Joinville / SC (SBJV) - Florianópolis / SC (SBFL)
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Joinville / SC (SBJV) - Florianópolis / SC (SBFL)
Essa viagem foi provavelmente a mais difícil da minha vida - ainda curta - no universo do Flight Simulator X. Com apenas 82 horas de jogo, não vi quase nada dos desafios que a aeronáutica oferece. Seria um voo consideravelmente normal, tirando o fato de que não havia visibilidade alguma. Meu único companheiro era o Horizonte Artificial, basicamente. Era tudo o que eu tinha para saber se estava seguindo em linha reta e mantendo a altitude adequada. Por fora, só havia branco. Não havia sequer um pequeno fio de visibilidade. Era apenas eu, a aeronave e a imensidão branca. Se voar solo em boas condições de voo já transmite uma sensação de solidão, imagine a sensação de total enclausuramento em uma prisão branca, onde você sequer pode saber onde é o início e onde é o fim. Desesperador. O medo tomou conta de mim. "E se o motor falhar?". "E se o GPS parar de operar, como fazer?". Várias perguntas sem resposta, perdidas na imensidão branca. Eu ainda nutria uma certa esperança de encontrar uma luz no fim do túnel branco, onde eu pudesse avistar com sucesso o aeroporto de Florianópolis e efetuar o pouso sem maiores problemas. Com o passar do tempo, porém, percebi que não haveria luz no fim do túnel. Eu estava condenado a seguir erroneamente dentro da imensidão branca por todo o caminho. Não havia mais o que fazer. Eu poderia até dar meia-volta e rumar para o Rio Grande do Sul, onde provavelmente as condições climáticas estariam melhores, mas o tanque estava pela metade. Além disso, o motor já estava apresentando uma leve perda de potência devido às longas viagens que fiz ontem, sem fazer nenhuma manutenção sequer. Nem sequer chegava às 23 mil rotações. Dificilmente aguentaria um longo retorno. Para piorar a situação, nada garantiria que o clima iria estar limpo por lá. Estive em Erechim no dia anterior ao voo traumático e passei por pequenas imensidões brancas da mesma forma.
Não havia outra alternativa além de seguir em frente e torcer para que tudo desse certo. Minutos e mais minutos dentro da imensidão branca, sem nenhuma esperança de avistar uma pequena casa, um campo, uma árvore. Não havia nada. Como saber se não fui parar em outra dimensão? E se eu estivesse morto, e aquele fosse o caminho para o céu - ou purgatório? Para piorar ainda mais a situação, meu comunicador não conseguia contactar a Torre de Comando em Curitiba / PR, e nem muito menos as torres dos aeroportos de Blumenau, Joinville ou até mesmo Florianópolis. Não havia como falar com ninguém. E se algo desse errado? Como dizer adeus para meus entes queridos? Eu havia saído sem sequer dar tchau para minha família. Ninguém sequer desconfiaria de minha morte. Ficariam esperando, de braços abertos, para o almoço. Porém, eu não apareceria. Estaria em algum matagal por aí, com os ossos todos quebrados, repleto de sangue, com metal penetrado em minha carne. Um pedaço insignificante de carne que há minutos atrás tentava dominar o céu.
Desesperar-me não iria me botar são e salvo no chão. Tinha que me concentrar no objetivo e seguir em frente. Continuei deslizando pela imensidão branca, enquanto observava pequenas gotículas chocarem-se contra o vidro e deslizarem. Ora para a esquerda, ora para a direita. Algumas pendiam para baixo - na direção do capô -, enquanto outras voltavam a integrar a imensidão branca que me encobria.
Alguns minutos mais tarde, lá estava Florianópolis. Algumas milhas à frente. Seria mesmo Florianópolis? Eu só conseguia ver branco, por todos os lados. Nem sequer uma luz, um sinal. Peguei o rádio, coloquei na frequência da torre e fiz o pedido desesperado de pouso. Negado. As condições climáticas não permitiam um pouso seguro. Desesperei-me. Já estava esvaído, depois de tanto desespero. Não aguentava mais a imensidão branca. Já estava cansado de contar quantas gotículas desviaram para a esquerda ou para a direita. Não aguentava mais ouvir o grito desesperado do motor já cansado. Era o momento para pousar, mesmo que tenham prontamente negado.
Lentamente fui perdendo altitude, finalmente avistando algumas construções através de pequenos vãos nas nuvens. Havia esperança, enfim! A cada cem metros descidos, mais vãos abriam-se entre as nuvens, e mais eu via. Mais esperança crescia dentro de mim! Talvez eu conseguiria sobreviver, enfim. A cerca de seiscentos metros do solo, eu finalmente sentia-me quase liberto da prisão branca: já era possível avistar boa parte da cidade.
Alguns minutos depois, era hora de pousar. Eu sabia muito bem que haveria represália, pois estaria pousando sem o aval da torre. Eles certamente não imaginavam o desespero que estava tomando conta de mim. Eu precisava tocar o solo! Segui, então, confiante. Liguei as Landing Lights, enriqueci a mistura, puxei os flaps para 10 graus, reduzi o throttle para 70%, puxei os flaps para 30%, tirei totalmente o throttle. As luzes da pista ficavam cada vez mais próximas. Eu conseguia avistá-las através das nuvens, e eram a minha única referência. Ao menos eu sabia que estava descendo no lugar certo. Quando finalmente me libertei por completo da imensidão branca, já estava quase tocando a água, e o aeroporto estava a cerca de 400 metros de mim. A hora era agora! A 80 nós, fui simplesmente deslizando pelo ar até ficar frente a frente com a pista. Inclinei o avião para cima, deixei a velocidade cair para 60 nós e abracei, gentilmente, a pista. Estava em terra firme! Nada mais importava. Eu tinha conseguido! No meio da imensidão branca, eu me salvei! Do solo, encarava a imensidão branca que flutuava a cerca de 75 metros sobre a minha cabeça. Eu venci!
