[Internacional] Modelo da Singapore está sob pressão.
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[Internacional] Modelo da Singapore está sob pressão.
Valor Econômico
21/05/2012
Modelo da Singapore está sob pressão
Choon Phong, executivo-chefe da Singapore Air, que está criando uma aérea de baixo custo devido à concorrência
Por David Fickling | Bloomberg Businessweek
A Singapore Airlines há muito é conhecida por suas emblemáticas "Garotas da Singapore", suas comissárias de bordo de sorrisos tímidos, cuja beleza e amabilidade rememoram os dias glamourosos - e lucrativos - da aviação. Esses encantos ganharam fama graças a anúncios e ajudaram a atrair passageiros de primeira classe para a Singapore Air, que em 2006 tornou-se a empresa aérea com o maior valor de mercado acionário do mundo.
Com os viajantes a negócios apertando os cintos e o rápido avanço de aéreas do Oriente Médio determinadas a oferecer ainda mais luxo a bordo, o volume de passageiros da Singapore caiu 12% desde 2008 - maior declínio entre as 12 principais empresas da região da Ásia-Pacífico. A Air China a superou em 2009 e tornou-se a aérea de maior valor de mercado do mundo. Ainda pior, a Singapore Air, que não havia registrado prejuízo anual desde a abertura do capital há mais de 25 anos, divulgou em maio resultado negativo no primeiro trimestre e um plano para desacelerar o aumento de capacidade de sua unidade principal. "O fato é que eles estão sofrendo" disse Peter Harbison, presidente executivo da empresa de consultoria em aviação CAPA Center for Aviation. "Há bons motivos para rever os fundamentos da estratégia da Singapore."
A empresa aérea, controlada pelo Temasek, fundo estatal de investimentos de Cingapura, anunciou prejuízo de 38,2 milhões de dólares de Cingapura (US$ 31 milhões) no trimestre encerrado em março, em comparação ao lucro de 171 milhões de dólares de Cingapura registrados nos mesmos meses de 2011. A empresa ficou no vermelho depois de cinco trimestres seguidos de queda nos lucros. As tarifas médias cobradas pela empresa estão "sob pressão", uma vez que a concorrência a obriga a manter os preços baixos, afirmou o executivo-chefe da Singapore Air, Goh Choon Phong.
A pressão é agravada ainda mais pelo preço do combustível de aviação pago pela Singapore, que aumentou 37% desde abril de 2010. O combustível hoje representa 41% dos custos da Singapore, em comparação à média de 27% desde 2004. O "preço elevado do combustível e o cenário econômico frágil são particularmente desafiadores para as aéreas de longa distância", afirmou Goh.
A Singapore depara-se com maior concorrência nas rotas entre Europa e Ásia, uma vez que a Emirates Airline e Qatar Airways expandem-se em seus aeroportos de conexões, cujas localizações são mais centrais, e ganham viajantes em classes mais caras, oferecendo mais serviços. Ao mesmo tempo, os viajantes regionais e em classes econômicas são alvo de aéreas de baixo custo, como a AirAsia e a Jetstar, unidade da Qantas. "Eles estão sendo espremidos pelos dois lados", diz o analista Andrew Orchard, do Royal Bank of Scotland.
Em 2011, a Qatar foi escolhida a melhor aérea do mundo pelo grupo especializado em avaliações Skytrax, prêmio que a Singapore Air havia recebido em três dos cinco anos até 2008 - e não voltou a ganhar desde então. Neste ano, rivais do Sudeste Asiático, como a Thai Airways International e a Malaysian Airline System, vão agregar a suas frotas o modelo A380, da Airbus, carro-chefe da Singapore AIr. "Claramente, a concorrência em algumas áreas ficou muito melhor", destacou Peter Miller, porta-voz da Skytrax, citando a Qatar e a Asiana Airlines, de Seul.
