[Internacional]Após falhas, EUA vão revisar produção do 787 Dreamliner

Em um duro revés para a Boeing, o governo dos Estados Unidos determinou a revisão do 787 Dreamliner, considerado...

Em um duro revés para a Boeing, o governo dos Estados Unidos determinou a revisão do 787 Dreamliner, considerado uma revolução tecnológica na aviação, depois de ter ocorrido um incêndio em um avião desse modelo pertencente à Japan Airlines, estacionado em Boston, no início da semana.

Não foi divulgado quanto tempo durará a revisão. Durante este período, as 50 aeronaves já em uso pelas companhias aéreas LAN (Chile), LOT (Polônia), Air India, All Nippon Airways (Japão), Japan Airlines, Air India, Qatar Airways, United Airlines e Air India continuarão operando normalmente.

De acordo com as autoridades americanas, não há risco de acidentes nestes aviões e todos estão seguros para voar. "Eu não teria problema algum em embarcar em um desses aparelhos", afirmou o secretário dos Transportes dos Estados Unidos, Ray LaHood, depois de anunciar a revisão do 787 Dreamliner.

Segundo LaHood, porém, "há preocupação com recentes eventos envolvendo o Boeing 787" e, por este motivo, o governo americano decidiu "fazer uma aprofundada revisão do aparelho". Somente esta semana, além do incêndio provocado por uma bateria do avião – que estava vazio –, foram registrados incidentes como vazamento de óleo, vazamento de combustível e rachadura na janela da cabine do piloto – sendo cada um desses problemas em aviões diferentes. Além dos 50 aviões em operação, já foram vendidos outros 800 para companhias aéreas ao redor do mundo.

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês), informou que a revisão se concentrará no design, na forma como foi montado e fabricado o 787 Dreamliner. Uma das maiores preocupações é com a parte elétrica.

Os voos comerciais do 787 Dreamliner começaram no fim de 2011, depois de mais de 200 mil horas de testes realizados pela FAA. Teoricamente, não haveria necessidade de revisão. "Mas precisamos verificar a origem desses recentes problemas e fazer o máximo para garantir que eles não ocorrerão novamente", afirmou o secretário de Transportes. Ao todo, foram dez incidentes em seis semanas, embora nenhum tenha colocado em risco a tripulação e os passageiros.

Tecnologia. Com uma nova tecnologia, o 787 Dreamliner é visto como uma revolução na aviação, por consumir 20% menos combustível do que outros aparelhos. Cada uma dessas aeronaves custa mais de US$ 20o milhões.

O processo para a aprovação do avião foi um dos mais rigorosos já aplicados pelas autoridades americanas e atrasou em cerca de três anos a introdução deste modelo no mercado. As companhias aéreas que já utilizam esses aparelhos saíram em defesa da Boeing ontem. Tampouco houve cancelamento de pedidos. A expectativa é de que 5 mil aviões sejam vendidos nos próximos 20 anos.

O A380, fabricado pela Airbus, principal concorrente da Boeing, também apresentou problemas ao ser lançado. "Todos os aviões comerciais enfrentam problemas quando começam a operar", disse Raymond Conner, diretor da área de aviões comerciais da Boeing, em entrevista coletiva, acrescentando que a empresa vai cooperar com a FAA durante o processo.

O anúncio foi recebido com ceticismo por investidores, e as ações as Boeing, negociadas na Bolsa de Valores de Nova York, fecharam em queda de 2,5%.


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