[Internacional] Reportagem faz comparações entre disputa canadense de caças e o F-X2
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[Internacional] Reportagem faz comparações entre disputa canadense de caças e o F-X2
Reportagem faz comparações entre disputa canadense de caças e o F-X2
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Canadá não tem certeza sobre o que vai substituir seus Hornets
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Na terça-feira, 5 de março, reportagem da UPI (United Press International) tratou do processo canadense de escolha de um substituto para a frota envelhecida de caças CF-18 Hornet do país. Trata-se de uma busca tortuosa mas necessária de um sucessor para 78 jatos em vários estágios de operação, sobre os quais não está claro quantos permanecem em condições de voo.
Segundo a matéria, a disputa canadense por um caça adequado a sua vasta e variada geografia, assim como a seus requisitos de segurança, é um pouco parecida com o programa brasileiro F-X2, que anda parado devido a questões relativas a desempenho, preço e quantidade de transferência de tecnologias para o comprador. No caso do Canadá, os problemas estão mais relacionados a preço, desempenho e política, afirmação que a reportagem credita ao jornal Toronto Sun.
O Brasil deseja comprar pelo menos 36 caças novos, e o Canadá quer adquirir pelo menos o dobro. Há mais competidores no programa canadense do que na “shortlist” brasileira. No Canadá, disputam a Boeing e a Lockheed Martin, dos Estados Unidos, contra a Dassault francesa, a Saab sueca e o consórcio europeu Eurofighter. Diferentemente do Brasil, o Canadá não deseja construir uma nova geração de caças, mas segundo alguns analistas da indústria essa é uma opção na qual o país também está de olho.
O envio neste início de março de questionários aos competidores, a ser respondido no prazo máximo de seis semanas, sinalizou o início do que promete ser um longo processo de comparação, de desempenho e preço, dos novos caças para o Canadá. Até o ano passado, esse tipo de consulta sequer era cogitada, mas a controvérsia sobre o governo Harper de adqurir o F-35 sem uma concorrência deu munição à oposição e levou a uma reprimenda da auditoria geral.
Ainda citando o Toronto Sun, a reportagem da UPI afirmou que “nenhum dos competidores está a salvo de críticas no mercado global de defesa. Tudo é uma questão de três ‘ps’: performance, preço e política.” As opiniões se dividem, com muitos críticos argumentando que os competidores estão datados e estarão defasados em relação aos avanços tecnológicos antes de serem construídos e incorporados à Força Aérea Canadense.
O Gripen da Saab é criticado por suas qualidades furtivas inadequadas, sistema de guerra eletrônica não desenvolvido e pouca capacidade de carga, e o Toronto Sun fala especificamente da disputa suíça, citando parte de relatório confidencial mostrado pela mídia local que colocaria o caça abaixo dos requisitos (nota do editor: relatório que já foi declarado como apenas parcial pelo Departamento de Defesa da Suíça). Quanto ao Rafale da Dassault, este é mostrado como um caça “faz-tudo” que não se destacaria em nenhum papel específico, o que tornaria difícil achar compradores – o Toronto Sun traz uma longa lista de derrotas comerciais e afirma que nada ainda foi assinado na Índia, único possível cliente externo. Já o Eurofighter, que nasceu para se destacar em missões ar-ar, passa por escritínio quanto a problemas técnicos, notadamente quanto a suas capacidades ar-terra, para missões de apoio aéreo aproximado demandadas por compradores em potencial. Já o F-35 vem sendo constantemente criticado por seus custos crescentes e grande demora em cumprir o cronograma de testes.
E aqui acabam as críticas aos caças feita pelo Toronto Sun e replicada pela UPI, sem qualquer menção negativa ao Super Hornet – veja “Nota do Editor” ao final.
Ainda segundo o Toronto Sun, “falar é fácil, mas fazer compras de defesa nessa escala requer intestinos fortes por parte dos políticos, pois problemas sempre vão surgir”. A popularidade crescente do desempenho dos sistemas não tripulados, entre líderes militares, também municia críticos. Estes questionam se o Canadá não deveria comprar menos caças tripulados e investir mais em aeronaves remotamente tripuladas para patrulhar seu espaço aéreo e fronteiras. Os canadenses estão cada vez mais sensíveis às atividades da Força Aérea Russa na região do Ártico, na qual o Canadá espera assegurar soberania em territórios que considera seus.
FONTE: UPI e Toronto Sun (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês)
Via: Poder Aéreo
NOTA DO EDITOR: quanto à comparação com o programa F-X2, tirando talvez algumas semelhanças quanto ao fato de serem dois países de grande extensão e diversidade de paisagem, a reportagem da UPI cita mais diferenças do que semelhanças, embora o texto, como um todo, dê a entender que há dois pontos de convergência: um é a capacidade de criar controvérsia política, e o outro a possibilidade de se tornar uma longa disputa.
A reportagem da UPI repete as críticas do Toronto Sun a quatro dos cinco concorrentes, estranhamente poupando o F/A-18 Super Hornet. Este sequer é mencionado. É sintomático que a matéria original do Toronto Sun, de onde as críticas aos outros quatro concorrentes foram copiadas (e estão mais extensas), não faz qualquer crítica ao Super Hornet. Pelo contrário, o versão Block II de exportação do caça da Boeing é tratada pelo Toronto Sun como “provavelmente a mais segura opção”, e o jornal cita a compra australiana, país que também aguarda suas encomendas de F-35. Assim, percebe-se mais uma semelhança da recém-iniciada disputa canadense com o nosso F-X2: a capacidade da mídia de massa fazer parte, com críticas mais pesadas a alguns dos concorrentes de um processo do que a outros, da alimentação da controvérsia política, usando argumentos pretensamente técnicos.
