[Brasil] Voar é sonho de adulto desde criança
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[Brasil] Voar é sonho de adulto desde criança
Voar é sonho de adulto desde criança
Jovens se preparam para vida de piloto no céu de Bauru seguindo os caminhos de Ozires Silva e de Marcos Pontes
Ricardo Santana
O sonho de voar dos jovens Gabriel Pereira, 19 anos, e Willian Cordeiro, 22 anos, apareceu na infância. A concretização do sonho de Gabriel e Willian passa pelo céu bauruense, facilitador do voo a vela com suas ondas térmicas. O fundador da Embraer Ozires Silva e Marcos Pontes, astronauta bauruense, começaram a projetar voos mais altos no céu bauruense.
Gabriel e Willian não sabem explicar o porquê nutrem desde criança a vontade de voar. “Só quem está voando é que pode dizer”, sugere Willian. Ainda estudantes, eles demonstram intimidade com o assunto aviação.
“Dia 23 foi o Dia do Aviador”, dispara Willian. Ambos estão alojados no Aeroclube de Bauru. Vindo do município paulista de Pedregulho, Gabriel está no curso de planador e já fez o teórico e prático de piloto privado e o teórico para piloto comercial. Ele começou sua preparação com a idade mínima de 18 anos.
Willian veio de Paranavaí, Paraná. Cursa o teórico de piloto comercial e já completou a preparação de piloto privado. Ambos desejam a profissionalização.
A visão do mercado de trabalho aponta para carreira de piloto executivo e também agrícola. Pilotar para empresas comerciais não é a meta do jovens.
Willian pensa em se tornar também piloto de helicóptero, mas somente após começar a trabalhar. Gabriel se interessa pelo helicóptero como um hobby para quando já tiver anos de voo.
O coordenador de cursos teóricos do Aeroclube de Bauru e instrutor de voo Adilson Ferreira da Silva cita que a escola de pilotos do Aeroclube de Bauru tem três turmas ao ano com cerca de 40 alunos.
O curso inicia-se com aulas teóricas, exigindo três meses e meio de sala de aula para capacitar o futuro piloto a voar. Na etapa prática, para piloto privado são 35 horas de voo. Piloto comercial requer 150 horas de voo.
A escola do Aeroclube prepara nos cursos de piloto privado, piloto comercial, piloto privado de planador, piloto privado de helicóptero, piloto comercial de helicóptero, voo por instrumentos, instrutor de voo de avião, instrutor de planador, comissário(a) de voo, mecânico de manutenção aeronáutica.
A Instituição Toledo de Ensino (ITE) em Bauru também forma pilotos no curso de Ciências Aeronáuticas.
Bandeirante é resultado de ousadia
Histórico avião brasileiro deu a largada para o país competir com gigantes do setor aeronáutico em outubro de 1968.
Ousadia é a marca da criação da aeronave Bandeirante, o primeiro avião brasileiro do conceito ao produto final. O sonho foi coordenado pelo bauruense Ozires Silva, oficial da Aeronáutica e engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Faz 44 anos que o Bandeirante iniciou a história da indústria aeronáutica brasileira. O voo oficial do Bandeirante aconteceu no dia 27 de outubro de 1968, em São José dos Campos (SP). No dia 22, a aeronave passou por um voo teste que demonstrou a necessidade de ajustes.
“Se era uma brincadeira passou dos limites”, define o bauruense Ozires Silva.
O sucesso que aeronaves brasileiras fazem em 90 países contrasta com o ano de 1965 quando jovens iniciaram a corrida para viabilizar a indústria aeronáutica brasileira. A história do Bandeirante é marcada por desconfiança, recursos escassos e muita insistência de Ozires para que o Estado-Maior da Aeronáutica desse o aval para o início do projeto. A autorização foi dada em 26 de junho de 1965. Surge aí o lado empreendedor de Ozires, quando conseguiu vender uma ideia de avião para a Aeronáutica. Ainda era um sonho.
O projeto assimilou tecnologias para superar a precariedade de aeroportos brasileiros da época. Poucos tinham condições de recepcionar aeronaves de grande porte. O Bandeirante precisaria pousar e decolar em pistas de terra.
Ozires Silva relembra que o sonho da construção de um avião brasileiro surgiu em sua vida ainda muito jovem em Bauru. Ele e o amigo inseparável Zico (Benedito César morto em 1955) alçaram os primeiros voos nos planadores do Aeroclube de Bauru. Não se conformavam com o fato das aeronaves serem todas de fabricação norte-americana. “A gente ficava frustrado.”
O resultado final alcançado há 44 anos foi, segundo Ozires Silva, fruto de pequenas vitórias iniciadas em 1965, muito antes do primeiro voo do Bandeirante. O projeto do Bandeirante, denominado IPD-5404, materializou-se mais pela força da emoção do que, propriamente, fruto de algo racionalizado. “Cada vitória ia somando no caminho de um dia construir aviões nossos, fabricados no Brasil voando no mundo inteiro”, comemora.
