Tornados e Typhoons da Raf - há 70 anos fazendo História
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Tornados e Typhoons da Raf - há 70 anos fazendo História
Tornados e Typhoons da RAF - há 70 anos fazendo História
É um bom momento, então, para saber que a história desses dois nomes na RAF, “Tornado” e “Typhoon”, vai muito além dos jatos que operaram nos últimos meses sobre a Líbia.
No final dos anos 1930, a empresa Hawker já tinha acumulado uma história de considerável sucesso na produção de caças para a RAF, embora o início tenha sido um tanto desapontador. Seu primeiro caça como Hawker Engineering foi o Woodcock, que voou pela primeira vez em 1923, um protótipo que falhou nas avaliações, sendo profundamente revisto e gerando o Woodcock II, que finalmente conseguiu um modesto contrato de produção (62 exemplares) para a RAF. Vale lembrar, porém, que a história da Hawker pode ser traçada ainda mais para trás quanto ao sucesso de seus caças, pois ela foi a sucessora da Sopwith Aviation, cujo caças Triplane, Camel e Snipe foram ícones da Primeira Guerra Mundial e do imediato pós-guerra.
Mas voltando à Hawker Engineering, o design de caças da empresa nas décadas de 1920 e 1930 foi se impondo, e novos ícones surgiram, como os biplanos Fury (primeiro caça a atingir mais de 200 milhas por hora – 322km/h), Osprey e Nimrod (caças embarcados bipostos e monopostos) e Demon (primeiro caça biposto introduzido na RAF desde a Primeira Guerra).
Em meados dos anos 1930, voou o maior de todos esses ícones, o Hurricane, que foi o grande cavalo de batalha da RAF nos dois primeiros anos da Segunda Guerra Mundial (e serviu até o final do conflito). O Hurricane respondeu pela maior quantidade de caças britânicos disponíveis na Batalha da Inglaterra (1940) até ser sobrepujado de vez, na primeira linha, pelo Supermarine Spitfire.
O Hawker Tornado
O nome Tornado batizou o caça seguinte a ser desenvolvido pela Hawker (à parte o Hotspur, biposto com asas de Hurricane que disputou contrato com o Boulton Paul Defiant, sendo até mais rápido que este). Tratava-se de um novo projeto, para atender à especificação F.18/37 para um interceptador monoposto, que poderia ser equipado com dois tipos de motores, um deles o Rolls Royce Vulture (basicamente a união de dois motores V12 Peregrine V gerando um 24 cilindros em X), sendo denomidado o “Tipo R”.
O protótipo equipado com o Vulture II, de 1760hp, recebeu o nome de Tornado, e voou pela primeira vez em 6 de outubro de 1939 (quase 72 anos atrás), tendo seu radiador instalado na posição ventral, como o Hurricane. O caça poderia ser armado com nada menos que 12 metralhadoras 7,7mm nas grossas asas ou quatro canhões de 20mm. Os canhões foram testados no segundo protótipo, que voou em 5 de dezembro de 1940, já com o radiador deslocado para sob o motor, no “queixo”.
Uma linha de montagem começou a ser instalada na Avro, e o modelo de produção deveria receber um motor ainda mais potente, o Vulture V de 1980hp. Com essa motorização, o caça de peso carregado de 4.839 kg, envergadura de 12,77m e comprimento de 10m podia atingir 640km/h a 7.010m de altitude, um desempenho competitivo para o primeiro ano da década de 1940. Porém, o motor Vulture estava sofrendo problemas diversos de desenvolvimento numa época em que o motor Merlin era a prioridade absoluta, o que levou a Rolls Royce a abandonar esse motor em X.
Assim, o primeiro lote de produção do Tornado (201 unidades) foi cancelado e apenas uma aeronave de produção voou, em 29 de agosto de 1941, assim como um terceiro protótipo, que voou em 23 de outubro daquele ano equipado com um motor radial de 18 cilindros Bristol Centaurus, de 2.210hp.
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O Hawker Typhoon
A especificação F.18/37 previa dois modelos, conforme o tipo de motor. O Typhoon foi o protótipo desenvolvido para o “Tipo N”, cujo motor deveria ser o Napier Sabre, um 24 cilindros em H. Esse motor pôde ser desenvolvido com relativamente mais sucesso que o Vulture e, após o voo do primeiro protótipo em 24 de fevereiro de 1940, uma linha de produção foi estabelecida para o Typhoon, a cargo da Gloster.
