[Brasil] Queda do avião em Angra dos Reis pode ter sido causada por falha humana
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[Brasil] Queda do avião em Angra dos Reis pode ter sido causada por falha humana
Estado de Minas
Publicação: 14/07/2012 10:34
Queda do avião em Angra dos Reis pode ter sido causada por falha humana
Ação de piloto em acidente em Angra será investigada. Para especialistas, a falha humana combinada com as condições climáticas adversas pode ter provocado o acidente
Paula Sarapu
O mau tempo em Angra dos Reis pode ter contribuído para a queda da aeronave em que viajava o empresário mineiro Clemente de Farias, que afundou na Costa Verde fluminense na noite de quinta-feira, matando três pessoas. As ações do piloto Antônio Fernandes Neto, que poderia ter cancelado o voo, também serão analisadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira, que já abriu inquérito para apurar o acidente. Ontem, o Corpo de Bombeiros usou boias para retirar o bimotor do mar. A aeronave passou pela perícia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que também investiga o caso.
O táxi aéreo, pertencente a uma empresa de propriedade da família do empresário, foi localizado a cerca de 500 metros de distância da costa, na altura da Ilha de Cataguases, a 15 metros de profundidade. Na queda, além de Clemente de Farias e do piloto, morreu o copiloto, identificado apenas como Ernandes. Seu corpo, que estava preso às ferragens, foi resgatado ontem. Os laudos da perícia devem ficar prontos em 30 dias.
A rota que sobrevoa Angra dos Reis é bastante conhecida pelo piloto comercial carioca Leandro Souza, que também faz táxi aéreo. No fim da tarde de quinta-feira, ele voava de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro e preferiu pousar em Juiz de Fora, por causa das condições climáticas. Segundo Leandro, uma frente fria chegava à região e os ventos podem ter atingido entre 35 e 45 quilômetros por hora (20 a 25 nós), considerados de moderado a forte.
“Uma das hipóteses é que tenha tido uma variação brusca de velocidade e direção do vento. Eu acompanhei naquele horário as condições meteorológicas e a frente fria estava se deslocando para o litoral; já tinha passado por Cataguases e Paraty. Naquela região montanhosa, numa situação dessas, o vento Sudoeste vem do mar e provoca condições muito adversas para o voo. O ideal era evitar passar por ali”, explicou o piloto, que tem 2.5 mil horas de voo e oito anos de experiência viajando pela região conhecida como Costa Verde.
Leandro afirma que o piloto Antônio Fernandes já estava em procedimento de pouso na hora do acidente e que a chuva e a névoa úmida podem ter prejudicado a visibilidade. “Não acredito em falha mecânica, mas ele pode ter tido, sim, teto baixo de nuvem”. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o bimotor Embraer modelo EBM-121 Xingu, prefixo PT-MAB, tinha situação de aeronavegabilidade normal. A inspeção anual só venceria em outubro. O Cenipa também deverá fazer perícia na aeronave, que foi levada para a Capitania dos Portos. O órgão informou que não há prazo para conclusão das investigações.
Condições climáticas
Para o instrutor de voo José Ernani Assis, coordenador do curso teórico do Aeroclube de Minas Gerais e instrutor em meteorologia há 37 anos, a cada 10 acidentes, quatro estão relacionados às condições climáticas. “O piloto é o comandante. Mas ele só pode voar se a mãe natureza deixar”, diz ele. “Ontem (quinta) à tarde, uma frente fria muito intensa chegava à Costa Verde, com chuva de granizo e ventania, situações inconvenientes para o voo. Ali morreu Ulisses Guimarães e o corpo nunca foi encontrado”, lembra o especialista.
Publicação: 14/07/2012 10:34
Queda do avião em Angra dos Reis pode ter sido causada por falha humana
Ação de piloto em acidente em Angra será investigada. Para especialistas, a falha humana combinada com as condições climáticas adversas pode ter provocado o acidente
Paula Sarapu
O mau tempo em Angra dos Reis pode ter contribuído para a queda da aeronave em que viajava o empresário mineiro Clemente de Farias, que afundou na Costa Verde fluminense na noite de quinta-feira, matando três pessoas. As ações do piloto Antônio Fernandes Neto, que poderia ter cancelado o voo, também serão analisadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira, que já abriu inquérito para apurar o acidente. Ontem, o Corpo de Bombeiros usou boias para retirar o bimotor do mar. A aeronave passou pela perícia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que também investiga o caso.
O táxi aéreo, pertencente a uma empresa de propriedade da família do empresário, foi localizado a cerca de 500 metros de distância da costa, na altura da Ilha de Cataguases, a 15 metros de profundidade. Na queda, além de Clemente de Farias e do piloto, morreu o copiloto, identificado apenas como Ernandes. Seu corpo, que estava preso às ferragens, foi resgatado ontem. Os laudos da perícia devem ficar prontos em 30 dias.
A rota que sobrevoa Angra dos Reis é bastante conhecida pelo piloto comercial carioca Leandro Souza, que também faz táxi aéreo. No fim da tarde de quinta-feira, ele voava de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro e preferiu pousar em Juiz de Fora, por causa das condições climáticas. Segundo Leandro, uma frente fria chegava à região e os ventos podem ter atingido entre 35 e 45 quilômetros por hora (20 a 25 nós), considerados de moderado a forte.
“Uma das hipóteses é que tenha tido uma variação brusca de velocidade e direção do vento. Eu acompanhei naquele horário as condições meteorológicas e a frente fria estava se deslocando para o litoral; já tinha passado por Cataguases e Paraty. Naquela região montanhosa, numa situação dessas, o vento Sudoeste vem do mar e provoca condições muito adversas para o voo. O ideal era evitar passar por ali”, explicou o piloto, que tem 2.5 mil horas de voo e oito anos de experiência viajando pela região conhecida como Costa Verde.
Leandro afirma que o piloto Antônio Fernandes já estava em procedimento de pouso na hora do acidente e que a chuva e a névoa úmida podem ter prejudicado a visibilidade. “Não acredito em falha mecânica, mas ele pode ter tido, sim, teto baixo de nuvem”. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o bimotor Embraer modelo EBM-121 Xingu, prefixo PT-MAB, tinha situação de aeronavegabilidade normal. A inspeção anual só venceria em outubro. O Cenipa também deverá fazer perícia na aeronave, que foi levada para a Capitania dos Portos. O órgão informou que não há prazo para conclusão das investigações.
Condições climáticas
Para o instrutor de voo José Ernani Assis, coordenador do curso teórico do Aeroclube de Minas Gerais e instrutor em meteorologia há 37 anos, a cada 10 acidentes, quatro estão relacionados às condições climáticas. “O piloto é o comandante. Mas ele só pode voar se a mãe natureza deixar”, diz ele. “Ontem (quinta) à tarde, uma frente fria muito intensa chegava à Costa Verde, com chuva de granizo e ventania, situações inconvenientes para o voo. Ali morreu Ulisses Guimarães e o corpo nunca foi encontrado”, lembra o especialista.
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