Hawker Siddeley HS.121 Trident
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Hawker Siddeley HS.121 Trident
Hawker Siddeley HS.121 Trident
Hawker Siddeley HS.121 Trident "Three".
Cockpit do HS.121 Trident.
Hawker Siddeley HS.121 Trident, ou DH.121, que foi originalmente concebido pela de Havilland no final da década de 5o em resposta a uma solicitação da British European Airways (BEA) para uma nova aeronave comercial a jato para rotas curtas a médias, competindo com o Vickers VC-11. O DH.121 foi o vencedor da proposta e o desenvolvimento da aeronave teve início. Na época, a velocidade não era uma das considerações mais importantes no projeto de uma aeronave comercial, então a aeronave foi projetada com uma asas com baixo arrasto, com os motores montados na parte traseira da aeronave, para manter a asa o mais “limpa” possível. A de Havilland foi incorporada pelo grupo Hawker Siddeley (HSA) durante um processo de incentivo do governo para fusões na indústria em 1960.
Um Trident nas cores da BEA em 1962.
O DH.121 original foi uma aeronave razoavelmente grande, com uma alta capacidade de passageiros, mas devido a uma revirada no mercado de tráfego aéreo, a BEA solicitou que as dimensões da aeronave fossem reduzidas. Como resultado a aeronave teve uma grande redução na capacidade de passageiros e foi equipada com três motores Rolls Royce Spey ao invés das planejadas turbinas Medways. A primeira aeronave Trident 1c entrou em serviço com a BEA em 1964, tendo voado pela primeira vez em 1962. A aeronave voava bem e era rentável, mas a BEA logo viu que havia feito um erro na especificação e que seu plano original de uma aeronave maior devia ter sido mantido, o que foi imediatamente solicitado para a fabricante. A Hawker Siddeley respondeu primeiramente para o mercado de exportação com o modelo 1E, e depois com a variante 2E para BEA, apresentando motores modernizados, uma envergadura maior, slats melhorados para maior sustentação e maior capacidade de carga e alcance. Para muitos, o modelo 2E foi o definitivo para a aeronave Trident.
Um Trident na cores da PIA. (Foto: Michell Gilland)
No momento que os pedidos de exportação para a aeronave estavam lentos e não atendiam a capacidade para produção, a China adquiriu os aviões Trident para a companhia aérea Pakistan International Airways (PIA) e como resultado um pedido com a HSA para mais aeronaves. Entretanto, a BEA mais uma vez solicitou uma aeronave maior, onde várias outras opções foram exploradas, incluindo a aquisição de jatos norte americanos Boeing 727 (um projeto inspirado no Trident, que acabou se tornando uma das aeronaves mais vendidas de todos os tempos) mas o governo foi insistente que eles deveriam “adquirir dos britânicos”. A HSA veio então com duas propostas, o HS.132 e o HS.134, baseados na fuselagem do Trident, mas com maior capacidade e outras melhorias. O conceito do HS.134 possui notável semelhança com o Boeing 757 que foi projetado posteriormente, mas no final, por razões de custo, ficou decidido por construir outra versão melhorada do Trident. O novo modelo, o 3B, foi o primeiro a apresentar uma fuselagem alongada, a qual podia transportar até 180 passageiros e um pequeno aumento na envergadura da asa. Essa versão utilizou os mesmos motores que foram usados no 2E, mas eles foram complementados por uma potência adicional nos motores RB162 para permitir aumentar a potência total nas decolagens. O Tridente sempre teve um ponto fraco nessa área e foi apelidado de “gripper” (pinça) pelos pilotos, devido a dificuldade com a qual ele decolava. O baixo arrasto das asas também produziam uma limitada sustentação nas decolagens com a consequência que uma vez que estivesse voando, o Trident tornava-se uma das mais velozes aeronaves comerciais subsônicas, e também com velocidades abaixo de 225 kts (IAS), suas superfícies de alta sustentação (flapes e slats) eram acionados e mantinham a aeronave em voo.
Um Trident 2E, numa das empresas menores que operaram a aeronave na década de 70.
Um total de 117 aeronaves foram vendidas até a última aeronave, G-BBWH, que foi fabricada em 1978 e destinada para a CAAC, uma companhia aérea estatal da China. Os Tridents serviram com a BEA através da década de 60 e 70, e a sucessora, a British Airways, após a fusão, começou a retirar de operação as aeronaves antigas em 1976, com os últimos modelos 3B sendo retirados de operação 10 anos depois. A maioria das aeronaves foram simplesmente cortadas e jogadas no ferro-velho, algumas foram utilizadas para treinamento de tripulantes nos aeroportos do Reino Unido e depois destruídos. Algumas poucas unidades foram preservadas, tanto no Reino Unido como na China, onde um número de outras aeronaves também foram utilizadas para funções de treinamento, basicamente para os bombeiros dos aeroportos, além de muitas terem sido completamente desmontadas. Uma aeronave Trident, (G-AVFB) hoje encontra-se em exposição no belo museu de Duxford.
