[Brasil] Gastos em defesa no Brasil alertam Embraer para mudar de rumo
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[Brasil] Gastos em defesa no Brasil alertam Embraer para mudar de rumo
A Embraer é uma marca sinônimo de aviação comercial e executiva, mas poderá também tornar-se uma das maiores empresas do mundo em defesa? A empresa aeroespacial brasileira está se reposicionando para atingir esse objetivo, e o catalisador para a mudança é uma série de contratos de bilhões de dólares em defesa que estão chegando ao Brasil.
Existe o Sisfron, um sistema integrado de monitoramento de fronteira avaliado em US$ 6 bilhões que o Exército Brasileiro planeja colocar em operação para proteger as fronteiras terrestres do país. O Brasil tem fronteiras com 10 países diferentes, totalizando quase 17.000 km (10.560 milhas). Há também o SisGAAz, também conhecido como “Amazônia Azul”, um projeto de US$ 2 bilhões liderado pela Marinha para proteger a zona econômica exclusiva do Brasil. O Brasil deriva muito de sua riqueza econômica de suas plataformas de petróleo e de gás na costa marítima. O governo também quer proteger a sua pesca e garantir que ele tenha a capacidade de monitoramento para evitar quaisquer incursões. Outro importante programa envolve um satélite geoestacionário que terá uma carga útil para comunicação militar.
Além disso, existem contratos de defesa e de segurança decorrentes da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, que serão realizados no Brasil em 2014 e 2016, respectivamente.
Os contratos exigem que as empresas tenham experiência em radares baseados no solo, sensores, vigilância aérea, comunicação via satélite, observação da Terra, e comunicações de rádio.
O Super Tucano é um dos maiores sucessos da Embraer Defesa e Segurança.
A Embraer criou sua separada unidade de negócios de defesa e segurança, a marca Embraer Defesa e Seguranca. Luiz Carlos Aguiar, que anteriormente era diretor financeiro da Embraer, é agora CEO da Embraer Defesa e Segurança.
“Estamos tentando emular no Brasil o que as empresas de defesa europeias e norte americanos fizeram no passado”, diz Aguiar, referindo-se a empresas como a Boeing, que tem as atividades empresariais de defesa e de aviação comercial que são gerenciadas separadamente, cada um com seu próprio CEO .
Mesmo com o que a Embraer já consiga com suas aeronaves de ataque leve Super Tucano e aviões de alerta aéreo antecipado (AEW) EMB-145, o setor de aviação comercial e executivo ainda é responsável por 80% da receita do grupo Embraer. No entanto, uma parcela da receita de 20% no primeiro semestre deste ano é uma conquista para a Embraer Defesa e Segurança, porque o trabalho no ano passado de defesa da Embraer foi de apenas 15%. Aguiar prevê que a Embraer Defesa e Segurança possa representar 25% em 2020. No ano passado, a unidade teve uma receita de 859 milhões dólares, este ano, a previsão é de ultrapassar “um pouco mais de $ 1 bilhão”, diz ele. Em 2006, os negócios da Embraer em defesa resultaram numa receita de apenas US$ 400 milhões, acrescenta.
A Embraer Defesa e Segurança é a 74ª maior empresa de defesa do mundo, diz Aguiar, e a consolidando no setor de defesa na Europa e América do Norte significa que a Embraer Defesa e Segurança vai subir no ranking. Aguiar prevê que em 2020 a receita da Embraer Defesa e Segurança vai ter mais do que dobro em comparação com 2012.
A Embraer Defesa e Segurança impulsionou suas receitas, em parte através de aquisições. Recentemente, adquiriu a Orbisat, fabricante de equipamentos de radares baseados em terra, e a Atech, especialista em C4I (comando, controle, comunicações, computadores e inteligência). A Embraer Defesa e Segurança também estabeleceu a Visiona, uma joint venture com a empresa de telecomunicações estatal brasileira Telebrás. A Visiona vai liderar o impulso em satélites e tecnologia espacial. E a Embraer Defesa e Segurança formou uma joint venture com a Elbit Systems de Israel para desenvolver UAVs, especificamente os de controle de fronteira.
