
A trajetória profissional de Dayv Franco iniciou-se aos 17 anos de idade. Durante uma reflexão sobre seu futuro, ele acabou por tomar uma decisão que mudou definitivamente a rota de sua vida: abandonou a antiga ideia de ser médico e matriculou-se no curso de ciências aeronáuticas da FUMEC, em Belo Horizonte. Voou Cessna 150 em BH, fez o curso de multimotor em Florianópolis e, ao término das provas de Multi-IFR, tornou-se instrutor de voo. Era apenas o início de uma trajetória de sucesso.
Hoje, o comandante Dayv voa na Copa Airlines e também possui um canal na internet, o VIDA DE PILOTO, que tem mais de 21 mil seguidores e mais de 60 mil no instagram. (@vidadepiloto)
1 – Qual foi o seu primeiro passo para se tornar um piloto e qual a maior dificuldade encontrada neste caminho?
Dayv - O meu primeiro passo foi prestar o vestibular de Ciência Aeronáuticas, foi por onde eu comecei na FUMEC. Eu não entrei em aeroclube, comecei pela faculdade, prestei o vestibular e passei, e a maior dificuldade, no meu ponto de vista, foram as provas teóricas da ANAC. Não a de PP, mas sim a de PC, na qual eu não passei de primeira.
DCIM100GOPRO
2 – Com quantas horas voadas você conseguiu seu primeiro emprego como piloto?
Dayv - Depois que me formei como Piloto Comercial eu tive a oportunidade de dar instrução em um simulador a convite de um amigo, na FUMEC. E isso foi o que me abriu as portas de tudo, porque graças a este emprego é que consegui minha primeira posição de co-piloto de King Air, um avião particular de uma empresa de Belo Horizonte, que ficava hangarado no aeroporto da Pampulha, em BH.
Quando eu tinha 500 horas totais, consegui ingressar na Líder Taxi Aéreo.
3 – Qual foi o papel da sua família em sua formação como piloto?
Dayv - Minha família desenvolveu o papel mais importante de todos, afinal eles acreditaram no meu potencial desde o início. Enfrentamos todas as barreiras e dificuldades juntos, com foco nos objetivos que tinha como meta em minha vida.
4 – Muito bom! E como foi voar para a Líder?
Dayv - Foi a melhor experiência da minha vida voar pela Líder. Agradeço a Deus pela grande oportunidade que me deram. Foram dois anos e meio de serviços, onde me deram grandes oportunidades, mesmo com a pouca experiência que eu tinha, me apoiaram para tirar minha primeira carteira de jato que foi a do Learjet 35.
Depois de um ano voando esta aeronave, eles me deram outra oportunidade, que acredito que tenha sido a melhor de todas, quando passei a voar no jato Raytheon Premier 1A, apelidado por mim de “Flecha”. Foi o avião que mais marcou na minha vida.
Me sinto muito honrado pelo conhecimento que adquiri nesta empresa.
5 - Como foi o processo seletivo e os testes que teve que fazer para ingressar numa grande empresa aérea?
Dayv - O ano de 2014 foi um ano em que a empresa em que trabalho cresceu muito, com a chegada de aeronaves e aberturas de novas rotas, inclusive no mercado brasileiro. Em consequência a este crescimento, a empresa passou a contratar novos pilotos. Eu vi aí uma grande oportunidade, mas ainda me faltava um pré-requisito. Uma das exigências da companhia aérea para estrangeiros era ter 1.000 horas voadas, mas eu ainda não tinha toda essa quantidade de horas. Além disso, era necessária a certificação ICAO 4 (minimo) em inglês (a escala vai de 1 a 6), mas esse não era um problema pois já possuia nivel 5.
Estava disposto a chegar nos requisitos exigidos pela empresa. Comecei a me preparar através de um site que reunia material de vários processos de seleção de companhias pelo mundo. Graças ao poder das redes sociais identifiquei vários pilotos brasileiros que voavam na empresa em que estou hoje e que continuam sendo meus amigos. Eles me davam dicas e me instruíam sobre os caminhos mais recomendados para cada momento da minha preparação.
Quando eu alcancei os requisitos mínimos, me cadastrei no site da empresa e fui chamado para a seleção, que foi dividida em duas partes presenciais e tudo bancado pela companhia aérea. Em um mês cheguei a ir duas vezes ao Panamá. Desde a minha primeira etapa até a resposta final pela empresa, foi rápido, cerca de um mês e meio. Mas eu confesso que achei que fosse o período mais longo da minha vida, com muita expectativa; era uma coisa que eu queria muito. Graças a Deus, no dia 12 de dezembro de 2014, recebi o e-mail deles confirmando que eu tinha passado em todos os testes e que tinha que me apresentar à companhia no dia 1º de janeiro de 2015. Foram quinze dias para ajustar minha vida, afinal eu ia ter de morar fora do país, precisava conversar na Líder e avisar meus familiares e amigos sobre a nova etapa da minha vida.
