[Brasil] Sorocaba se firma como alternativa a Congonhas
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[Brasil] Sorocaba se firma como alternativa a Congonhas
Sorocaba se firma como alternativa a Congonhas
70% do movimento de pousos e decolagens registrados pelo Daesp dizem respeito à aviação executiva, diz comandante
Carlos Araújo
O aeroporto "Bertram Luiz Leupolz" de Sorocaba é a bola da vez como
termômetro do crescimento econômico de Sorocaba e região. Dados
estatísticos do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp)
registram 44.452 operações de pousos e decolagens no aeroporto de
janeiro a agosto de 2011, ante 26.873 operações no mesmo período de 2010
- um aumento de 65,41%. E a grande responsável por essa performance é a
aviação executiva, que migrou para Sorocaba a partir do esgotamento dos
aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, em São Paulo. Como resultado,
o aeroporto de Sorocaba se consolidou como alternativa às opções
existentes na capital e que não dão mais conta do aumento no volume de
voos.
Os reflexos em Sorocaba se estendem também às movimentações de
passageiros e de cargas, que igualmente registraram crescimento
expressivo. Os dados do Daesp também mostram que, no acumulado de
janeiro a agosto de 2011, 54.768 passageiros passaram pelo aeroporto de
Sorocaba, ante 37.611 em igual período de 2010 - variação positiva de
45,61%. No mesmo período de 2011, o aeroporto movimentou 225 toneladas
de carga, contra 171 toneladas também de janeiro a agosto de 2010 -
elevação de 31,57%.
O comandante Walter Santos, diretor da Jet Care Aviation, empresa
especializada em gestão de aeronaves executivas e hangaragem de
Sorocaba, avalia que 70% do movimento de pousos e decolagens registrados
pelo Daesp dizem respeito à aviação executiva. Na sua opinião, o
aeroporto local é adequado para jatos executivos de maior porte em
comparação com outras opções, até mesmo com Congonhas. Na linguagem dos
aeroportos, aviação executiva é aquela composta de aeronaves voltadas à
aviação corporativa e uso particulares. Empresas conhecidas como TAM,
Gol e Azul operam voos designados como regulares ou comerciais.
Grandes empresários e executivos com escritórios baseados em Alphaville e
Tamboré, na Grande São Paulo, por exemplo, podem demorar uma hora ou
mais no deslocamento de carro até Congonhas. Daqueles dois locais até
Sorocaba, são 12 a 15 minutos de helicóptero, segundo Walter Santos. Em
outro exemplo, um empresário que sai da avenida Faria Lima, em São
Paulo, tem a liberdade de utilizar o aeroporto de Sorocaba a qualquer
hora do dia ou da noite. Enquanto isso, Congonhas abre às 6h e a partir
das 22h45 não recebe mais aviões. De Sorocaba, o empresário pode seguir
viagem para qualquer ponto do Brasil ou do exterior.
Para se ter uma ideia do esgotamento de Congonhas, o aeroporto
paulistano oferece 45 a 46 "slots" (espaços para pouso) por hora. Desse
total, sobram apenas quatro "slots" para a aviação executiva por hora e
às vezes esse número é menor ainda. Em consequência, operadores de
aviação executiva procuram alternativas. Sorocaba é uma delas, e outra,
Jundiaí. Outra opção seria usar o Campo de Marte, mas este têm
restrições de pista e pátios, além do horário de operações se encerrar
às 23h00.
O mecânico aeronáutico Aparecido Carlos Leite, de 47 anos, diz que na
oficina onde trabalha entram 5 a 6 aviões por dia para fazer revisões,
que podem durar de dois dias até mais de um mês, dependendo do serviço a
ser feito. Existem oficinas especializadas em serviços
compartimentados, como motores, acessórios, instrumentos.
Quem possui um avião normalmente são empresas ou executivos de grande
poder aquisitivo. Funcionários que trabalham no aeroporto calculam que
os preços variam de US$ 5 milhões a US$ 30 milhões, conforme o modelo.
Quem embarca ou desembarca aqui e tem como destino ou procedência
centros empresariais da Grande São Paulo, embora tenha a opção de usar a
rodovia Castello Branco em viagem de carro, prefere o uso mais prático e
rápido do helicóptero
Sorocaba e Jundiaí
Comparações podem ser feitas entre os aeroportos de Sorocaba e Jundiaí.