Um motivo chave por trás das aquisições, diz Aguiar, é de reunir os conhecimentos e capacidades que a Embraer Defesa e Segurança precisa para competir em novos contratos. Ele diz que a Embraer está interessada em comprar mais empresas de defesa, particularmente aquelas com experiência em monitoramento e vigilância. A preferência, no entanto, é para empresas locais ao invés de aquisições estrangeiras.
A Orbisat e a Atech estão baseadas no Brasil. Uma estratégia para cortejar os líderes do governo brasileiro envolve destacar que a Embraer Defesa e Segurança está oferecendo um produto desenvolvido localmente e assegurando que o Brasil tenha a tecnologia e a capacidade para se auto proteger, sem depender de empresas estrangeiras. Os executivos da Embraer Defesa e Segurança também dizem que como a tecnologia evoluiu no país, a Embraer Defesa e Segurança possui a propriedade intelectual e, como consequência, é livre para comercializar os sistemas em outros países.
A estratégia é apropriada porque os contratos multibilionários de defesa do Brasil chamaram a atenção de outras empresas brasileiras, que estão impulsionando sua própria experiência e capacidade em parceria com fabricantes de defesa estrangeiras.
A Andrade Gutierrez, um diversificado conglomerado brasileiro, que começou na área de construção, e é hoje uma das maiores empresas do país, estabeleceu a Andrade Gutierrez Defesa e Segurança, uma joint venture com a Thales. A entidade francesa possui 40%, enquanto que a parte brasileira possui 60%. Orlando Neto, que anteriormente dirigiu o negócio de defesa da Embraer, é líder da Andrade Gutierrez Defesa e Seguranca.
No passado, podia se dizer que o governo brasileiro automaticamente celebraria contratos com a Embraer, mas isso já não é o caso, já que a Embraer já não uma empresa estatal. O governo possui apenas 0,3% da empresa, embora tenha direito de veto sobre as atividades através de ações “ouro”.
Um ponto chave no desenvolvimento do negócio de defesa é que a Embraer pode se beneficiar da generosidade do governo e evitar as crises na aviação comercial e executiva. Isso também significa que alguns dos custos da Embraer de Pesquisa e Desenvolvimento são cobertos pelo governo.
Fonte: Cavok
Existe o Sisfron, um sistema integrado de monitoramento de fronteira avaliado em US$ 6 bilhões que o Exército Brasileiro planeja colocar em operação para proteger as fronteiras terrestres do país. O Brasil tem fronteiras com 10 países diferentes, totalizando quase 17.000 km (10.560 milhas). Há também o SisGAAz, também conhecido como “Amazônia Azul”, um projeto de US$ 2 bilhões liderado pela Marinha para proteger a zona econômica exclusiva do Brasil. O Brasil deriva muito de sua riqueza econômica de suas plataformas de petróleo e de gás na costa marítima. O governo também quer proteger a sua pesca e garantir que ele tenha a capacidade de monitoramento para evitar quaisquer incursões. Outro importante programa envolve um satélite geoestacionário que terá uma carga útil para comunicação militar.
Além disso, existem contratos de defesa e de segurança decorrentes da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, que serão realizados no Brasil em 2014 e 2016, respectivamente.
Os contratos exigem que as empresas tenham experiência em radares baseados no solo, sensores, vigilância aérea, comunicação via satélite, observação da Terra, e comunicações de rádio.
O Super Tucano é um dos maiores sucessos da Embraer Defesa e Segurança.
A Embraer criou sua separada unidade de negócios de defesa e segurança, a marca Embraer Defesa e Seguranca. Luiz Carlos Aguiar, que anteriormente era diretor financeiro da Embraer, é agora CEO da Embraer Defesa e Segurança.
“Estamos tentando emular no Brasil o que as empresas de defesa europeias e norte americanos fizeram no passado”, diz Aguiar, referindo-se a empresas como a Boeing, que tem as atividades empresariais de defesa e de aviação comercial que são gerenciadas separadamente, cada um com seu próprio CEO .