Chegando no Panamá iniciamos um curso chamado “bridge”, uma espécia de curso transitorio entre a aviaçao geral e a linha aerea, que levou cerca um mês. Nos testes eu vi muitas pessoas serem reprovadas e voltarem para casa, eu sabia que era um risco, afinal deixei para trás um emprego estável, familiares e amigos, tudo, para seguir em busca do sonho da minha vida. Eu sabia que a partir daquele momento só dependia da minha dedicação e precisava agarrar com todas as forças aquela oportunidade. Tinha convicção de que quando acreditamos em nosso potencial, tudo na vida é possível. Aceitei ajuda e conselhos de muitos profissionais do meio, pessoas que me ajudaram a seguir em frente, e hoje faço o mesmo com os meus amigos e com todos aqueles que se inspiram na minha profissão para seguir em frente.
6 - Como se sentiu quando se viu aprovado em todas as etapas da seleção da sua empresa atual?
Dayv - Me senti realizado, afinal foram meses de preparo e muitas incertezas. Quando recebi o e-mail final me convocando para comparecer ao hub das Américas, comemorei com os meus familiares e amigos, que sempre estiveram comigo durante esta jornada.
7 – Como é ser colaborador desta companhia aérea, que é considerada altamente inovadora e que possui uma frota jovem, com aeronaves de última geração, conectando todas as Américas?
Dayv- Sem dúvidas me sinto muito orgulhoso por esta conquista em minha vida, nada melhor que voar e servir aos passageiros de sua companhia aérea favorita. Voar com a Copa é um privilégio para os brasileiros que decidem viver fora do país. Graças às várias cidades atendidas pela empresa no Brasil, eu consigo estar sempre próximo aos meus familiares e amigos.
8 - O que a Copa Airlines tem de diferente das outras companhias, na visão do tripulante?
Dayv - A Copa é uma companhia que valoriza muito o seu profissional. A empresa sempre oferece cursos para melhorar o seu desempenho na empresa, além de promover interação entre os tripulantes, seja um jantar, uma partida de futebol ou encontros com o presidente. São oportunidades para também tirar dúvidas ou compartilhar experiências, proporcionando uma maior integração entre os funcionários na empresa.
9 – Como foi a transição para o Boeing 737? A adaptação foi fácil?
Dayv - A Copa tem uma escola muito boa para formação de seus pilotos. Durante o treinamento eu não sabia qual equipamento ia voar, o Boeing ou o Embraer e só fiquei sabendo quinze dias antes do ground school. Sobre a adaptação, foi fácil, no começo surpreende pelo tamanho da aeronave, mas aos poucos você vai se acostumando.
10 – Como foi seu primeiro voo como piloto no Boeing 737?
Dayv - Quando fui voar pela primeira vez no Boeing 737 como piloto, não acreditei. Para quem voava táxi aéreo e não tinha influência e nem padrinhos, era algo muito distante. Chegar onde estou era apenas um sonho. Eu me perguntava se um dia conseguiria realizá-lo. Hoje eu me acostumei com a ideia, mas no começo era sempre impressionante entrar na cabine e saber que eu estava ali compondo uma tripulação.
11 – Qual a maior dificuldade encontrada em trabalhar para uma empresa estrangeira?
Dayv - A maior dificuldade é o fato de você ser estrangeiro, falar outro idioma e morar fora do seu país. Mas os panamenhos são super receptivos. Por muitas vezes temos que dividir a cabine com pilotos de outras nacionalidades e precisamos manter uma fraseologia padrão para poder nos comunicarmos de maneira fácil, evitando possíveis ruídos de comunicação, fazendo com que as coisas fiquem claras. Geralmente usamos o espanhol, língua materna da empresa. Só falo o inglês quando é um piloto de outra nacionalidade, que não seja da língua hispânica.
12 – Você tem 29 anos e tem muitas conquistas pela frente. Se receber um convite para trabalhar em outro continente, como a Ásia, por exemplo, você iria?
Dayv - Acho que nunca devemos descartar uma nova oportunidade, mas pensaria bastante antes de tomar qualquer decisão porque dinheiro não é tudo. A realização pessoal e profissional fala mais alto e também tenho o emprego que sempre sonhei. Quando decidi voar para a Copa eu vi todas as etapas e processos para conseguir alcançar meus objetivos como profissional.
