METAR - entendendo e interpretando
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METAR - entendendo e interpretando
METAR (METeorological Aerodrome Report - Relatório Meteorológico de Aeródromo)
É um relatório codificado, associado às observações meteorológicas, e utilizado para fornecer informações sobre condições do tempo em um aeródromo específico.
É a codificação de uma observação meteorológica de rotina para a aviação. Na maioria dos aeródromos tem sua confecção de hora em hora, nas horas cheias. Porem podemos ter relatórios em outros horários caso o clima esteja instável e seja necessária uma atualização mais frequente.
No Brasil se utiliza a regulamentação do DECEA para determinar a correta codificação da linha de codigos. (Fonte: Wikipedia)
Exemplo de linha de METAR e como interpretá-la:
METAR 1200Z SBSP27010KT5000-RA SCT020 BKN012 OVC090 25/20 Q1012
METAR - Meteorological Aerodrome Report
1200Z - Horário da observação (Hora Universal)
SBSP - Identificação da Estação - CONGONHAS/SP
_____________________________________________________________________
METAR 1200Z SBSP27010KT5000-RA SCT020 BKN012 OVC090 25/20 Q1012
27010KT - Direção e velocidade do vento:
270 = Direção de onde sopra o vento
10 KT = 10 nós.
5000– Grupo de Visibilidade: 5000 (metros)
9999 significa melhor que 10 Km
A palavra CAVOK (Ceiling And Visibility OKay) também é usada quando a visibilidade é maior que 10 Kms sem nuvens abaixo de 5000 pés e não há precipitação ou tempestades.
_____________________________________________________________________
METAR 1200Z SBSP 27010KT 5000-RASCT020 BKN012 OVC090 25/20 Q1012
sinal de - (menos): Leve
Sinal de + (mais): Forte
VC: Vizinhança
Tempo presente: RA: chuva
Com isso: -RA = chuva leve
Indicadores de Tempo Presente:
Precipitação:
DZ - CHUVISCO (termo de origem em inglês: drizzle)
GR - GRANIZO (termo de origem em inglês: Hail)
RA - CHUVA (termo de origem em inglês: rain)
SN - NEVE (termo de origem em inglês: snow)
IC - CRISTAIS DE GELO (termo de origem em inglês: Ice Crystals)
SG - GRÃOS DE NEVE (termo de origem em inglês: Snow Grains)
PL - PELOTAS DE GELO (termo de origem em inglês: Ice Pellets)
GS - GRANIZO PEQUENO (termo de origem em inglês: Small Hail and/or Snow Pellets)
Obscurecedor:
BR - NÉVOA ÚMIDA (termo de origem em inglês: Mist)
FG - NEVOEIRO (termo de origem em inglês: Fog)
FU - FUMAÇA (termo de origem em inglês: Smoke)
VA - CINZAS VULCÂNICAS (termo de origem em inglês: Volcanic Ash)
DU - POEIRA EXTENSA (termo de origem em inglês: Widespread Dust)
SA - AREIA (termo de origem em inglês: Sand)
HZ - NÉVOA SECA (termo de origem em inglês: Haze)
Outros:
PO - POEIRA OU AREIA EM REDEMOINHOS (termo de origem em inglês: Well-Developed Dust/Sand Whirls)
SQ - TEMPESTADE (termo de origem em inglês: Squalls)
TS - TROVOADAS (termo de origem em inglês: Thunderstorm)
FC - NUVEM EM FUNIL (TORNADO/TROMBA D'ÁGUA) (termo de origem em inglês: Funnel Cloud)
SS - TEMPESTADE DE AREIA (termo de origem em inglês: Sandstorm)
DS - TEMPESTADE DE POEIRA (termo de origem em inglês: Duststorm)
_____________________________________________________________________
METAR 1200Z SBSP 27010KT 5000 -RASCT020BKN012OVC09025/20 Q1012
SCT020BKN012OVC090
Estes 3 grupos referem-se as nuvens observadas.
O primeiro grupo é a camada mais baixa.
O segundo é a camada acima.
E o terceiro grupo a camada mais alta observada.
