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[Portugal] Será desta que a TAP abandona a órbita do Estado?

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Mensagem por Amilckar Dom 18 Dez 2011, 20:22

Será desta que a TAP abandona a órbita do Estado?

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Ana Torres Pereira - atp@negocios.pt


Há mais de uma década que se fala da saída da TAP da esfera do Estado. O
negócio esteve quase fechado com a Swissair, em 2000, mas as
dificuldades da companhia suíça obrigaram a um retrocesso. Quase 12 anos
depois, o Governo voltou a inscrever a venda como prioridade.
A TAP está prestes a mudar. Tudo indica que é desta que o Governo irá
alienar a companhia aérea, até aqui totalmente nas mãos do Estado,
através da Parpública. O Executivo liderado por Pedro Passos Coelho
inscreveu a privatização da companhia aérea para o próximo ano. Agora só
resta saber se irá cumprir o que escreveu no programa eleitoral do PSD e
vender 100% da companhia, ou se fará uma privatização faseada.

O presidente da TAP, Fernando Pinto, entrou na empresa em 2000 com o
objectivo de concretizar o processo de venda da empresa. Depois de ter
falhado a venda à Swissair, por causa da situação financeira da
companhia suíça, a privatização da TAP passou por vários Governos sem
decisão concreta. Uma década depois, continua à frente da
transportadora, mas sem concluir a tarefa para a qual havia sido
contratado. O mandato do gestor termina no final do ano, mas este deixou
em aberto a possibilidade de ficar à frente da empresa até ao processo
de venda estar concluído. Questionado, diz sempre que "gostaria de
concluir a privatização".

Até conseguir concretizar a operação, a administração da TAP ainda tem
muitos desafios pela frente. Tudo indica que, este ano, o negócio da
aviação (TAP SA) regressará aos resultados negativos, o que poderá
desvalorizar a empresa no momento da venda.

Actualmente, o que a TAP tem para mostrar aos interessados não a coloca
numa posição favorável: as necessidades de capital ascendem a 400
milhões de euros; os negócios do "handling" e da manutenção Brasil têm
arrastado o grupo para o vermelho; e a empresa continua sob ameaças de
greve.

Ainda sem se saber qual o modelo de venda, os pilotos querem garantir
que o Governo cumpre o acordo assinado em 1999, o qual previa que estes
ficassem com 20% da empresa num cenário de privatização. Esta foi uma
das razões para os pilotos marcarem uma greve de oito dias. O primeiro
período de paralisação, de 9 a 12 de Dezembro, acabou por ser
desconvocado, após o sindicato ter contado com uma abertura negocial do
Governo. O segundo período de greve, de 3 a 6 de Janeiro, mantém-se
marcado nesta data.

Apesar de todos estes obstáculos, a transportadora tem o grande activo
do Brasil que pode potenciar ainda mais o crescimento da empresa. O bom
momento económico do país que fala "português com açúcar" pode
catapultar a transportadora, que já se afirmou nalgumas das principais
cidade do território brasileiro. Fernando Pinto, em entrevista à Reuters
no Brasil, disse mesmo que o "posicionamento no Brasil torna a TAP numa
das mais importantes empresas aéreas" a privatizar.

QUE DESAFIOS E OPORTUNIDADES RESERVA O PRÓXIMO ANO?

Capitalização
TAP precisa de mais de 400 milhões


A impossibilidade legal do Estado injectar dinheiro na TAP tem colocado a
companhia aérea numa situação difícil. Os resultados do grupo têm sido
penalizados pelos negócios do "handling" (gestão de bagagens e
passageiros em terra) e da manutenção do Brasil, que têm arrastado os
capitais próprios da TAP SGPS para o vermelho.

Segundo os últimos números que constam no relatório e contas de 2010, o
grupo TAP precisa de uma injecção de capital de mais de 400 milhões de
euros para regressar aos números positivos.

O Estado, único accionista do grupo de aviação até ao momento, terá que
encontrar um parceiro disponível para concretizar esta operação e
potenciar a sua expansão internacional.

Brasil
Este é o ano de afirmação de Portugal


Recentemente, o vice-presidente da TAP, Luiz Gama Mór, referiu que 2012
será o ano do Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil. A TAP vai
continuar a investir na sua expansão internacional e na captação de
novas rotas, mas o crescimento no Brasil ainda pode ser potenciado.

O momento económico da maior potência da América Latina ainda é uma
oportunidade para a transportadora aérea portuguesa. Contudo, a
concorrência está a apertar, principalmente por causa dos Jogos
Olímpicos e do Campeonato do Mundo de Futebol, que irão realizar-se no
país. As principais companhias aéreas que já estavam no Brasil estão a
reforçar a presença, nomeadamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, o
que pode dificultar a vida da TAP.

Venda de participações
Depois da Groundforce, o que vem a seguir?


A TAP já manifestou o interesse de alienar algumas participações ou,
pelo menos, encontrar parceiros. O "handling" e a manutenção do Brasil
são os dois principais alvos desta estratégia. Para já, a TAP já firmou
um acordo de princípio com a Urbanos para que esta fique com a maioria
do capital da Groundforce, cumprindo assim a exigência da Autoridade da
Concorrência.

Quanto ao Brasil, o presidente da TAP tem repetido que o negócio da TAP
Manutenção & Engenharia do Brasil é estratégico. Contudo, também já
manifestou o interesse em encontrar um parceiro para potenciar esta
actividade. Estas duas empresas têm sido dois pontos de contestação por
parte dos trabalhadores - nomeadamente o Brasil -, que acusam a TAP de
investir numa empresa que só traz prejuízos.

Combustíveis
Preço do “jet fuel” continua a crescer


O aumento do preço do petróleo tem prejudicado as contas da TAP, e as
perspectivas não são animadoras. Até Outubro, a factura dos combustíveis
da TAP já ascendia aos 600 milhões de euros, ou seja, os combustíveis
passaram a pesar 34% dos custos da companhia, mais seis pontos em termos
homólogos.

O preço do petróleo tem aumentado nas últimas semanas, impulsionado pela
turbulência no Irão. Este factor vai influenciar o incremento do preço
do "jet fuel", combustível para avião. Mesmo com aeronaves mais
eficientes e com uma gestão de voo optimizada, a TAP vai ter dificuldade
em gerir este incremento. No ano passado, a companhia aérea tinha
protegido o preço do combustível, através de contratos de "hedging", no
entanto o preço negociado já era elevado.

Fonte: Negócios.pt
Via: IFROnline

_________________
Carlos Amilckar
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Colaborador - Notícias de aviação
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