No aeroporto de Changi, em Cingapura, a Emirates e Qatar agora operam 74 voos por semana. Empresas de baixo custo, como a Tiger Airways Holdings, em parte controlada pela Singapore, elevaram sua participação no volume de passageiros em Changi de 5,6% em 2005, para 26% em 2011, beneficiadas pela abertura de um novo terminal para viagens mais baratas. A Singapore agora transporta cerca de 35% dos passageiros de Changi, em comparação aos 50% de 2008. Os gastos de turistas na cidade subiram em 50% desde 2008, impulsionados por dois novos cassinos e aumento de 23% no tráfego de passageiros em Changi. Muitos desses viajantes, no entanto, não usaram a Singapore Air.
Com as viagens de primeira classe sob pressão, a administração da Singapore empenha-se em ampliar presença no setor de passagens mais baratas. Além da participação de 33% na Tiger Air, a Singapore está criando uma aérea de longa distância de baixo custo denominada Scoot. Começará voar neste ano a partir de sua base em Cingapura para Tianjin, na China, Bangcoc, Sydney e para a Costa Dourada, na Austrália.
A Singapore Air pode não ter muitas alternativas além dessa, já que os passageiros a negócios, por muito tempo a espinha dorsal de sua rentabilidade, vêm aderindo às viagens mais baratas. O crescimento da primeira classe e da classe executiva em todo o setor de aviação chegou a seu pico em maio de 2010 e desde outubro vem ficando abaixo do ritmo de expansão total, segundo a Associação de Transporte Aéreo (ATA). O número de assentos disponíveis por quilômetros viajados da Singapore, indicador-padrão da capacidade, caiu 5,1% desde 2008. O número de assentos ocupados por passageiros pagantes caiu ainda mais, 7,3%, no período. A empresa não espera forte recuperação tão cedo: recentemente começou a oferecer aos pilotos até dois anos de licença não paga para que busquem outros empregos. "O mundo mudou para eles", diz Harbison, da CAPA. "Ficaram para trás os dias em que podiam confiar nas 'Garotas da Singapore' para atrair pessoas."
21/05/2012
Modelo da Singapore está sob pressão
Choon Phong, executivo-chefe da Singapore Air, que está criando uma aérea de baixo custo devido à concorrência
Por David Fickling | Bloomberg Businessweek
A Singapore Airlines há muito é conhecida por suas emblemáticas "Garotas da Singapore", suas comissárias de bordo de sorrisos tímidos, cuja beleza e amabilidade rememoram os dias glamourosos - e lucrativos - da aviação. Esses encantos ganharam fama graças a anúncios e ajudaram a atrair passageiros de primeira classe para a Singapore Air, que em 2006 tornou-se a empresa aérea com o maior valor de mercado acionário do mundo.
Com os viajantes a negócios apertando os cintos e o rápido avanço de aéreas do Oriente Médio determinadas a oferecer ainda mais luxo a bordo, o volume de passageiros da Singapore caiu 12% desde 2008 - maior declínio entre as 12 principais empresas da região da Ásia-Pacífico. A Air China a superou em 2009 e tornou-se a aérea de maior valor de mercado do mundo. Ainda pior, a Singapore Air, que não havia registrado prejuízo anual desde a abertura do capital há mais de 25 anos, divulgou em maio resultado negativo no primeiro trimestre e um plano para desacelerar o aumento de capacidade de sua unidade principal. "O fato é que eles estão sofrendo" disse Peter Harbison, presidente executivo da empresa de consultoria em aviação CAPA Center for Aviation. "Há bons motivos para rever os fundamentos da estratégia da Singapore."
A empresa aérea, controlada pelo Temasek, fundo estatal de investimentos de Cingapura, anunciou prejuízo de 38,2 milhões de dólares de Cingapura (US$ 31 milhões) no trimestre encerrado em março, em comparação ao lucro de 171 milhões de dólares de Cingapura registrados nos mesmos meses de 2011. A empresa ficou no vermelho depois de cinco trimestres seguidos de queda nos lucros. As tarifas médias cobradas pela empresa estão "sob pressão", uma vez que a concorrência a obriga a manter os preços baixos, afirmou o executivo-chefe da Singapore Air, Goh Choon Phong.