SCT020 - Nuvens esparsas - 1 a 4 oitavos de céu encoberto a 2000 pés (020) de altura
BKN012 - Nublado - 5 a 7 oitavos de céu encoberto a 1200 pés (012) de altura
OVC090 - Encoberto - 8 oitavos de céu está encoberto a 9000 pés (090) de altura
Tipos mais comuns:
FEW - Esparsas - 1 a 2 oitavos
(termo de origem em inglês: Few)
SCT - Esparsas - 3 a 4 oitavos
(termo de origem em inglês: Scattered)
BKN - Nublado - 5 a 7 oitavos
(termo de origem em inglês: Broken)
OVC - Encoberto - 8 oitavos
(termo de origem em inglês: Overcast)
Apenas 3 camadas são permitidas.
Exceção de nuvens convectivas significativas:
TCU - Cumulus Congestus
CB - Cumulunimbus
____________________________________________________________________
METAR 1200Z SBSP 27010KT 5000 -RA SCT020 BKN012 OVC09025/20Q1012
25/20 - Temperatura do ar e temperatura do ponto de orvalho. Ambas as temperaturas estão em graus Celsius (temperaturas negativas serão precedidas pela letra “M”)
Q1012 - QNH arredondado para o hectpascal inteiro imediatamente abaixo.
Neste caso: pressão QNH de 1012hPa
Espero ter ajudado
Última edição por Alvega em Qua 12 maio 2010, 23:30, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Colocar como fixo)
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andre_sp- Moderador
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Boa Andre!!
Apesar de muitos ja conhecerem, sempre aparece alguém que não sabe ou tem dúvidas.
Sugestão:
Além das siglas e seus significados em portugues, seria bacana colocar também o significado delas em ingles, assim fica mais fácil ainda associar.
Por exemplo:
RA - Chuva (a sigla vem do ingles RAIN)
TCU - Cumulus Congestus (Tower Cumulus)
DZ - Chuvisco (Drizzle)
e assim por diante.
Apesar de muitos ja conhecerem, sempre aparece alguém que não sabe ou tem dúvidas.
Sugestão:
Além das siglas e seus significados em portugues, seria bacana colocar também o significado delas em ingles, assim fica mais fácil ainda associar.
Por exemplo:
RA - Chuva (a sigla vem do ingles RAIN)
TCU - Cumulus Congestus (Tower Cumulus)
DZ - Chuvisco (Drizzle)
e assim por diante.
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Duley escreveu:Boa Andre!!
Sugestão:
Além das siglas e seus significados em portugues, seria bacana colocar também o significado delas em ingles, assim fica mais fácil ainda associar.
Por exemplo:
RA - Chuva (a sigla vem do ingles RAIN)
TCU - Cumulus Congestus (Tower Cumulus)
DZ - Chuvisco (Drizzle)
e assim por diante.
Boa dica Duley...
Feito
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Nunca vi explicação tão perfeita como essa. Os termos em inglês matou à pau, é bem mais facil de memorizar.
Chiari- Tenente-Coronel
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Parabéns! Bem didático. Tem que virar tutorial neste site.
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Boa André!!!
Amilckar- Colaborador - Notícias de aviação
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Obrigado a todos pelos comentarios
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andre_sp- Moderador
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Andre , muito boa suas dicas , ate quem tem uma noção restrita consegue entender!!!!!!! valeu "ala"
Damon Souza Freire- Recruta
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Damon Souza Freire escreveu:Andre , muito boa suas dicas , ate quem tem uma noção restrita consegue entender!!!!!!! valeu "ala"
Bem-vindo ao fórum, Damon.
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Damon Souza Freire escreveu:Andre , muito boa suas dicas , ate quem tem uma noção restrita consegue entender!!!!!!! valeu "ala"
Damon!
E seja !!!
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Não quero nem olhar isso me quebrou muito a cabeça quando fiz meu curso de PP
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Muito bom para relembrar, vou fazer a prova de PP no final do ano e sempre confundo SCT com BKN. BKN é o que fecha o aerodromo para Voos VFR ?
Garibaldi- Banido
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Muito obrigado amigo muito boa ajuda pois eu sou iniciado nesta área e percebo muito pouco esta aqui uma explicação que percebo de inicio ao fim obrigado.....
edward16- Recruta
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Seja edward16.edward16 escreveu:Muito obrigado amigo muito boa ajuda pois eu sou iniciado nesta área e percebo muito pouco esta aqui uma explicação que percebo de inicio ao fim obrigado.....
Bom que tenha ajudado
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andre_sp- Moderador
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QNH, QNE e QFE
Por favor alguém poderia me tirar uma duvida.