Um dos Trident usados pela Força Aérea da China.
O Trident 2E (G-AVFB) que atualmente encontra-se no Museu em Duxford.
Quatro aeronaves ex-British Airways foram vendidas para uma companhia aérea no Zaire, mas também foram desmontadas em 1989. Algumas aeronaves na China deixaram o serviço com a companhia aérea estatal e foram integradas a Força Aérea. Acredita-se que elas tenham voado até 1998.
Um Trident nas cores da British Airways, já na década de 80.
Os aviões Tridents foram montados na unidade da de Havilland em Hatfield, Hertfordshire, Reino Unido, tornando-se uma unidade da Hawker Siddeley Aviation quando o nome foi alterado em 1963 e na sequência tornou-se uma unidade da British Aerospace durante a nacionalização das indústrias de aeronaves em 1978 e como consequência da fusão entre a HSA com a British Aircraft Corporation (BAC). Após o final da produção dos aviões Trident em Hatfield, a linha de montagem continuou com os novos BAe (HS) 146 e nos trabalhos de projeto do HS.125 e depois das aeronaves da linha Airbus. Ela continuou até a década de 90, quando a divisão de Jatos Executivos da British Aerospace foi vendida para a empresa dos EUA Raytheon e a produção do BAe 146 foi transferida para Woodford, Manchester. Atualmente a unidade foi vendida e pouco existe no local do que uma vez era uma importante parte da indústria de aviação britânica.
Fonte: Cavok
Hawker Siddeley HS.121 Trident "Three".
Cockpit do HS.121 Trident.
Hawker Siddeley HS.121 Trident, ou DH.121, que foi originalmente concebido pela de Havilland no final da década de 5o em resposta a uma solicitação da British European Airways (BEA) para uma nova aeronave comercial a jato para rotas curtas a médias, competindo com o Vickers VC-11. O DH.121 foi o vencedor da proposta e o desenvolvimento da aeronave teve início. Na época, a velocidade não era uma das considerações mais importantes no projeto de uma aeronave comercial, então a aeronave foi projetada com uma asas com baixo arrasto, com os motores montados na parte traseira da aeronave, para manter a asa o mais “limpa” possível. A de Havilland foi incorporada pelo grupo Hawker Siddeley (HSA) durante um processo de incentivo do governo para fusões na indústria em 1960.
Um Trident nas cores da BEA em 1962.
O DH.121 original foi uma aeronave razoavelmente grande, com uma alta capacidade de passageiros, mas devido a uma revirada no mercado de tráfego aéreo, a BEA solicitou que as dimensões da aeronave fossem reduzidas. Como resultado a aeronave teve uma grande redução na capacidade de passageiros e foi equipada com três motores Rolls Royce Spey ao invés das planejadas turbinas Medways. A primeira aeronave Trident 1c entrou em serviço com a BEA em 1964, tendo voado pela primeira vez em 1962. A aeronave voava bem e era rentável, mas a BEA logo viu que havia feito um erro na especificação e que seu plano original de uma aeronave maior devia ter sido mantido, o que foi imediatamente solicitado para a fabricante. A Hawker Siddeley respondeu primeiramente para o mercado de exportação com o modelo 1E, e depois com a variante 2E para BEA, apresentando motores modernizados, uma envergadura maior, slats melhorados para maior sustentação e maior capacidade de carga e alcance. Para muitos, o modelo 2E foi o definitivo para a aeronave Trident.
Um Trident na cores da PIA. (Foto: Michell Gilland)
No momento que os pedidos de exportação para a aeronave estavam lentos e não atendiam a capacidade para produção, a China adquiriu os aviões Trident para a companhia aérea Pakistan International Airways (PIA) e como resultado um pedido com a HSA para mais aeronaves. Entretanto, a BEA mais uma vez solicitou uma aeronave maior, onde várias outras opções foram exploradas, incluindo a aquisição de jatos norte americanos Boeing 727 (um projeto inspirado no Trident, que acabou se tornando uma das aeronaves mais vendidas de todos os tempos) mas o governo foi insistente que eles deveriam “adquirir dos britânicos”. A HSA veio então com duas propostas, o HS.132 e o HS.134, baseados na fuselagem do Trident, mas com maior capacidade e outras melhorias. O conceito do HS.134 possui notável semelhança com o Boeing 757 que foi projetado posteriormente, mas no final, por razões de custo, ficou decidido por construir outra versão melhorada do Trident. O novo modelo, o 3B, foi o primeiro a apresentar uma fuselagem alongada, a qual podia transportar até 180 passageiros e um pequeno aumento na envergadura da asa. Essa versão utilizou os mesmos motores que foram usados no 2E, mas eles foram complementados por uma potência adicional nos motores RB162 para permitir aumentar a potência total nas decolagens. O Tridente sempre teve um ponto fraco nessa área e foi apelidado de “gripper” (pinça) pelos pilotos, devido a dificuldade com a qual ele decolava. O baixo arrasto das asas também produziam uma limitada sustentação nas decolagens com a consequência que uma vez que estivesse voando, o Trident tornava-se uma das mais velozes aeronaves comerciais subsônicas, e também com velocidades abaixo de 225 kts (IAS), suas superfícies de alta sustentação (flapes e slats) eram acionados e mantinham a aeronave em voo.