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Fiz uma historinha bonitinha de background, agora, seguem as imagens
Saindo de Joinville
Um pouco depois de deixar Joinville, já com problemas de visibilidade
Nenhum sinal de melhora
Começando a descida
Já avistando as luzes do aeroporto
Começando a pousar
São e salvo no solo
Não havia outra alternativa além de seguir em frente e torcer para que tudo desse certo. Minutos e mais minutos dentro da imensidão branca, sem nenhuma esperança de avistar uma pequena casa, um campo, uma árvore. Não havia nada. Como saber se não fui parar em outra dimensão? E se eu estivesse morto, e aquele fosse o caminho para o céu - ou purgatório? Para piorar ainda mais a situação, meu comunicador não conseguia contactar a Torre de Comando em Curitiba / PR, e nem muito menos as torres dos aeroportos de Blumenau, Joinville ou até mesmo Florianópolis. Não havia como falar com ninguém. E se algo desse errado? Como dizer adeus para meus entes queridos? Eu havia saído sem sequer dar tchau para minha família. Ninguém sequer desconfiaria de minha morte. Ficariam esperando, de braços abertos, para o almoço. Porém, eu não apareceria. Estaria em algum matagal por aí, com os ossos todos quebrados, repleto de sangue, com metal penetrado em minha carne. Um pedaço insignificante de carne que há minutos atrás tentava dominar o céu.
Desesperar-me não iria me botar são e salvo no chão. Tinha que me concentrar no objetivo e seguir em frente. Continuei deslizando pela imensidão branca, enquanto observava pequenas gotículas chocarem-se contra o vidro e deslizarem. Ora para a esquerda, ora para a direita. Algumas pendiam para baixo - na direção do capô -, enquanto outras voltavam a integrar a imensidão branca que me encobria.
Alguns minutos mais tarde, lá estava Florianópolis. Algumas milhas à frente. Seria mesmo Florianópolis? Eu só conseguia ver branco, por todos os lados. Nem sequer uma luz, um sinal. Peguei o rádio, coloquei na frequência da torre e fiz o pedido desesperado de pouso. Negado. As condições climáticas não permitiam um pouso seguro. Desesperei-me. Já estava esvaído, depois de tanto desespero. Não aguentava mais a imensidão branca. Já estava cansado de contar quantas gotículas desviaram para a esquerda ou para a direita. Não aguentava mais ouvir o grito desesperado do motor já cansado. Era o momento para pousar, mesmo que tenham prontamente negado.
Lentamente fui perdendo altitude, finalmente avistando algumas construções através de pequenos vãos nas nuvens. Havia esperança, enfim! A cada cem metros descidos, mais vãos abriam-se entre as nuvens, e mais eu via. Mais esperança crescia dentro de mim! Talvez eu conseguiria sobreviver, enfim. A cerca de seiscentos metros do solo, eu finalmente sentia-me quase liberto da prisão branca: já era possível avistar boa parte da cidade.
Alguns minutos depois, era hora de pousar. Eu sabia muito bem que haveria represália, pois estaria pousando sem o aval da torre. Eles certamente não imaginavam o desespero que estava tomando conta de mim. Eu precisava tocar o solo! Segui, então, confiante. Liguei as Landing Lights, enriqueci a mistura, puxei os flaps para 10 graus, reduzi o throttle para 70%, puxei os flaps para 30%, tirei totalmente o throttle. As luzes da pista ficavam cada vez mais próximas. Eu conseguia avistá-las através das nuvens, e eram a minha única referência. Ao menos eu sabia que estava descendo no lugar certo. Quando finalmente me libertei por completo da imensidão branca, já estava quase tocando a água, e o aeroporto estava a cerca de 400 metros de mim. A hora era agora! A 80 nós, fui simplesmente deslizando pelo ar até ficar frente a frente com a pista. Inclinei o avião para cima, deixei a velocidade cair para 60 nós e abracei, gentilmente, a pista. Estava em terra firme! Nada mais importava. Eu tinha conseguido! No meio da imensidão branca, eu me salvei! Do solo, encarava a imensidão branca que flutuava a cerca de 75 metros sobre a minha cabeça. Eu venci!
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Fiz uma historinha bonitinha de background, agora, seguem as imagens
Saindo de Joinville
Um pouco depois de deixar Joinville, já com problemas de visibilidade
Nenhum sinal de melhora
Começando a descida
Já avistando as luzes do aeroporto
Começando a pousar
São e salvo no solo
Araripe- Primeiro-Tenente
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Inscrito em : 22/10/2015
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Simulador preferido : FSX SE
Emprego/lazer : Suporte ao Cliente CSGORage.com
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onde consigo SBJV
Olá, muito bom seus screens, onde consigo baixar o cenario de joinville?
Izzy- Recruta
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Inscrito em : 08/11/2015
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Idade : 40
Nacionalidade :
slsbacic- Coronel
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Inscrito em : 24/07/2012
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