As siglas QNH, QNE e QFE o que significa. Não quero saber em relação a redução da pressão, ao nivel do mar, padrão ou estação mas sim o que significa a sigla: Q=? N=? H=?, Q=? N=? E=? e Q=? F=? E=?
Fico no aguardo, pois não consegui localizar em nenhum lugar.
Grato
bob.
As siglas QNH, QNE e QFE o que significa. Não quero saber em relação a redução da pressão, ao nivel do mar, padrão ou estação mas sim o que significa a sigla: Q=? N=? H=?, Q=? N=? E=? e Q=? F=? E=?
Fico no aguardo, pois não consegui localizar em nenhum lugar.
Grato
bob.
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Seja bobeer!bobeer@ig.com.br escreveu:Por favor alguém poderia me tirar uma duvida.
As siglas QNH, QNE e QFE o que significa. Não quero saber em relação a redução da pressão, ao nivel do mar, padrão ou estação mas sim o que significa a sigla: Q=? N=? H=?, Q=? N=? E=? e Q=? F=? E=?
Fico no aguardo, pois não consegui localizar em nenhum lugar.
Grato
bob.
A letra Q refere-se a uma pergunta (Question)
QNH - Question Nil Height
QFE - Question Field Elevation
QNE - Question Nil Elevation
Espero ter ajudado
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Grato André pela explicação. Porém continuo na duvida quanto ao "Nil" o que significa????
abç
Bob.
abç
Bob.
andre_sp escreveu:Seja bobeer!bobeer@ig.com.br escreveu:Por favor alguém poderia me tirar uma duvida.
As siglas QNH, QNE e QFE o que significa. Não quero saber em relação a redução da pressão, ao nivel do mar, padrão ou estação mas sim o que significa a sigla: Q=? N=? H=?, Q=? N=? E=? e Q=? F=? E=?
Fico no aguardo, pois não consegui localizar em nenhum lugar.
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A letra Q refere-se a uma pergunta (Question)
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Re: METAR - entendendo e interpretando
bobeer@ig.com.br escreveu:Grato André pela explicação. Porém continuo na duvida quanto ao "Nil" o que significa????
abç
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Nil é um termo usado para NADA ou ZERO
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Vlw, muito obrigado
andre_sp escreveu:bobeer@ig.com.br escreveu:Grato André pela explicação. Porém continuo na duvida quanto ao "Nil" o que significa????
abç
Bob.
Nil é um termo usado para NADA ou ZERO
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Reativando Tópico
25/20
o que seria o orvalho?
25/20
o que seria o orvalho?
Última edição por Carvalho em Dom 17 Mar 2013, 13:49, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Editado para ficar de acordo com a regra 21)
Re: METAR - entendendo e interpretando
sagais escreveu:25/20
o que seria o orvalho?
O termo correto é: ponto de condensação, mais conhecido como ponto de orvalho, refere-se à temperatura a partir da qual o vapor d'água contido na porção de ar de um determinado local sofre condensação.
Em outras palavras, é a temperatura à qual o vapor d'água que está em suspensão no ar à nossa volta condensaria (viraria "orvalho") sob a mesma pressão.
Ultra- Brigadeiro
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Re: METAR - entendendo e interpretando
Adicionando:
No caso de nós controladores, quando precisamos avaliar as condições para dizer se temos teto ou não é BKN ou OVC, ou seja, FEW e SCT não constituem teto para dizermos se um aeródromo está operando em VFR ou IFR.
Colocamos também avisos de CB, chuva leve, moderada ou intensa , de pássaros, pipas ou balões, pista molhada, nevoeiro, névoa umida sempre colocando o setor, inoperância de auxílios, luminosos, problemas na pista, homens ou máquinas operando nas laterias da RWY e o que for de informação relevante ao piloto para se preparar para uma operação segura.
Extendendo um pouco o assunto:
O que acontece muito, é as vezes uma cabeceira estar com teto, operando IFR ou mesmo até abaixo dos mínimos para pouso e a outra estar operando IFR ou até VFR! Podemos ter as duas cabeceiras fechadas e no centro do aeródromo estar completamente CAVOK. Estranho, mas acontece, acreditem!!!!