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Canadá não tem certeza sobre o que vai substituir seus Hornets
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Na terça-feira, 5 de março, reportagem da UPI (United Press International) tratou do processo canadense de escolha de um substituto para a frota envelhecida de caças CF-18 Hornet do país. Trata-se de uma busca tortuosa mas necessária de um sucessor para 78 jatos em vários estágios de operação, sobre os quais não está claro quantos permanecem em condições de voo.
Segundo a matéria, a disputa canadense por um caça adequado a sua vasta e variada geografia, assim como a seus requisitos de segurança, é um pouco parecida com o programa brasileiro F-X2, que anda parado devido a questões relativas a desempenho, preço e quantidade de transferência de tecnologias para o comprador. No caso do Canadá, os problemas estão mais relacionados a preço, desempenho e política, afirmação que a reportagem credita ao jornal Toronto Sun.
O Brasil deseja comprar pelo menos 36 caças novos, e o Canadá quer adquirir pelo menos o dobro. Há mais competidores no programa canadense do que na “shortlist” brasileira. No Canadá, disputam a Boeing e a Lockheed Martin, dos Estados Unidos, contra a Dassault francesa, a Saab sueca e o consórcio europeu Eurofighter. Diferentemente do Brasil, o Canadá não deseja construir uma nova geração de caças, mas segundo alguns analistas da indústria essa é uma opção na qual o país também está de olho.
O envio neste início de março de questionários aos competidores, a ser respondido no prazo máximo de seis semanas, sinalizou o início do que promete ser um longo processo de comparação, de desempenho e preço, dos novos caças para o Canadá. Até o ano passado, esse tipo de consulta sequer era cogitada, mas a controvérsia sobre o governo Harper de adqurir o F-35 sem uma concorrência deu munição à oposição e levou a uma reprimenda da auditoria geral.
Ainda citando o Toronto Sun, a reportagem da UPI afirmou que “nenhum dos competidores está a salvo de críticas no mercado global de defesa. Tudo é uma questão de três ‘ps’: performance, preço e política.” As opiniões se dividem, com muitos críticos argumentando que os competidores estão datados e estarão defasados em relação aos avanços tecnológicos antes de serem construídos e incorporados à Força Aérea Canadense.
O Gripen da Saab é criticado por suas qualidades furtivas inadequadas, sistema de guerra eletrônica não desenvolvido e pouca capacidade de carga, e o Toronto Sun fala especificamente da disputa suíça, citando parte de relatório confidencial mostrado pela mídia local que colocaria o caça abaixo dos requisitos (nota do editor: relatório que já foi declarado como apenas parcial pelo Departamento de Defesa da Suíça). Quanto ao Rafale da Dassault, este é mostrado como um caça “faz-tudo” que não se destacaria em nenhum papel específico, o que tornaria difícil achar compradores – o Toronto Sun traz uma longa lista de derrotas comerciais e afirma que nada ainda foi assinado na Índia, único possível cliente externo. Já o Eurofighter, que nasceu para se destacar em missões ar-ar, passa por escritínio quanto a problemas técnicos, notadamente quanto a suas capacidades ar-terra, para missões de apoio aéreo aproximado demandadas por compradores em potencial. Já o F-35 vem sendo constantemente criticado por seus custos crescentes e grande demora em cumprir o cronograma de testes.
E aqui acabam as críticas aos caças feita pelo Toronto Sun e replicada pela UPI, sem qualquer menção negativa ao Super Hornet – veja “Nota do Editor” ao final.
Ainda segundo o Toronto Sun, “falar é fácil, mas fazer compras de defesa nessa escala requer intestinos fortes por parte dos políticos, pois problemas sempre vão surgir”. A popularidade crescente do desempenho dos sistemas não tripulados, entre líderes militares, também municia críticos. Estes questionam se o Canadá não deveria comprar menos caças tripulados e investir mais em aeronaves remotamente tripuladas para patrulhar seu espaço aéreo e fronteiras. Os canadenses estão cada vez mais sensíveis às atividades da Força Aérea Russa na região do Ártico, na qual o Canadá espera assegurar soberania em territórios que considera seus.
FONTE: UPI e Toronto Sun (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês)
Via: Poder Aéreo
NOTA DO EDITOR: quanto à comparação com o programa F-X2, tirando talvez algumas semelhanças quanto ao fato de serem dois países de grande extensão e diversidade de paisagem, a reportagem da UPI cita mais diferenças do que semelhanças, embora o texto, como um todo, dê a entender que há dois pontos de convergência: um é a capacidade de criar controvérsia política, e o outro a possibilidade de se tornar uma longa disputa.
A reportagem da UPI repete as críticas do Toronto Sun a quatro dos cinco concorrentes, estranhamente poupando o F/A-18 Super Hornet. Este sequer é mencionado. É sintomático que a matéria original do Toronto Sun, de onde as críticas aos outros quatro concorrentes foram copiadas (e estão mais extensas), não faz qualquer crítica ao Super Hornet. Pelo contrário, o versão Block II de exportação do caça da Boeing é tratada pelo Toronto Sun como “provavelmente a mais segura opção”, e o jornal cita a compra australiana, país que também aguarda suas encomendas de F-35. Assim, percebe-se mais uma semelhança da recém-iniciada disputa canadense com o nosso F-X2: a capacidade da mídia de massa fazer parte, com críticas mais pesadas a alguns dos concorrentes de um processo do que a outros, da alimentação da controvérsia política, usando argumentos pretensamente técnicos.
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