Na análise de Walter Santos, a pista de Jundiaí, com 1.400 metros de
extensão, está limitada a 1.180 metros por conta de obstáculos em uma
das cabeceiras. Na outra cabeceira são apenas 1070 metros. Além disso,
obstáculos próximos como a Serra do Japi e a altitude da pista (mais
alta que a de Sorocaba) interferem na aproximação e na performance das
aeronaves. Ele diz que aviões dos modelos Legacy, Falcon Gulfstream e
Global Express utilizados em voos intercontinentais, não são
recomendados para o aeroporto de Jundiaí. Enquanto isso, o aeroporto de
Sorocaba, com pista de 1.500 metros e sem obstáculos de aproximação, tem
condições de receber esses modelos de aviões com pouquíssimas
restrições. E Sorocaba, além da pista principal, tem pista de táxi
adequado à envergadura (comprimento das asas) das aeronaves.
O aeroporto de Sorocaba também é dotado de centro de serviços de
manutenção de aeronaves - uma necessidade para os proprietários de
aviões. Entre eles, estão os centros de serviços oficiais da
Pratt-Whitney Canada, Bombardier, Dassault-Falcon, Gulfstream, Cessna e
Hawker-Beechcraft, Na análise de Walter Santos, essa estrutura faz de
Sorocaba, hoje, o principal polo de manutenção aeronáutica do país. A
Conal também também é tradicional empresa de manutenção de aviões da
cidade. Para Walter Santos, este é outro fator que explica a atração dos
proprietários de aviões por Sorocaba. "Quem tem um avião desses quer
que ele esteja perto da oficina", descreve. Junto ao aeroporto também
existe um aeroclube com escola de aviação civil e cursos teóricos e
práticos de piloto de avião.
Indústria da aviação
Walter Santos lembra que a indústria da aviação executiva
cresceu em média 7% ao ano no Brasil desde 2001. Em 2011, segundo
avaliação de outros profissionais ligados ao aeroporto, o crescimento do
setor também se deve à estabilização do dólar e à crise nos Estados
Unidos. Com o dólar sob controle, sobra mais dinheiro na mão de quem tem
recursos e simultaneamente acaba encontrando oferta de aviões a preços
mais baixos nos Estados Unidos. "O grande fato é que as empresas
nacionais estão tornando-se globais e necessitando de deslocamento
rápido, alem do congestionamento dos aeroportos e dificuldade de
conseguir passagens internacionais", diz o comandante.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
70% do movimento de pousos e decolagens registrados pelo Daesp dizem respeito à aviação executiva, diz comandante
Um empresário que sai da avenida Faria Lima, em São Paulo, tem a liberdade de utilizar o aeroporto de Sorocaba a qualquer hora do dia ou da noite - Por: Pedro Negrão |
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O aeroporto "Bertram Luiz Leupolz" de Sorocaba é a bola da vez como
termômetro do crescimento econômico de Sorocaba e região. Dados
estatísticos do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp)
registram 44.452 operações de pousos e decolagens no aeroporto de
janeiro a agosto de 2011, ante 26.873 operações no mesmo período de 2010
- um aumento de 65,41%. E a grande responsável por essa performance é a
aviação executiva, que migrou para Sorocaba a partir do esgotamento dos
aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, em São Paulo. Como resultado,
o aeroporto de Sorocaba se consolidou como alternativa às opções
existentes na capital e que não dão mais conta do aumento no volume de
voos.
Os reflexos em Sorocaba se estendem também às movimentações de
passageiros e de cargas, que igualmente registraram crescimento
expressivo. Os dados do Daesp também mostram que, no acumulado de
janeiro a agosto de 2011, 54.768 passageiros passaram pelo aeroporto de
Sorocaba, ante 37.611 em igual período de 2010 - variação positiva de
45,61%. No mesmo período de 2011, o aeroporto movimentou 225 toneladas
de carga, contra 171 toneladas também de janeiro a agosto de 2010 -
elevação de 31,57%.
O comandante Walter Santos, diretor da Jet Care Aviation, empresa
especializada em gestão de aeronaves executivas e hangaragem de
Sorocaba, avalia que 70% do movimento de pousos e decolagens registrados
pelo Daesp dizem respeito à aviação executiva. Na sua opinião, o
aeroporto local é adequado para jatos executivos de maior porte em
comparação com outras opções, até mesmo com Congonhas. Na linguagem dos
aeroportos, aviação executiva é aquela composta de aeronaves voltadas à
aviação corporativa e uso particulares. Empresas conhecidas como TAM,
Gol e Azul operam voos designados como regulares ou comerciais.