Mesmo morando em outro pais, tenho a vantagem de selecionar as rotas que gostaria de fazer. Na Copa temos esta vantagem de pedir voos, e graças a esta abertura, consigo estar sempre no Brasil. Me sinto um privilegiado porque estou voando em uma empresa estrangeira sem perder a proximidade com as pessoas que amo.
13 – Quais seus planos para o futuro como piloto?
Dayv - O sonho de qualquer piloto que ama sua profissão é de continuar fazendo o que gosta, que é voar. Meus planos para o futuro não são diferentes, quero continuar crescendo e evoluindo profissionalmente. Meu maior desejo é continuar exercendo essa profissão. Não importa qual aeronave vou pilotar, eu quero continuar voando.
14 – Quais aeronaves você já comandou? Qual aeronave sonha em comandar?
Dayv - Eu já tive o prazer de voar o C-150, P28A, PA34, BE20, LEAR35, PRM1 e o Boeing 737. Sonho um dia poder comandar um Boeing 777 ou um A380, mas seria uma evolução natural em minha carreira.
15 – Como é compartilhar suas experiências nas redes sociais e como é lidar com os mais de 60 mil seguidores em suas páginas no Instagram e Facebook? Sabemos que existe até um fã-clube seu em Minas.
Dayv - Quando optei em ser piloto, não sabia de nada, não tinha conhecimento do que estava querendo. Foram pesquisas e amigos que fiz nas redes sociais que me ajudaram nesta longa jornada em busca dos meus objetivos. Graças ao meu canal Vida de Piloto nas redes sociais, consegui transformar meu sonho realizado em incentivo para muitas pessoas que, por algum motivo, deixam de acreditar em si próprios, e quando conversamos repito uma mensagem que levo comigo: “Siga em frente e acredite no seu potencial.”
16 - Uma das perguntas mais feitas pelos internautas foi por onde podemos iniciar nossa carreira: Aeroclube ou faculdade de Ciências Aeronáuticas?
Dayv - Esta é a pergunta que mais recebo no meu canal Vida de Piloto, e tenho uma opinião pessoal sobre este assunto.
Se você tiver as condições para cursar uma faculdade de Ciência Aeronáuticas e fazer curso de inglês, siga em frente. As empresas gostam do fato de você ter um curso superior de aviação, mas vivemos outra realidade e nem todos tem condições para cursar uma faculdade. Por este motivo, acho que o aeroclube seria a melhor opção, principalmente pelo lado financeiro dos cursos dessa profissão, que como todos sabem, não custa barato. Com o tempo você vai conseguir sua carteira e adquirindo conhecimentos iguais aos das pessoas que fizeram a faculdade. Mas este assunto é muito pessoal e gera uma polêmica porque existem muitas variáveis.
17 - Como é o CRM na cabine? Mesmo sendo co-piloto o comandante deixa você pousar ou decolar a aeronave?
Dayv - Na Copa existe uma política que valoriza muito seus pilotos. Para a empresa não existe primeiro-oficial e comandante. Desde os nossos testes somos chamados de “Comandante em Treinamento”. A Copa reforça muito esta filosofia. Todos nós seremos comandantes um dia e eles querem ter a melhor formação profissional. Normalmente o comandante faz uma perna e o copiloto faz a outra.
18 – Qual a mensagem você gostaria de deixar aos leitores e estudantes de aviação que se inspiram no seu trabalho?
Dayv - Que nunca deixem de correr atrás de seus objetivos, o impossível não existe! Quando acreditamos e lutamos por algo que queremos muito, em algum momento chegaremos lá! As coisas não acontecem por acaso e nem caem do céu! É preciso se dedicar e criar metas!
Seja o protagonista dos seus próprios sonhos, aprenda a acreditar mais em você, não deixe apagar a chama da aviação que esta aí dentro. Se prepare, não deixe de estudar inglês, que hoje é requerido até por aéreas nacionais em nível ICAO 4, no mínimo. Faça a diferença, não seja apenas mais um entre tantos outros.
Fonte: Aeroin
Amilckar- Colaborador - Notícias de aviação
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Re: Entrevista com o piloto brasileiro Dayv Franco.
Quel legal que Deus abençoe você e consiga tudo que deseja , isso é um profissional que ama a profissão e faz o melhor , mantenha sempre a humildade ,te desejo felicidade e sucessooooo
Speci- Segundo-Tenente
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