Viaje tranquilo: conheça os ruídos que ouvimos dentro do avião
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Viaje tranquilo: conheça os ruídos que ouvimos dentro do avião
Por Maria Luciana Rincón
Você é do tipo que, quando entra em um avião, simplesmente relaxa e aproveita a viagem? Ou você é daqueles que a cada barulhinho acha que aquele troço está se desmontando — e, enquanto entra em pânico e reza — se convence de que vai morrer?
Pois, segundo explicou Mike Leary em um post para o site Quora, é natural que pessoas que não estão familiarizadas com a mecânica dessas máquinas se sintam apreensivas. Afinal, não é todo mundo que fica completamente à vontade enquanto se encontra sentadinho em um tubo de metal a mais de 9 mil metros de altitude se movendo a mais de 900 quilômetros por hora! E, ainda por cima, com aqueles barulhos todos...
1 – Embarcando
Mike costumava trabalhar para a Boeing e, para nos deixar mais tranquilos, decidiu descrever o que são os barulhos que ouvimos quando viajamos de avião. Conforme disse, não devemos nos esquecer de que as aeronaves são exaustivamente testadas antes de começar a transportar passageiros e, apesar de elas não serem imunes a sofrer acidentes, esses meios de transporte são extremamente seguros. Veja, por exemplo, como as asas são testadas:
Mas vamos aos ruídos. Você já reparou que, ao embarcar no avião, mesmo quando ele ainda se encontra “estacionado” no terminal, existe uma espécie de zumbido de fundo? Segundo Mike, essa é a unidade auxiliar de energia da aeronave, responsável por manter tudo em funcionamento enquanto os motores principais não são acionados. Além disso, a maioria dos aeroportos conecta unidades de solo ao avião para abastecê-lo com ar e eletricidade.
2 – Fechando as portas
Depois que as portas são fechadas, é possível sentir uma mudança no ar da cabine, e as luzes começam a piscar, indicando que o sistema do aeroporto foi substituído pelo da aeronave. Então, os motores são ligados — e ouvimos o ronco provocado pelas turbinas começando a funcionar — e, se o avião não for “puxado” do terminal por um daqueles veículos do aeroporto, os pilotos mesmos invertem o sentido de funcionamento dos motores para dar ré.
Durante essa manobra, o ruído se torna mais forte, mas logo volta ao normal, quando o avião começa a taxiar. Segundo Mike, a maioria das aeronaves da Airbus conta com um dispositivo para economia de combustível chamado unidade de transferência de potência, responsável por manter a pressão hidráulica sob controle quando os pilotos usam apenas um dos motores para guiar o avião antes de decolar.
Esse equipamento é meio barulhento, e quando ele está em funcionamento, as oscilações no ruído não indicam falhas — mas sim as variações de pressão. As aeronaves da Airbus ainda fazem mais um barulho, um som em alta frequência emitido um pouco antes da decolagem e logo após a aterrissagem, que não é o prelúdio de uma explosão eminente. Ele é gerado por uma bomba hidráulica elétrica usada para abrir e fechar as portas do compartimento de carga.
3 – Taxiando
Muitas vezes, quando o avião está taxiando, podemos ouvir os pneus batendo contra as junções do pavimento da pista, já que o sistema de amortecimento de choques não é muito eficiente. Além disso, nesse momento, os pilotos aproveitam para checar todos os sistemas da aeronave — e talvez seja reconfortante para você saber que todos os aviões comerciais contam com quatro sistemas, para o caso de que algum deles sofra uma pane.
Outra informação reconfortante: todos os pilotos são treinados em simuladores que são réplicas idênticas dos aviões e, antes de voar com aeronaves de verdade, eles encaram todo tipo de situação imaginável para garantir que eles saberão o que fazer em caso de emergência.
Durante a checagem, também é possível escutar os servo motores elétricos que movimentam as superfícies de controle de voo zumbindo. E se você se sentar próximo de uma das asas, você poderá ver diversas peças — os “flaps” — se movendo para cima e para baixo. Segundo Mike, os flaps ajudam a aumentar a superfície das asas significativamente e, portanto, ajudam os pilotos a pôr os aviões para voar.
4 – Prontos para decolar
Após a torre de comando liberar a decolagem, o próximo ruído que ouvimos é a aceleração dos motores. Então, sentimos os nossos corpos “colando” nas poltronas conforme a aeronave vai ganhando velocidade e, de acordo com Mike, o avião precisa alcançar ao menos 160 quilômetros por hora para decolar. E quando ele chega à velocidade necessária, primeiro a roda que fica no “nariz” do avião sai solo, seguida pelas rodas próximas às asas.