Grandes empresários e executivos com escritórios baseados em Alphaville e
Tamboré, na Grande São Paulo, por exemplo, podem demorar uma hora ou
mais no deslocamento de carro até Congonhas. Daqueles dois locais até
Sorocaba, são 12 a 15 minutos de helicóptero, segundo Walter Santos. Em
outro exemplo, um empresário que sai da avenida Faria Lima, em São
Paulo, tem a liberdade de utilizar o aeroporto de Sorocaba a qualquer
hora do dia ou da noite. Enquanto isso, Congonhas abre às 6h e a partir
das 22h45 não recebe mais aviões. De Sorocaba, o empresário pode seguir
viagem para qualquer ponto do Brasil ou do exterior.
Para se ter uma ideia do esgotamento de Congonhas, o aeroporto
paulistano oferece 45 a 46 "slots" (espaços para pouso) por hora. Desse
total, sobram apenas quatro "slots" para a aviação executiva por hora e
às vezes esse número é menor ainda. Em consequência, operadores de
aviação executiva procuram alternativas. Sorocaba é uma delas, e outra,
Jundiaí. Outra opção seria usar o Campo de Marte, mas este têm
restrições de pista e pátios, além do horário de operações se encerrar
às 23h00.
O mecânico aeronáutico Aparecido Carlos Leite, de 47 anos, diz que na
oficina onde trabalha entram 5 a 6 aviões por dia para fazer revisões,
que podem durar de dois dias até mais de um mês, dependendo do serviço a
ser feito. Existem oficinas especializadas em serviços
compartimentados, como motores, acessórios, instrumentos.
Quem possui um avião normalmente são empresas ou executivos de grande
poder aquisitivo. Funcionários que trabalham no aeroporto calculam que
os preços variam de US$ 5 milhões a US$ 30 milhões, conforme o modelo.
Quem embarca ou desembarca aqui e tem como destino ou procedência
centros empresariais da Grande São Paulo, embora tenha a opção de usar a
rodovia Castello Branco em viagem de carro, prefere o uso mais prático e
rápido do helicóptero
Sorocaba e Jundiaí
Comparações podem ser feitas entre os aeroportos de Sorocaba e Jundiaí.
Na análise de Walter Santos, a pista de Jundiaí, com 1.400 metros de
extensão, está limitada a 1.180 metros por conta de obstáculos em uma
das cabeceiras. Na outra cabeceira são apenas 1070 metros. Além disso,
obstáculos próximos como a Serra do Japi e a altitude da pista (mais
alta que a de Sorocaba) interferem na aproximação e na performance das
aeronaves. Ele diz que aviões dos modelos Legacy, Falcon Gulfstream e
Global Express utilizados em voos intercontinentais, não são
recomendados para o aeroporto de Jundiaí. Enquanto isso, o aeroporto de
Sorocaba, com pista de 1.500 metros e sem obstáculos de aproximação, tem
condições de receber esses modelos de aviões com pouquíssimas
restrições. E Sorocaba, além da pista principal, tem pista de táxi
adequado à envergadura (comprimento das asas) das aeronaves.
O aeroporto de Sorocaba também é dotado de centro de serviços de
manutenção de aeronaves - uma necessidade para os proprietários de
aviões. Entre eles, estão os centros de serviços oficiais da
Pratt-Whitney Canada, Bombardier, Dassault-Falcon, Gulfstream, Cessna e
Hawker-Beechcraft, Na análise de Walter Santos, essa estrutura faz de
Sorocaba, hoje, o principal polo de manutenção aeronáutica do país. A
Conal também também é tradicional empresa de manutenção de aviões da
cidade. Para Walter Santos, este é outro fator que explica a atração dos
proprietários de aviões por Sorocaba. "Quem tem um avião desses quer
que ele esteja perto da oficina", descreve. Junto ao aeroporto também
existe um aeroclube com escola de aviação civil e cursos teóricos e
práticos de piloto de avião.
Indústria da aviação
Walter Santos lembra que a indústria da aviação executiva
cresceu em média 7% ao ano no Brasil desde 2001. Em 2011, segundo
avaliação de outros profissionais ligados ao aeroporto, o crescimento do
setor também se deve à estabilização do dólar e à crise nos Estados
Unidos. Com o dólar sob controle, sobra mais dinheiro na mão de quem tem
recursos e simultaneamente acaba encontrando oferta de aviões a preços
mais baixos nos Estados Unidos. "O grande fato é que as empresas
nacionais estão tornando-se globais e necessitando de deslocamento
rápido, alem do congestionamento dos aeroportos e dificuldade de
conseguir passagens internacionais", diz o comandante.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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