Para efeito de exemplo vamos usar o aeroporto aonde trabalho, SBTE:
Temos procedimentos não precisão VOR, VOR/DME (Sim são dois procedimentos distintos, VOR com e sem DME) NDB e RNAV. Como nem todas aeronaves hoje em dia operam RNAV, usamos procedimento convencional VOR ou NDB. Se a aeronave for habilitada, poderá solicitar o RNAV. Então em nosso ATIS sempre teremos como procedimento convencional ou VOR ou NDB, pois todas aeronaves habilitadas a IFR voam VOR e NDB e nem todas ainda RNAV.
Se usamos a pista 20 e naquela cabeceira tivermos um teto estimado abaixo de 700ft para procedimento VOR, 600FT para o VOR/DME, ou 700ft para o NDB, a pista está abaixo dos minimos para pouso. No caso do procedimento RNAV é teto de 500ft e a aeronave solicitando o procedimento e o teto estimado for por exemplo de 650ft, só quem for habilitado rnav terá o aeródromo aberto para pouso. Porém, como o nosso procedimento é convencional VOR ou NDB, mesmo algumas aeronaves podendo utilizar o RNAV e pousar, o aeroporto continua abaixo dos mínimos para pouso convencional naquela cabeceira.
Porém para DEP temos teto requerido 0FT e visibilidade de 600 metros. Ou seja, podemos ter o aeródromo fechado para pousos, mas não para decolagens!
Neste caso, a efeito de exemplo se uma aeronave decola e logo após sofre uma pane em um motor por exemplo, ela não pode regressar ao aeródromo de origem, pois o mesmo vai estar teto zero e visibilidade completamente restrita, tendo ela que ter declarado em seu plano um aeródromo de alternativa em rota (fizeram essa pergunta de pegadinha comigo quando cheguei aqui pra me testar, errei de longe kkkk)
Por outro lado a cabeceira 02 pode estar operando IFR ou até mesmo VFR como disse anteriormente! Se o vento for favorável e também as condições daquela cabeceira, mudamos a pista, fazemos novo ATIS e passamos a operar na oposta. Caso negativo, mantemos a pista em uso abaixo dos mínimos.
É permitido (jamais sugerido!) caso o piloto decida tentar aproximar para a oposta em casos assim, mas claro que deverá ser feito em coordenação com a TWR, desde que não haja nenhum prejuízo para tráfegos decolando e coordenado bem direitinho para não colocarmos um na cara do outro
Caso tenhamos um vôo visual aproximando e tivermos uma mudança para condições instrumentos operando, o piloto poderá solicitar operar visual especial, caso seja habilitado também como piloto e a aeronave a condições IFR e neste caso o vôo deixa de ser tratado como VFR e passa a ser tratado igual a um vôo IFR nas prioridades para pousos e decolagens.
E sempre que a condição de operação mudar, obrigatório avisarmos ao ACC da área a que estamos subordinados, Sala AIS e Supervisor do aeroporto que avisa aos operadores.
Em relação a auxílios luminosos, sempre que o aeródromo entrar em operação IFR ou abaixo dos mínimos durante o dia, ligamos o farol de aeródromo e caso seja necessário, balizamento. PAPI durante dia brilho máximo e noturno máximo 3, aumentos ou diminuição caso seja solicitado pelo piloto ou pela condição degradante como chuva, névoa úmida ou nevoeiro.
Lembrando sempre que controladores tem noções básicas de meteorologia (que tendem a melhorar com os anos de serviço claro hehe) e em caso de dúvida, sempre acionamos o meteoro para ajudar a avaliar as condições em caso de dúvida e podermos ter base para avaliar a situação do campo.
Desculpa a extensão do post, mas são algumas informações relevantes que achei que valiam a pena vocês saberem sobre ATIS e como é que funciona o esquema de cabeceira em uso nestas condições degradadas que as vezes quem está de fora não tem nem idéia de como é que "fechamos" e "abrimos" um aeroporto para pousos e decolagens...
No caso de nós controladores, quando precisamos avaliar as condições para dizer se temos teto ou não é BKN ou OVC, ou seja, FEW e SCT não constituem teto para dizermos se um aeródromo está operando em VFR ou IFR.
Colocamos também avisos de CB, chuva leve, moderada ou intensa , de pássaros, pipas ou balões, pista molhada, nevoeiro, névoa umida sempre colocando o setor, inoperância de auxílios, luminosos, problemas na pista, homens ou máquinas operando nas laterias da RWY e o que for de informação relevante ao piloto para se preparar para uma operação segura.