Pouco depois de a aeronave sair do chão, escutamos os pequenos motores elétricos puxando as rodas para o interior de seus respectivos compartimentos — e o barulhão das portas desses compartimentos se fechando. Em seguida, os flaps das asas voltam para seus lugares e, conforme o avião ganha altitude, os motores se tornam menos ruidosos. Pronto! Agora é só relaxar e esperar até que chegue o momento da...
5 – Aterrissagem
Quando os pilotos começam a se preparar para pousar, vários dos ruídos que descrevemos acima se repetem. Segundo Mike, conforme o avião começa a desacelerar e descer, o barulho dos motores muda, e alguns motores elétricos são acionados para elevar determinadas peças das asas (os spoilers) que ajudam a diminuir a velocidade da aeronave. Assim, além de escutar tudo isso funcionando, o ruído do vento nas asas fica mais forte.
Durante a aproximação à pista, os flaps voltam a ficar estendidos — para aumentar a superfície das asas novamente —, e o som do vento se torna ainda mais intenso. Depois, as portas do trem de pouso se abrem fazendo um barulhão (e o seu coração pular!) e, então os motores que baixam esse equipamento “resmungam” até escutarmos uma espécie de click, que indica que ele se encontra em posição.
Em seguida, vem uma verdadeira sinfonia de sons: os pilotos desaceleram os motores para conseguir pousar, as rodas tocam o solo — fazendo um escândalo —, uma porção de painéis situados nas asas é acionada para forçar o avião a ficar no solo, e os reversores de empuxo, que são espécies de escudos localizados atrás dos motores, são abertos ajudar a frear a aeronave.
Por último, os pilotos acionam os freios propriamente ditos — que são pra lá de ruidosos —, e param o avião. Então, após a torre de comando informar por qual pista a aeronave deve taxiar até chegar ao terminal designado para o desembarque, você pode se preparar para ouvir os sons que descrevemos nos itens 3, 2 e 1 (nessa ordem) novamente. E, finalmente, você poderá descansar os ouvidos de tanta barulheira, além de poder relaxar e respirar aliviado.
Via Mega Curioso
Fonte: Tecmundo
Você é do tipo que, quando entra em um avião, simplesmente relaxa e aproveita a viagem? Ou você é daqueles que a cada barulhinho acha que aquele troço está se desmontando — e, enquanto entra em pânico e reza — se convence de que vai morrer?
Pois, segundo explicou Mike Leary em um post para o site Quora, é natural que pessoas que não estão familiarizadas com a mecânica dessas máquinas se sintam apreensivas. Afinal, não é todo mundo que fica completamente à vontade enquanto se encontra sentadinho em um tubo de metal a mais de 9 mil metros de altitude se movendo a mais de 900 quilômetros por hora! E, ainda por cima, com aqueles barulhos todos...
1 – Embarcando
Mike costumava trabalhar para a Boeing e, para nos deixar mais tranquilos, decidiu descrever o que são os barulhos que ouvimos quando viajamos de avião. Conforme disse, não devemos nos esquecer de que as aeronaves são exaustivamente testadas antes de começar a transportar passageiros e, apesar de elas não serem imunes a sofrer acidentes, esses meios de transporte são extremamente seguros. Veja, por exemplo, como as asas são testadas:
Repare na forma como as asas são forçadas durantes os testes!
Mas vamos aos ruídos. Você já reparou que, ao embarcar no avião, mesmo quando ele ainda se encontra “estacionado” no terminal, existe uma espécie de zumbido de fundo? Segundo Mike, essa é a unidade auxiliar de energia da aeronave, responsável por manter tudo em funcionamento enquanto os motores principais não são acionados. Além disso, a maioria dos aeroportos conecta unidades de solo ao avião para abastecê-lo com ar e eletricidade.
2 – Fechando as portas
Unidade auxiliar de energia
Depois que as portas são fechadas, é possível sentir uma mudança no ar da cabine, e as luzes começam a piscar, indicando que o sistema do aeroporto foi substituído pelo da aeronave. Então, os motores são ligados — e ouvimos o ronco provocado pelas turbinas começando a funcionar — e, se o avião não for “puxado” do terminal por um daqueles veículos do aeroporto, os pilotos mesmos invertem o sentido de funcionamento dos motores para dar ré.