O primeiro exemplar de produção do lote inicial de 105 caças, equipados com o motor Sabre I de 2100hp e com 12 metralhadoras (havia uma escassez de mecanismos alimentadores do canhão de 20mm) voou em 27 de maio de 1941. Nos lotes seguintes, já pôde ser padronizado o armamento de quatro canhões de 20mm, assim como as versões seguintes do Sabre, a IIA de 2.180hp, o IIB de 2.200hp e IIC de 2.260hp, e o caça entrou em serviço nos esquadrões no mês de setembro de 1941.
Porém, desapontou na função original, de interceptador. Sua taxa de ascenção era ruim, assim como seu desempenho em altitude – e não ajudou a fraqueza da estrutura da fuselagem traseira. Assim, acabou “relegado” à função de caça-bombardeiro de baixa altitude. Colocamos “relegado” entre aspas porque foi justamente nessa função que a aeronave se distinguiu na Segunda Guerra Mundial, especialmente nos anos de 1943 e 1944, levando grande destruição às forças de ocupação alemãs na Europa Ocidental, antes e após os desembarques na Normandia.
Além do forte armamento de tubo, a capacidade de carregar duas bombas de 1.000 libras (454kg) ou oito foguetes de 27kg dava um grande poder de ataque ao Typhoon, sendo o equivalente britânico (embora sem o desempenho em altitudes elevadas) do norte-americano P-47 Thunderbolt, que também nasceu como interceptador, mas cuja vocação como caça-bombardeiro robusto foi logo comprovada pela USAAF e também pela FAB.
O Typhoon tinha 12,67 metros de envergadura e 9,73 metros de comprimento (dez centímetros a menos de envergadura que seu “irmão” Tornado, sendo também trinta e sete centímetros mais curto). Já o peso máximo carregado chegava a 6.341kg na versão MkIB, podendo chegar a 652km/h a 5.485 metros de altitude. Esse caça-bombardeiro teve 3.315 exemplares de produção entregues antes de ser suplantado pelo seu sucessor, o Tempest.
Fonte: Poder Aéreo
Imagens: Google
É um bom momento, então, para saber que a história desses dois nomes na RAF, “Tornado” e “Typhoon”, vai muito além dos jatos que operaram nos últimos meses sobre a Líbia.
No final dos anos 1930, a empresa Hawker já tinha acumulado uma história de considerável sucesso na produção de caças para a RAF, embora o início tenha sido um tanto desapontador. Seu primeiro caça como Hawker Engineering foi o Woodcock, que voou pela primeira vez em 1923, um protótipo que falhou nas avaliações, sendo profundamente revisto e gerando o Woodcock II, que finalmente conseguiu um modesto contrato de produção (62 exemplares) para a RAF. Vale lembrar, porém, que a história da Hawker pode ser traçada ainda mais para trás quanto ao sucesso de seus caças, pois ela foi a sucessora da Sopwith Aviation, cujo caças Triplane, Camel e Snipe foram ícones da Primeira Guerra Mundial e do imediato pós-guerra.
Mas voltando à Hawker Engineering, o design de caças da empresa nas décadas de 1920 e 1930 foi se impondo, e novos ícones surgiram, como os biplanos Fury (primeiro caça a atingir mais de 200 milhas por hora – 322km/h), Osprey e Nimrod (caças embarcados bipostos e monopostos) e Demon (primeiro caça biposto introduzido na RAF desde a Primeira Guerra).
Em meados dos anos 1930, voou o maior de todos esses ícones, o Hurricane, que foi o grande cavalo de batalha da RAF nos dois primeiros anos da Segunda Guerra Mundial (e serviu até o final do conflito). O Hurricane respondeu pela maior quantidade de caças britânicos disponíveis na Batalha da Inglaterra (1940) até ser sobrepujado de vez, na primeira linha, pelo Supermarine Spitfire.
O Hawker Tornado
O nome Tornado batizou o caça seguinte a ser desenvolvido pela Hawker (à parte o Hotspur, biposto com asas de Hurricane que disputou contrato com o Boulton Paul Defiant, sendo até mais rápido que este). Tratava-se de um novo projeto, para atender à especificação F.18/37 para um interceptador monoposto, que poderia ser equipado com dois tipos de motores, um deles o Rolls Royce Vulture (basicamente a união de dois motores V12 Peregrine V gerando um 24 cilindros em X), sendo denomidado o “Tipo R”.