Para Ozires Silva, as coisas acontecem para pessoas que acreditam, têm visão do futuro e capacidade para materializar o futuro. Ele faz uma crítica em tom de alerta ao afirmar que no Brasil não há pessoas com esse perfil, inclusive no governo federal. “O Brasil não tem projeto de Brasil para o futuro. Você não sabe para onde estamos caminhando”, define.
O aspecto visionário que moveu as pessoas envolvidas na construção do Bandeirante tinha o conhecimento da extensão continental do Brasil, possível de ser integrado pelas asas de aeronaves.
Quando frisa a dimensão do país, Ozires fala com propriedade de quem voou em hidroaviões PBY-5 e 5A Catalina, denominados “Patas-Chocas, ligando os pontos mais remotos da Amazônia com a civilização. No início da carreira na Força Aérea Brasileira (FAB), o aviador bauruense transportou médicos, dentistas, assistentes sociais e padres para comunidades em todos os cantos da Amazônia. “Eu não sei chegar a Manaus sem o avião”, salienta. São os obstáculos que animam e fazem um país de realidades tão díspares emergir no mercado internacional da indústria aeronáutica com produtos de ponta.
Educação
Atualmente, Ozires Silva, 82 anos, mantém a sua perspectiva visionária atuando, principalmente, no segmento da educação. Ele entende que o processo de fabricação de aviões surgiu com a implantação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), São José dos Campos, onde também está o Centro Técnico Aeroespacial (CTA).
Ozires Silva é oficial da Aeronáutica e engenheiro formado pelo ITA. Ele não só coordenou a construção do Bandeirante como também foi fundador da Embraer, empresa estatal que presidiu até 1986. Deixou a Embraer para o desafio de administrar a Petrobras, onde atuou até 1989. Em 1990, assumiu o Ministério da Infra-Estrutura. Ozires retornou à Embraer em 1991 conduzindo o processo de privatização da empresa, concluído em 1994.
Além dessas realizações, Ozires Silva também atuou como presidente da Varig por três anos (2000-2003) e criou em 2003 a Pele Nova Biotecnologia, primeiro fruto da Academia Brasileira de Estudos Avançados, empresa focada em saúde humana cuja missão é a pesquisa, desenvolvimento e produção de tecnologias inovadoras na área de regeneração e engenharia tecidual.
Fonte: JCNetSP
Via: NOTIMP
Jovens se preparam para vida de piloto no céu de Bauru seguindo os caminhos de Ozires Silva e de Marcos Pontes
Ricardo Santana
O sonho de voar dos jovens Gabriel Pereira, 19 anos, e Willian Cordeiro, 22 anos, apareceu na infância. A concretização do sonho de Gabriel e Willian passa pelo céu bauruense, facilitador do voo a vela com suas ondas térmicas. O fundador da Embraer Ozires Silva e Marcos Pontes, astronauta bauruense, começaram a projetar voos mais altos no céu bauruense.
Gabriel e Willian não sabem explicar o porquê nutrem desde criança a vontade de voar. “Só quem está voando é que pode dizer”, sugere Willian. Ainda estudantes, eles demonstram intimidade com o assunto aviação.
“Dia 23 foi o Dia do Aviador”, dispara Willian. Ambos estão alojados no Aeroclube de Bauru. Vindo do município paulista de Pedregulho, Gabriel está no curso de planador e já fez o teórico e prático de piloto privado e o teórico para piloto comercial. Ele começou sua preparação com a idade mínima de 18 anos.
Willian veio de Paranavaí, Paraná. Cursa o teórico de piloto comercial e já completou a preparação de piloto privado. Ambos desejam a profissionalização.
A visão do mercado de trabalho aponta para carreira de piloto executivo e também agrícola. Pilotar para empresas comerciais não é a meta do jovens.
Willian pensa em se tornar também piloto de helicóptero, mas somente após começar a trabalhar. Gabriel se interessa pelo helicóptero como um hobby para quando já tiver anos de voo.
O coordenador de cursos teóricos do Aeroclube de Bauru e instrutor de voo Adilson Ferreira da Silva cita que a escola de pilotos do Aeroclube de Bauru tem três turmas ao ano com cerca de 40 alunos.
O curso inicia-se com aulas teóricas, exigindo três meses e meio de sala de aula para capacitar o futuro piloto a voar. Na etapa prática, para piloto privado são 35 horas de voo. Piloto comercial requer 150 horas de voo.
A escola do Aeroclube prepara nos cursos de piloto privado, piloto comercial, piloto privado de planador, piloto privado de helicóptero, piloto comercial de helicóptero, voo por instrumentos, instrutor de voo de avião, instrutor de planador, comissário(a) de voo, mecânico de manutenção aeronáutica.