Durante essa manobra, o ruído se torna mais forte, mas logo volta ao normal, quando o avião começa a taxiar. Segundo Mike, a maioria das aeronaves da Airbus conta com um dispositivo para economia de combustível chamado unidade de transferência de potência, responsável por manter a pressão hidráulica sob controle quando os pilotos usam apenas um dos motores para guiar o avião antes de decolar.
Esse equipamento é meio barulhento, e quando ele está em funcionamento, as oscilações no ruído não indicam falhas — mas sim as variações de pressão. As aeronaves da Airbus ainda fazem mais um barulho, um som em alta frequência emitido um pouco antes da decolagem e logo após a aterrissagem, que não é o prelúdio de uma explosão eminente. Ele é gerado por uma bomba hidráulica elétrica usada para abrir e fechar as portas do compartimento de carga.
3 – Taxiando
Superfícies de controle de voo
Muitas vezes, quando o avião está taxiando, podemos ouvir os pneus batendo contra as junções do pavimento da pista, já que o sistema de amortecimento de choques não é muito eficiente. Além disso, nesse momento, os pilotos aproveitam para checar todos os sistemas da aeronave — e talvez seja reconfortante para você saber que todos os aviões comerciais contam com quatro sistemas, para o caso de que algum deles sofra uma pane.
Outra informação reconfortante: todos os pilotos são treinados em simuladores que são réplicas idênticas dos aviões e, antes de voar com aeronaves de verdade, eles encaram todo tipo de situação imaginável para garantir que eles saberão o que fazer em caso de emergência.
Durante a checagem, também é possível escutar os servo motores elétricos que movimentam as superfícies de controle de voo zumbindo. E se você se sentar próximo de uma das asas, você poderá ver diversas peças — os “flaps” — se movendo para cima e para baixo. Segundo Mike, os flaps ajudam a aumentar a superfície das asas significativamente e, portanto, ajudam os pilotos a pôr os aviões para voar.
4 – Prontos para decolar
Após a torre de comando liberar a decolagem, o próximo ruído que ouvimos é a aceleração dos motores. Então, sentimos os nossos corpos “colando” nas poltronas conforme a aeronave vai ganhando velocidade e, de acordo com Mike, o avião precisa alcançar ao menos 160 quilômetros por hora para decolar. E quando ele chega à velocidade necessária, primeiro a roda que fica no “nariz” do avião sai solo, seguida pelas rodas próximas às asas.
Pouco depois de a aeronave sair do chão, escutamos os pequenos motores elétricos puxando as rodas para o interior de seus respectivos compartimentos — e o barulhão das portas desses compartimentos se fechando. Em seguida, os flaps das asas voltam para seus lugares e, conforme o avião ganha altitude, os motores se tornam menos ruidosos. Pronto! Agora é só relaxar e esperar até que chegue o momento da...
5 – Aterrissagem
Spoilers
Quando os pilotos começam a se preparar para pousar, vários dos ruídos que descrevemos acima se repetem. Segundo Mike, conforme o avião começa a desacelerar e descer, o barulho dos motores muda, e alguns motores elétricos são acionados para elevar determinadas peças das asas (os spoilers) que ajudam a diminuir a velocidade da aeronave. Assim, além de escutar tudo isso funcionando, o ruído do vento nas asas fica mais forte.
Flaps
Durante a aproximação à pista, os flaps voltam a ficar estendidos — para aumentar a superfície das asas novamente —, e o som do vento se torna ainda mais intenso. Depois, as portas do trem de pouso se abrem fazendo um barulhão (e o seu coração pular!) e, então os motores que baixam esse equipamento “resmungam” até escutarmos uma espécie de click, que indica que ele se encontra em posição.
Trem de pouso
Em seguida, vem uma verdadeira sinfonia de sons: os pilotos desaceleram os motores para conseguir pousar, as rodas tocam o solo — fazendo um escândalo —, uma porção de painéis situados nas asas é acionada para forçar o avião a ficar no solo, e os reversores de empuxo, que são espécies de escudos localizados atrás dos motores, são abertos ajudar a frear a aeronave.
Reversor de empuxo
Por último, os pilotos acionam os freios propriamente ditos — que são pra lá de ruidosos —, e param o avião. Então, após a torre de comando informar por qual pista a aeronave deve taxiar até chegar ao terminal designado para o desembarque, você pode se preparar para ouvir os sons que descrevemos nos itens 3, 2 e 1 (nessa ordem) novamente. E, finalmente, você poderá descansar os ouvidos de tanta barulheira, além de poder relaxar e respirar aliviado.
Via Mega Curioso
Fonte: Tecmundo
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