A pressão é agravada ainda mais pelo preço do combustível de aviação pago pela Singapore, que aumentou 37% desde abril de 2010. O combustível hoje representa 41% dos custos da Singapore, em comparação à média de 27% desde 2004. O "preço elevado do combustível e o cenário econômico frágil são particularmente desafiadores para as aéreas de longa distância", afirmou Goh.
A Singapore depara-se com maior concorrência nas rotas entre Europa e Ásia, uma vez que a Emirates Airline e Qatar Airways expandem-se em seus aeroportos de conexões, cujas localizações são mais centrais, e ganham viajantes em classes mais caras, oferecendo mais serviços. Ao mesmo tempo, os viajantes regionais e em classes econômicas são alvo de aéreas de baixo custo, como a AirAsia e a Jetstar, unidade da Qantas. "Eles estão sendo espremidos pelos dois lados", diz o analista Andrew Orchard, do Royal Bank of Scotland.
Em 2011, a Qatar foi escolhida a melhor aérea do mundo pelo grupo especializado em avaliações Skytrax, prêmio que a Singapore Air havia recebido em três dos cinco anos até 2008 - e não voltou a ganhar desde então. Neste ano, rivais do Sudeste Asiático, como a Thai Airways International e a Malaysian Airline System, vão agregar a suas frotas o modelo A380, da Airbus, carro-chefe da Singapore AIr. "Claramente, a concorrência em algumas áreas ficou muito melhor", destacou Peter Miller, porta-voz da Skytrax, citando a Qatar e a Asiana Airlines, de Seul.
No aeroporto de Changi, em Cingapura, a Emirates e Qatar agora operam 74 voos por semana. Empresas de baixo custo, como a Tiger Airways Holdings, em parte controlada pela Singapore, elevaram sua participação no volume de passageiros em Changi de 5,6% em 2005, para 26% em 2011, beneficiadas pela abertura de um novo terminal para viagens mais baratas. A Singapore agora transporta cerca de 35% dos passageiros de Changi, em comparação aos 50% de 2008. Os gastos de turistas na cidade subiram em 50% desde 2008, impulsionados por dois novos cassinos e aumento de 23% no tráfego de passageiros em Changi. Muitos desses viajantes, no entanto, não usaram a Singapore Air.
Com as viagens de primeira classe sob pressão, a administração da Singapore empenha-se em ampliar presença no setor de passagens mais baratas. Além da participação de 33% na Tiger Air, a Singapore está criando uma aérea de longa distância de baixo custo denominada Scoot. Começará voar neste ano a partir de sua base em Cingapura para Tianjin, na China, Bangcoc, Sydney e para a Costa Dourada, na Austrália.
A Singapore Air pode não ter muitas alternativas além dessa, já que os passageiros a negócios, por muito tempo a espinha dorsal de sua rentabilidade, vêm aderindo às viagens mais baratas. O crescimento da primeira classe e da classe executiva em todo o setor de aviação chegou a seu pico em maio de 2010 e desde outubro vem ficando abaixo do ritmo de expansão total, segundo a Associação de Transporte Aéreo (ATA). O número de assentos disponíveis por quilômetros viajados da Singapore, indicador-padrão da capacidade, caiu 5,1% desde 2008. O número de assentos ocupados por passageiros pagantes caiu ainda mais, 7,3%, no período. A empresa não espera forte recuperação tão cedo: recentemente começou a oferecer aos pilotos até dois anos de licença não paga para que busquem outros empregos. "O mundo mudou para eles", diz Harbison, da CAPA. "Ficaram para trás os dias em que podiam confiar nas 'Garotas da Singapore' para atrair pessoas."
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