Extendendo um pouco o assunto:
O que acontece muito, é as vezes uma cabeceira estar com teto, operando IFR ou mesmo até abaixo dos mínimos para pouso e a outra estar operando IFR ou até VFR! Podemos ter as duas cabeceiras fechadas e no centro do aeródromo estar completamente CAVOK. Estranho, mas acontece, acreditem!!!!
Para efeito de exemplo vamos usar o aeroporto aonde trabalho, SBTE:
Temos procedimentos não precisão VOR, VOR/DME (Sim são dois procedimentos distintos, VOR com e sem DME) NDB e RNAV. Como nem todas aeronaves hoje em dia operam RNAV, usamos procedimento convencional VOR ou NDB. Se a aeronave for habilitada, poderá solicitar o RNAV. Então em nosso ATIS sempre teremos como procedimento convencional ou VOR ou NDB, pois todas aeronaves habilitadas a IFR voam VOR e NDB e nem todas ainda RNAV.
Se usamos a pista 20 e naquela cabeceira tivermos um teto estimado abaixo de 700ft para procedimento VOR, 600FT para o VOR/DME, ou 700ft para o NDB, a pista está abaixo dos minimos para pouso. No caso do procedimento RNAV é teto de 500ft e a aeronave solicitando o procedimento e o teto estimado for por exemplo de 650ft, só quem for habilitado rnav terá o aeródromo aberto para pouso. Porém, como o nosso procedimento é convencional VOR ou NDB, mesmo algumas aeronaves podendo utilizar o RNAV e pousar, o aeroporto continua abaixo dos mínimos para pouso convencional naquela cabeceira.
Porém para DEP temos teto requerido 0FT e visibilidade de 600 metros. Ou seja, podemos ter o aeródromo fechado para pousos, mas não para decolagens!
Neste caso, a efeito de exemplo se uma aeronave decola e logo após sofre uma pane em um motor por exemplo, ela não pode regressar ao aeródromo de origem, pois o mesmo vai estar teto zero e visibilidade completamente restrita, tendo ela que ter declarado em seu plano um aeródromo de alternativa em rota (fizeram essa pergunta de pegadinha comigo quando cheguei aqui pra me testar, errei de longe kkkk)
Por outro lado a cabeceira 02 pode estar operando IFR ou até mesmo VFR como disse anteriormente! Se o vento for favorável e também as condições daquela cabeceira, mudamos a pista, fazemos novo ATIS e passamos a operar na oposta. Caso negativo, mantemos a pista em uso abaixo dos mínimos.
É permitido (jamais sugerido!) caso o piloto decida tentar aproximar para a oposta em casos assim, mas claro que deverá ser feito em coordenação com a TWR, desde que não haja nenhum prejuízo para tráfegos decolando e coordenado bem direitinho para não colocarmos um na cara do outro
Caso tenhamos um vôo visual aproximando e tivermos uma mudança para condições instrumentos operando, o piloto poderá solicitar operar visual especial, caso seja habilitado também como piloto e a aeronave a condições IFR e neste caso o vôo deixa de ser tratado como VFR e passa a ser tratado igual a um vôo IFR nas prioridades para pousos e decolagens.
E sempre que a condição de operação mudar, obrigatório avisarmos ao ACC da área a que estamos subordinados, Sala AIS e Supervisor do aeroporto que avisa aos operadores.
Em relação a auxílios luminosos, sempre que o aeródromo entrar em operação IFR ou abaixo dos mínimos durante o dia, ligamos o farol de aeródromo e caso seja necessário, balizamento. PAPI durante dia brilho máximo e noturno máximo 3, aumentos ou diminuição caso seja solicitado pelo piloto ou pela condição degradante como chuva, névoa úmida ou nevoeiro.
Lembrando sempre que controladores tem noções básicas de meteorologia (que tendem a melhorar com os anos de serviço claro hehe) e em caso de dúvida, sempre acionamos o meteoro para ajudar a avaliar as condições em caso de dúvida e podermos ter base para avaliar a situação do campo.
Desculpa a extensão do post, mas são algumas informações relevantes que achei que valiam a pena vocês saberem sobre ATIS e como é que funciona o esquema de cabeceira em uso nestas condições degradadas que as vezes quem está de fora não tem nem idéia de como é que "fechamos" e "abrimos" um aeroporto para pousos e decolagens...
Julio Giunti- Tenente-Coronel
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