[Brasil] Voando na chuva
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[Brasil] Voando na chuva
Voando na chuva
Com a tecnologia atual, aviões comerciais podem voar debaixo de chuva sem risco algum, mas limites devem ser respeitados
Uma chuva muito forte pode prejudicar a visibilidade do piloto durante o pouco (Pixabay)
A chuva é uma situação que deixa alguns passageiros apreensivos antes de seus voos decolarem. “Como pode um avião subir com esse céu escuro?”, alguns se perguntam e logo depois lá está o avião acelerando para decolar com respingos de água correndo pelas janelas. “Se os limites forem respeitados, não há perigo algum voar com chuva”, afirma Dan Guzzo, gerente de segurança operacional da companhia Gol.
Como os jatos comerciais podem literalmente voar acima da chuva, eles acabam se molhando apenas durante os procedimentos de decolagem e aproximação para pouso, quando está em baixa altitude. “A reação do avião é a mesma, independentemente se está chovendo ou não” explica Guzzo. Ou seja, a água que cai sobre as asas e fuselagem não influencia nos comandos da aeronave. O que pode causar isso são fortes ventos e trechos de atmosferas instáveis.
A única preocupação que a chuva pode gerar na aviação são dificuldades com visibilidade. “Se a chuva for muito forte e o piloto não conseguir enxergar a pista dentro dos parâmetros estabelecidos, não é possível realizar o pouso. E nesse caso é necessário arremeter”, explica o gerente de segurança da Gol. “Porém, antes mesmo disso acontecer muitas vezes a própria torre de controle do aeroporto, que tem meios de medir as condições de visibilidade, fecha a pista temporariamente para pousos e decolagens”, acrescenta.
Segundo o especialista da Gol, o mínimo de visibilidade para a tripulação pousar e decolar, isso com auxílio do ILS categoria 2 (equipamentos usados em aeroportos que auxilia o avião em pousos automáticos), pode variar de 350 a 400 metros.
Já a película de água acumulada na pista não pode passar de 3 mm, caso contrário, a frenagem do avião após um pouso ou uma aceleração em decolagem pode ser comprometida. Além disso, a pista molhada aumenta a distância de frenagem do avião durante o pouso.
“Os pneus dos aviões possuem ranhuras que ajudam a escoar a água na parte central da banda, evitando a aquaplanagem. Os freios também contam com um sistema anti-travamento parecido com o freio ABS de automóveis”, exemplifica Guzzo.
O radar que tudo vê
A função do radar na aviação vai muito além da observação de aviões. Equipados em aeronaves comerciais, o equipamento pode encontrar a quilômetros de distância zonas de atmosfera instável e também pontos com chuva. “O radar mostra a intensidade da chuva em cores. Se for muito forte, o piloto pode realizar um desvio e evitar o ponto onde o voo poderia ser turbulento”, tranquiliza o gerente de segurança da Gol.
A tela do radar mostra onde está chovendo. Os pontos vermelhos devem ser evitados (IntuVue)
O radar do avião também enxerga onde há pontos nos quais chove granizo, esta sim uma situação capaz de danificar um avião ou tornar o voo turbulento. No entanto, com a antecipação que o equipamento proporciona e o auxílio em terra, raramente uma aeronave passa por uma tempestade desse porte.
Chuva é uma coisa, turbulência é outra
Onde há chuva não quer dizer que também exista turbulência, mesmo quando o avião passa por dentro de uma nuvem. “A chuva por si só não causa turbulência”, avisa Guzzo. “O que faz o avião balançar é a instabilidade do ar. Uma região, mesmo com chuva, pode ser estável ou instável”, complementa.
Clique na imagem para ampliar (Infográfico Gol)
Motor a prova d’água
A água da chuva também está longe de ser um problema para os motores dos aviões. Os modelos comerciais, antes de serem certificados pelas autoridades, passam por rigorosos testes de segurança e durabilidade. Um deles consiste em lançar enormes quantidades de água em motores a jato em pleno funcionamento. E eles aguentam tranquilamente, caso contrário são reprovados.
“Os motores de hoje em dia são projetados para esse tipo de situação. É um dos fatores para aprovar ou não um avião”, comenta Guzzo.
Para-brisa sempre limpo
Assim como automóveis, aviões também têm limpadores de para-brisa com pás frenéticas que varrem a água do campo de visão dos pilotos. Além desse recurso simples, o vidro frontal dos jatos comerciais também conta com uma película especial com efeito impermeabilizante, que “espanta” naturalmente as gotas de chuva.
Também há um cuidado especial para o para-brisa do avião não embaçar. “O vidro do avião está a todo momento aquecido, por isso ele não embaça”, finaliza Dan Guzzo.
O para-brisa dos aviões tem limpador, película com efeito impermeabilizante e aquecimento (Youtube)
O único desconforto que a chuva pode causar aos passageiros pode ser na hora de embarcar e desembarcar da aeronave fora de uma ponte de embarque coberta, os conhecidos “fingers”. Nesse caso, somente um guarda-chuva pode te ajudar.