A Instituição Toledo de Ensino (ITE) em Bauru também forma pilotos no curso de Ciências Aeronáuticas.
Bandeirante é resultado de ousadia
Histórico avião brasileiro deu a largada para o país competir com gigantes do setor aeronáutico em outubro de 1968.
Ousadia é a marca da criação da aeronave Bandeirante, o primeiro avião brasileiro do conceito ao produto final. O sonho foi coordenado pelo bauruense Ozires Silva, oficial da Aeronáutica e engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Faz 44 anos que o Bandeirante iniciou a história da indústria aeronáutica brasileira. O voo oficial do Bandeirante aconteceu no dia 27 de outubro de 1968, em São José dos Campos (SP). No dia 22, a aeronave passou por um voo teste que demonstrou a necessidade de ajustes.
“Se era uma brincadeira passou dos limites”, define o bauruense Ozires Silva.
O sucesso que aeronaves brasileiras fazem em 90 países contrasta com o ano de 1965 quando jovens iniciaram a corrida para viabilizar a indústria aeronáutica brasileira. A história do Bandeirante é marcada por desconfiança, recursos escassos e muita insistência de Ozires para que o Estado-Maior da Aeronáutica desse o aval para o início do projeto. A autorização foi dada em 26 de junho de 1965. Surge aí o lado empreendedor de Ozires, quando conseguiu vender uma ideia de avião para a Aeronáutica. Ainda era um sonho.
O projeto assimilou tecnologias para superar a precariedade de aeroportos brasileiros da época. Poucos tinham condições de recepcionar aeronaves de grande porte. O Bandeirante precisaria pousar e decolar em pistas de terra.
Ozires Silva relembra que o sonho da construção de um avião brasileiro surgiu em sua vida ainda muito jovem em Bauru. Ele e o amigo inseparável Zico (Benedito César morto em 1955) alçaram os primeiros voos nos planadores do Aeroclube de Bauru. Não se conformavam com o fato das aeronaves serem todas de fabricação norte-americana. “A gente ficava frustrado.”
O resultado final alcançado há 44 anos foi, segundo Ozires Silva, fruto de pequenas vitórias iniciadas em 1965, muito antes do primeiro voo do Bandeirante. O projeto do Bandeirante, denominado IPD-5404, materializou-se mais pela força da emoção do que, propriamente, fruto de algo racionalizado. “Cada vitória ia somando no caminho de um dia construir aviões nossos, fabricados no Brasil voando no mundo inteiro”, comemora.
Para Ozires Silva, as coisas acontecem para pessoas que acreditam, têm visão do futuro e capacidade para materializar o futuro. Ele faz uma crítica em tom de alerta ao afirmar que no Brasil não há pessoas com esse perfil, inclusive no governo federal. “O Brasil não tem projeto de Brasil para o futuro. Você não sabe para onde estamos caminhando”, define.
O aspecto visionário que moveu as pessoas envolvidas na construção do Bandeirante tinha o conhecimento da extensão continental do Brasil, possível de ser integrado pelas asas de aeronaves.
Quando frisa a dimensão do país, Ozires fala com propriedade de quem voou em hidroaviões PBY-5 e 5A Catalina, denominados “Patas-Chocas, ligando os pontos mais remotos da Amazônia com a civilização. No início da carreira na Força Aérea Brasileira (FAB), o aviador bauruense transportou médicos, dentistas, assistentes sociais e padres para comunidades em todos os cantos da Amazônia. “Eu não sei chegar a Manaus sem o avião”, salienta. São os obstáculos que animam e fazem um país de realidades tão díspares emergir no mercado internacional da indústria aeronáutica com produtos de ponta.
Educação
Atualmente, Ozires Silva, 82 anos, mantém a sua perspectiva visionária atuando, principalmente, no segmento da educação. Ele entende que o processo de fabricação de aviões surgiu com a implantação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), São José dos Campos, onde também está o Centro Técnico Aeroespacial (CTA).
Ozires Silva é oficial da Aeronáutica e engenheiro formado pelo ITA. Ele não só coordenou a construção do Bandeirante como também foi fundador da Embraer, empresa estatal que presidiu até 1986. Deixou a Embraer para o desafio de administrar a Petrobras, onde atuou até 1989. Em 1990, assumiu o Ministério da Infra-Estrutura. Ozires retornou à Embraer em 1991 conduzindo o processo de privatização da empresa, concluído em 1994.
Além dessas realizações, Ozires Silva também atuou como presidente da Varig por três anos (2000-2003) e criou em 2003 a Pele Nova Biotecnologia, primeiro fruto da Academia Brasileira de Estudos Avançados, empresa focada em saúde humana cuja missão é a pesquisa, desenvolvimento e produção de tecnologias inovadoras na área de regeneração e engenharia tecidual.
Fonte: JCNetSP
Via: NOTIMP
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