Mesmo com o que a Embraer já consiga com suas aeronaves de ataque leve Super Tucano e aviões de alerta aéreo antecipado (AEW) EMB-145, o setor de aviação comercial e executivo ainda é responsável por 80% da receita do grupo Embraer. No entanto, uma parcela da receita de 20% no primeiro semestre deste ano é uma conquista para a Embraer Defesa e Segurança, porque o trabalho no ano passado de defesa da Embraer foi de apenas 15%. Aguiar prevê que a Embraer Defesa e Segurança possa representar 25% em 2020. No ano passado, a unidade teve uma receita de 859 milhões dólares, este ano, a previsão é de ultrapassar “um pouco mais de $ 1 bilhão”, diz ele. Em 2006, os negócios da Embraer em defesa resultaram numa receita de apenas US$ 400 milhões, acrescenta.
A Embraer Defesa e Segurança é a 74ª maior empresa de defesa do mundo, diz Aguiar, e a consolidando no setor de defesa na Europa e América do Norte significa que a Embraer Defesa e Segurança vai subir no ranking. Aguiar prevê que em 2020 a receita da Embraer Defesa e Segurança vai ter mais do que dobro em comparação com 2012.
A Embraer Defesa e Segurança impulsionou suas receitas, em parte através de aquisições. Recentemente, adquiriu a Orbisat, fabricante de equipamentos de radares baseados em terra, e a Atech, especialista em C4I (comando, controle, comunicações, computadores e inteligência). A Embraer Defesa e Segurança também estabeleceu a Visiona, uma joint venture com a empresa de telecomunicações estatal brasileira Telebrás. A Visiona vai liderar o impulso em satélites e tecnologia espacial. E a Embraer Defesa e Segurança formou uma joint venture com a Elbit Systems de Israel para desenvolver UAVs, especificamente os de controle de fronteira.
Um motivo chave por trás das aquisições, diz Aguiar, é de reunir os conhecimentos e capacidades que a Embraer Defesa e Segurança precisa para competir em novos contratos. Ele diz que a Embraer está interessada em comprar mais empresas de defesa, particularmente aquelas com experiência em monitoramento e vigilância. A preferência, no entanto, é para empresas locais ao invés de aquisições estrangeiras.
A Orbisat e a Atech estão baseadas no Brasil. Uma estratégia para cortejar os líderes do governo brasileiro envolve destacar que a Embraer Defesa e Segurança está oferecendo um produto desenvolvido localmente e assegurando que o Brasil tenha a tecnologia e a capacidade para se auto proteger, sem depender de empresas estrangeiras. Os executivos da Embraer Defesa e Segurança também dizem que como a tecnologia evoluiu no país, a Embraer Defesa e Segurança possui a propriedade intelectual e, como consequência, é livre para comercializar os sistemas em outros países.
A estratégia é apropriada porque os contratos multibilionários de defesa do Brasil chamaram a atenção de outras empresas brasileiras, que estão impulsionando sua própria experiência e capacidade em parceria com fabricantes de defesa estrangeiras.
A Andrade Gutierrez, um diversificado conglomerado brasileiro, que começou na área de construção, e é hoje uma das maiores empresas do país, estabeleceu a Andrade Gutierrez Defesa e Segurança, uma joint venture com a Thales. A entidade francesa possui 40%, enquanto que a parte brasileira possui 60%. Orlando Neto, que anteriormente dirigiu o negócio de defesa da Embraer, é líder da Andrade Gutierrez Defesa e Seguranca.
No passado, podia se dizer que o governo brasileiro automaticamente celebraria contratos com a Embraer, mas isso já não é o caso, já que a Embraer já não uma empresa estatal. O governo possui apenas 0,3% da empresa, embora tenha direito de veto sobre as atividades através de ações “ouro”.
Um ponto chave no desenvolvimento do negócio de defesa é que a Embraer pode se beneficiar da generosidade do governo e evitar as crises na aviação comercial e executiva. Isso também significa que alguns dos custos da Embraer de Pesquisa e Desenvolvimento são cobertos pelo governo.
Fonte: Cavok
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João Pedro Duarte
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