Um Trident 2E, numa das empresas menores que operaram a aeronave na década de 70.
Um total de 117 aeronaves foram vendidas até a última aeronave, G-BBWH, que foi fabricada em 1978 e destinada para a CAAC, uma companhia aérea estatal da China. Os Tridents serviram com a BEA através da década de 60 e 70, e a sucessora, a British Airways, após a fusão, começou a retirar de operação as aeronaves antigas em 1976, com os últimos modelos 3B sendo retirados de operação 10 anos depois. A maioria das aeronaves foram simplesmente cortadas e jogadas no ferro-velho, algumas foram utilizadas para treinamento de tripulantes nos aeroportos do Reino Unido e depois destruídos. Algumas poucas unidades foram preservadas, tanto no Reino Unido como na China, onde um número de outras aeronaves também foram utilizadas para funções de treinamento, basicamente para os bombeiros dos aeroportos, além de muitas terem sido completamente desmontadas. Uma aeronave Trident, (G-AVFB) hoje encontra-se em exposição no belo museu de Duxford.
Um dos Trident usados pela Força Aérea da China.
O Trident 2E (G-AVFB) que atualmente encontra-se no Museu em Duxford.
Quatro aeronaves ex-British Airways foram vendidas para uma companhia aérea no Zaire, mas também foram desmontadas em 1989. Algumas aeronaves na China deixaram o serviço com a companhia aérea estatal e foram integradas a Força Aérea. Acredita-se que elas tenham voado até 1998.
Um Trident nas cores da British Airways, já na década de 80.
Os aviões Tridents foram montados na unidade da de Havilland em Hatfield, Hertfordshire, Reino Unido, tornando-se uma unidade da Hawker Siddeley Aviation quando o nome foi alterado em 1963 e na sequência tornou-se uma unidade da British Aerospace durante a nacionalização das indústrias de aeronaves em 1978 e como consequência da fusão entre a HSA com a British Aircraft Corporation (BAC). Após o final da produção dos aviões Trident em Hatfield, a linha de montagem continuou com os novos BAe (HS) 146 e nos trabalhos de projeto do HS.125 e depois das aeronaves da linha Airbus. Ela continuou até a década de 90, quando a divisão de Jatos Executivos da British Aerospace foi vendida para a empresa dos EUA Raytheon e a produção do BAe 146 foi transferida para Woodford, Manchester. Atualmente a unidade foi vendida e pouco existe no local do que uma vez era uma importante parte da indústria de aviação britânica.
Fonte: Cavok
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Re: Hawker Siddeley HS.121 Trident
Muito interessante, esse avião, e a fazer lembrar muito o 727. Pelo que li acima, o 727 veio depois e foi inspirado neste. Parece quase uma cópia.
Duas imagens do interior:
Este está no museu da DH em Londres
http://www.airliners.net/photo/British-Airways/Hawker-Siddeley-HS-121/1310842/L/
Este é usado pelo International Fire Training Center de Durham
http://www.airliners.net/photo/Hawker-Siddeley-HS-121/1638821/L/
Duas imagens do interior:
Este está no museu da DH em Londres
http://www.airliners.net/photo/British-Airways/Hawker-Siddeley-HS-121/1310842/L/
Este é usado pelo International Fire Training Center de Durham
http://www.airliners.net/photo/Hawker-Siddeley-HS-121/1638821/L/
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Artur Santos
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Re: Hawker Siddeley HS.121 Trident
Um avião muito interessante, o primeiro com capacidade de autoland muito antes dos Boeing, mas que acabou sendo mais uma enorme burrice da BA, pois não era o baixo arrasto das asas que gerava pouca sustentação na decolagem e sim os motores ridículos que a British Airways insistiu que fossem usados, o que não aconteceu com o 727.
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