Fonte: Airway
Com a tecnologia atual, aviões comerciais podem voar debaixo de chuva sem risco algum, mas limites devem ser respeitados
Uma chuva muito forte pode prejudicar a visibilidade do piloto durante o pouco (Pixabay)
A chuva é uma situação que deixa alguns passageiros apreensivos antes de seus voos decolarem. “Como pode um avião subir com esse céu escuro?”, alguns se perguntam e logo depois lá está o avião acelerando para decolar com respingos de água correndo pelas janelas. “Se os limites forem respeitados, não há perigo algum voar com chuva”, afirma Dan Guzzo, gerente de segurança operacional da companhia Gol.
Como os jatos comerciais podem literalmente voar acima da chuva, eles acabam se molhando apenas durante os procedimentos de decolagem e aproximação para pouso, quando está em baixa altitude. “A reação do avião é a mesma, independentemente se está chovendo ou não” explica Guzzo. Ou seja, a água que cai sobre as asas e fuselagem não influencia nos comandos da aeronave. O que pode causar isso são fortes ventos e trechos de atmosferas instáveis.
A única preocupação que a chuva pode gerar na aviação são dificuldades com visibilidade. “Se a chuva for muito forte e o piloto não conseguir enxergar a pista dentro dos parâmetros estabelecidos, não é possível realizar o pouso. E nesse caso é necessário arremeter”, explica o gerente de segurança da Gol. “Porém, antes mesmo disso acontecer muitas vezes a própria torre de controle do aeroporto, que tem meios de medir as condições de visibilidade, fecha a pista temporariamente para pousos e decolagens”, acrescenta.
Segundo o especialista da Gol, o mínimo de visibilidade para a tripulação pousar e decolar, isso com auxílio do ILS categoria 2 (equipamentos usados em aeroportos que auxilia o avião em pousos automáticos), pode variar de 350 a 400 metros.
Já a película de água acumulada na pista não pode passar de 3 mm, caso contrário, a frenagem do avião após um pouso ou uma aceleração em decolagem pode ser comprometida. Além disso, a pista molhada aumenta a distância de frenagem do avião durante o pouso.
“Os pneus dos aviões possuem ranhuras que ajudam a escoar a água na parte central da banda, evitando a aquaplanagem. Os freios também contam com um sistema anti-travamento parecido com o freio ABS de automóveis”, exemplifica Guzzo.
O radar que tudo vê
A função do radar na aviação vai muito além da observação de aviões. Equipados em aeronaves comerciais, o equipamento pode encontrar a quilômetros de distância zonas de atmosfera instável e também pontos com chuva. “O radar mostra a intensidade da chuva em cores. Se for muito forte, o piloto pode realizar um desvio e evitar o ponto onde o voo poderia ser turbulento”, tranquiliza o gerente de segurança da Gol.
A tela do radar mostra onde está chovendo. Os pontos vermelhos devem ser evitados (IntuVue)
O radar do avião também enxerga onde há pontos nos quais chove granizo, esta sim uma situação capaz de danificar um avião ou tornar o voo turbulento. No entanto, com a antecipação que o equipamento proporciona e o auxílio em terra, raramente uma aeronave passa por uma tempestade desse porte.
Chuva é uma coisa, turbulência é outra
Onde há chuva não quer dizer que também exista turbulência, mesmo quando o avião passa por dentro de uma nuvem. “A chuva por si só não causa turbulência”, avisa Guzzo. “O que faz o avião balançar é a instabilidade do ar. Uma região, mesmo com chuva, pode ser estável ou instável”, complementa.
Clique na imagem para ampliar (Infográfico Gol)
Motor a prova d’água
A água da chuva também está longe de ser um problema para os motores dos aviões. Os modelos comerciais, antes de serem certificados pelas autoridades, passam por rigorosos testes de segurança e durabilidade. Um deles consiste em lançar enormes quantidades de água em motores a jato em pleno funcionamento. E eles aguentam tranquilamente, caso contrário são reprovados.
“Os motores de hoje em dia são projetados para esse tipo de situação. É um dos fatores para aprovar ou não um avião”, comenta Guzzo.
Para-brisa sempre limpo
Assim como automóveis, aviões também têm limpadores de para-brisa com pás frenéticas que varrem a água do campo de visão dos pilotos. Além desse recurso simples, o vidro frontal dos jatos comerciais também conta com uma película especial com efeito impermeabilizante, que “espanta” naturalmente as gotas de chuva.
Também há um cuidado especial para o para-brisa do avião não embaçar. “O vidro do avião está a todo momento aquecido, por isso ele não embaça”, finaliza Dan Guzzo.
O para-brisa dos aviões tem limpador, película com efeito impermeabilizante e aquecimento (Youtube)
O único desconforto que a chuva pode causar aos passageiros pode ser na hora de embarcar e desembarcar da aeronave fora de uma ponte de embarque coberta, os conhecidos “fingers”. Nesse caso, somente um guarda-chuva pode te ajudar.
Fonte: Airway
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