O protótipo equipado com o Vulture II, de 1760hp, recebeu o nome de Tornado, e voou pela primeira vez em 6 de outubro de 1939 (quase 72 anos atrás), tendo seu radiador instalado na posição ventral, como o Hurricane. O caça poderia ser armado com nada menos que 12 metralhadoras 7,7mm nas grossas asas ou quatro canhões de 20mm. Os canhões foram testados no segundo protótipo, que voou em 5 de dezembro de 1940, já com o radiador deslocado para sob o motor, no “queixo”.
Uma linha de montagem começou a ser instalada na Avro, e o modelo de produção deveria receber um motor ainda mais potente, o Vulture V de 1980hp. Com essa motorização, o caça de peso carregado de 4.839 kg, envergadura de 12,77m e comprimento de 10m podia atingir 640km/h a 7.010m de altitude, um desempenho competitivo para o primeiro ano da década de 1940. Porém, o motor Vulture estava sofrendo problemas diversos de desenvolvimento numa época em que o motor Merlin era a prioridade absoluta, o que levou a Rolls Royce a abandonar esse motor em X.
Assim, o primeiro lote de produção do Tornado (201 unidades) foi cancelado e apenas uma aeronave de produção voou, em 29 de agosto de 1941, assim como um terceiro protótipo, que voou em 23 de outubro daquele ano equipado com um motor radial de 18 cilindros Bristol Centaurus, de 2.210hp.
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O Hawker Typhoon
A especificação F.18/37 previa dois modelos, conforme o tipo de motor. O Typhoon foi o protótipo desenvolvido para o “Tipo N”, cujo motor deveria ser o Napier Sabre, um 24 cilindros em H. Esse motor pôde ser desenvolvido com relativamente mais sucesso que o Vulture e, após o voo do primeiro protótipo em 24 de fevereiro de 1940, uma linha de produção foi estabelecida para o Typhoon, a cargo da Gloster.
O primeiro exemplar de produção do lote inicial de 105 caças, equipados com o motor Sabre I de 2100hp e com 12 metralhadoras (havia uma escassez de mecanismos alimentadores do canhão de 20mm) voou em 27 de maio de 1941. Nos lotes seguintes, já pôde ser padronizado o armamento de quatro canhões de 20mm, assim como as versões seguintes do Sabre, a IIA de 2.180hp, o IIB de 2.200hp e IIC de 2.260hp, e o caça entrou em serviço nos esquadrões no mês de setembro de 1941.
Porém, desapontou na função original, de interceptador. Sua taxa de ascenção era ruim, assim como seu desempenho em altitude – e não ajudou a fraqueza da estrutura da fuselagem traseira. Assim, acabou “relegado” à função de caça-bombardeiro de baixa altitude. Colocamos “relegado” entre aspas porque foi justamente nessa função que a aeronave se distinguiu na Segunda Guerra Mundial, especialmente nos anos de 1943 e 1944, levando grande destruição às forças de ocupação alemãs na Europa Ocidental, antes e após os desembarques na Normandia.
Além do forte armamento de tubo, a capacidade de carregar duas bombas de 1.000 libras (454kg) ou oito foguetes de 27kg dava um grande poder de ataque ao Typhoon, sendo o equivalente britânico (embora sem o desempenho em altitudes elevadas) do norte-americano P-47 Thunderbolt, que também nasceu como interceptador, mas cuja vocação como caça-bombardeiro robusto foi logo comprovada pela USAAF e também pela FAB.
O Typhoon tinha 12,67 metros de envergadura e 9,73 metros de comprimento (dez centímetros a menos de envergadura que seu “irmão” Tornado, sendo também trinta e sete centímetros mais curto). Já o peso máximo carregado chegava a 6.341kg na versão MkIB, podendo chegar a 652km/h a 5.485 metros de altitude. Esse caça-bombardeiro teve 3.315 exemplares de produção entregues antes de ser suplantado pelo seu sucessor, o Tempest.
Fonte: Poder Aéreo
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Amilckar- Colaborador - Notícias de aviação
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Nacionalidade :
Re: Tornados e Typhoons da Raf - há 70 anos fazendo História
O Typhoon foi muito importante para a Inglaterra na 2ª WW.
Valeu Amilckar.
Valeu Amilckar.
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Paulo Ricardo
Paulo RKM- Major-Brigadeiro
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